TECITURA

 

Cinema, emoção, ação!

Sabe quando você assiste despretensiosamente algum programa, e ao final fica maravilhado com a experiência adquirida? Pois foi o que me aconteceu na última sexta-feira, 07 de outubro de 2022, ao assistir no Disney Plus o especial de Halloween da Marvel, Lobisomem na Noite!

Vamos contextualizar … como sempre, em meio a uma semana de muito trabalho, visto que iria trabalhar no sábado também, cheguei em casa com a expectativa em  ver tal programa, propagandeada a um tempo. Estava curioso! Afinal, sou um ex-colecionador de quadrinhos, e acompanhei muito as histórias da Marvel, fato que talvez faça com que eu me torne um tanto crítico das produções atuais, tanto cinema quanto streaming, e esta decisão de tornar o universo de super heróis mais infantilizado, tomando um tom de comédia para muitas produções, entre outros. Mas a curiosidade era grande! O Lobisomem da Marvel é um personagem ao qual acompanhei algumas aventuras lá pelos anos 1980, não é um personagem dos mais explorados. Pertence à categoria de personagens de terror na Marvel, como Drácula, Blade, Moebius, Homem Coisa, Simon Garth, Motoqueiro Fantasma, entre outros. E o elenco escolhido para viver os personagens mostrou-se muito interessante, destacando-se Gael Garcìa Bernal e Laura Donnelly, com a proposta de apresentar um filme de média metragem, não mais que uma hora, como se fosse o episódio de alguma das séries, em preto e branco. Bom, vamos lá. Iniciado
o filme e… que baita experiência!

Assisti duas vezes, e provavelmente assistirei mais. Uma daquelas obras que vão virar referência, tenho certeza! Não costumo errar nestas previsões. Mas vamos aos fatos, sem estragar as experiências com spoilers!

O filme remete diretamente ao cinema clássico de terror anos 30 e 40, a vanguarda do cinema alemão, os clássicos de terror em preto e branco. Gael García Bernal interpretando Jack Russel e Laura Donnelly apresentando a ótima Elsa Bloodstone, talvez inaugurando a trajetória dos “caçadores de monstros” da Marvel, fazem frente aos inesquecíveis Bela Lugosi, Boris Karloff, Simone Simon e Lon Chaney, entregando atuações seguras permeadas por cenas de ação de tirar o fôlego! Destaque para os efeitos especiais … estávamos realmente assistindo a uma produção ambientada nas décadas de 1930 e 1940, que capricho aos detalhes, que belíssima homenagem da Marvel a uma época mágica do cinema mundial, aproveitando a produção para introduzir personagens que farão parte do MCU, como o Lobisomem, Elsa Bloodstone e Homem Coisa (este, extraordinário!).

Voltando aos clássicos, é difícil não criar conexões com uma época tão importante para a arte como um todo, e não só a indústria cinematográfica. Retornando um pouco mais, a Nosferatu, de 1922, com Max Schreck no papel principal, adentrando a década de 1930 e 1940 com Drácula, Cat People, The Wolf Man, Frankenstein, onde os monstros da Universal imperavam nas telas e Bela Lugosi, Lon Chaney, Boris Karloff e Simone Simon eram as grandes estrelas do momento, um dos propósitos de Lobisomem na Noite foi cumprido, o de homenagear esta escola de cinema e alcançar este público. Responsável por influenciar gerações de subculturas heavy metal e gótica, esta escola teve peso dentro da Indústria Cinematográfica e das Artes como um todo, reverberando até os dias atuais.

Foi uma bela experiência! Recomendo! É uma produção rica em referências, não só dentro do Universo Marvel, mas das subculturas envolvidas. E como filme de terror, nada fica a dever aos grandes filmes!

Gosto de trocar ideias, ainda mais com elementos que podem se desdobrar em tantas outras coisas … Marvel criou um potencial enorme dentro de suas produções. Que colha bons frutos! Deixem seus feedbacks, se possível. Abraços!


Sandro Gomes

Sandro Ferreira Gomes, Professor de Língua Portuguesa, Conselheiro Municipal de Políticas Culturais em Gravataí/RS, Servidor Público, Porto Alegrense, admirador das belas artes, do texto bem escrito e das variedades de pensamento. 

Confiram podcast gravado com Sandro Gomes clicando Aqui


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