Zé Ramalho - A Peleja Do Diabo Contra
O Dono Do Céu
Considerado o Bob Dylan tupiniquim, Zé Ramalho é um compositor de “mão cheia”. Assim como Dylan, Zé é um cronista, mas um cronista do povo brasileiro, do seu cotidiano e suas agruras. Não se pode esquecer o lado místico e misterioso nas letras do compositor, que mostra ser versátil e criativo.
Paraibano, Zé Ramalho é de uma boa safra de cantores e compositores vindos do Nordeste, de talento impar, únicos e souberam com maestria, mostrar ao público e critica o que queriam dizer em forma de canção e mostrar que o Nordeste não se produzia só forró. Sem demérito ao estilo em que temos Luiz Gonzaga como seu grande expoente, mas mostrou toda a versatilidade de uma região, pródiga em grandes nomes da cultura nacional.
O ano era 1979, o cantor já havia lançado o disco de estreia no ano anterior. Tentando manter o sucesso do primeiro disco, A Peleja do Diabo Contra o dono do céu, também conhecido como Zé ramalho 2, foi gravado em um estúdio de oito canais da CBS, em Junho de 1979. Produzido por Carlos Alberto Sion ao lado de Paulo Machado que fica responsável pela regência e pelos arranjos de cordas e metais.
A ideia da capa foi de autoria do próprio Zé Ramalho. Financiado pelo cantor, pois a gravadora recusou-se a financiar a capa, pois já tinha investido pesado na produção do álbum. Na capa teve as ilustres participações de Zé do Caixão e da atriz Xuxa Lopes e do artista plástico, Hélio Oiticica.
O título do disco remete a literatura de cordel, também pelo filme O dragão da maldade contra o santo guerreiro de Glauber Rocha, uma de suas referências. O título do álbum é a primeira faixa. Que inicia com a brilhante frase, “Ói, com tanto dinheiro girando no mundo quem tem pede muito, quem não tem pede mais.”
Na faixa seguinte, o clássico atemporal, Admirável Gado Novo, que tem um pouco de Admirável Mundo Novo de Aldous Huxley e 1984 de George Orwell. A canção tem como um baião como base rítmica, é de cunho social e mostra a realidade brasileira.
Outra faixa de destaque é Garoto de Aluguel, em que o compositor pincela um pouco de drama e a música recebe arranjos só de cordas e fecha brilhantemente o lado A do disco.
Jardim das Acácias, quem participa da gravação é Pepeu Gomes, tocando guitarra elétrica. A música é um rock formidável e bem feito. Mostrando que o álbum é de mistura de estilos, num disco só e revelando o talento de Zé Ramalho e tornando A Peleja do Diabo Contra o dono do céu, clássico da música brasileira e reverenciado até os dias atuais
Daniel Filósofo |
Daniel Filósofo é cronista, jornalista, profundo conhecedor de rock'n'roll, torcedor do Fluminense e radialista Também escreve suas crônicas dominicais na coluna do Daniel Filósofo.
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