Capa: Ana Paula Otero |
III - CAVALGANDO COM TEX
UMA TARDE BONELLI
No próximo dia 30 de setembro o maior mito de quadrinhos de faroeste estará completando 75 anos de vida, e o ColetiveArts, pelo terceiro ano consecutivo, esta elaborando sua cavalgada de comemoração.
Este ano estamos marcando presença com matérias e entrevistas no blog, com mais uma exposição online inédita, a terceira dedicada ao caubói de camisa amarela e a seus pards, a III - Exposição virtual Cavalgando com Tex. Também estaremos publicando online o mais novo banner da exposição Dia Nacional do Tex, atualizando o mesmo, que tem a criação e curadoria do grande coletive GG Carsan. As exposições entrarão no ar no dia 30 de setembro.
O Coletive estará dando apoio e ajudando na realização daquele que promete ser o maior encontro Texiano já realizado no Brasil, a segunda edição de UMA TARDE BONELLI, que irá ocorrer no dia 30/09 e 01/10 em Porto Alegre/RS na Biblioteca Pública do Estado, na rua Riachuelo nº 1150, das 13h às 19h, um evento recheado de atrações para deixar todo o texiano e todo o fã de quadrinhos em êxtase.
No dia 30/09 e dia 01/10, lugar de texiano é em Porto Alegre!
JORGINHO: Como o Sandro Scascitelli se define?
SANDRO SCASCITELLI: Nós ilustradores de histórias em quadrinhos podemos nos considerar artesãos, aliás, fazemos parte de um processo criativo que conta com a contribuição de vários outros profissionais com quem somos chamados para colaborar. O artista deve ser livre para expressar a sua criatividade, nós, por outro lado, devemos trabalhar obedecendo algumas regras do mercado, tentando, com nosso profissionalismo, proporcionar ao leitor o melhor produto possível.
JORGINHO: Quando a arte entrou em sua vida?
SANDRO SCASCITELLI: Eu sempre desenhei, desde o primeiro momento em que eu peguei num lápis eu já percebi que desenhar era algo em que eu era muito bom e cultivei isso por toda a minha vida.
JORGINHO: O que você costumava ler quando era criança?
SANDRO SCASCITELLI: Não havia quadrinhos em minha casa. Minha família tinha condições humildes e os poucos recursos econômicos eram dedicados ao mínimo necessário, então de quadrinhos nem se podia falar. À medida que eu fui crescendo, pude me dedicar a prestar atenção em algumas revistas, mas sempre em segredo, pois os quadrinhos eram vistos pelos meus pais como uma forma de leitura que distraia de coisas mais importantes e necessárias.
JORGINHO:Quais as tuas maiores influências no desenho de quadrinhos? Como começou a tua carreira?
SANDRO SCASCITELLI: Eu vim para os quadrinhos depois que meu projeto de trabalhar com desenhos animados foi posto de lado. No inicio dos anos 1970 os desenhos animados da Itália não viviam um bom momento por lá, então eu procurei trabalho em um estúdio em Roma (Cartoonstudio), e comecei fazendo apenas o desenho a lápis nas páginas do Intrepid, Lanciostory, Skorpio, etc. Eu tenho sempre como referência grades mestres, de Sergio Toppi a Dino Battaglia, para Gianni de Luca, Jean Giraud, Alberto e Henrique Breccia, Hermann Huppen, ...alturas inalcançáveis desta nossa profissão.
JORGINHO: Fale para o leitor sobre Tex.
SANDRO SCASCITELLI: Vim desenhar Tex em 2011 depois de ter mais de trinta anos de desenho. Eu tinha voltado a minha atenção para as revistas de quadrinhos de autor (l'Eternauta, Comic Art, etc...). Com a crise no setor e o consequente cancelamento de muitos desses títulos, recorri à Sergio Bonelli Ediore pedindo uma oportunidade de desenhar Tex. Desde então, eu desenhei sete histórias de nosso ranger, em um total de 856 páginas e atualmente estou trabalhando em uma oitava história. Gosto muito do caráter de nosso herói e do período em que suas histórias são ambientadas, o western.
JORGINHO: Quem está roteirizando esta nova história em que você está trabalhando? Com quais roteiristas tem trabalhado? Você está acompanhando alguma história em quadrinhos além das que desenha?
SANDRO SCASCITELLI: Estou trabalhando em uma história escrita por Jacopo Rauch. Eu comecei a trabalhar na editora com Pasquale Ruju (três histórias), as quais se seguiram histórias escritas por Jacopo Rauch e Antonio Zamberletti, todos excelentes profissionais. Como leitor eu tenho muito pouco tempo para me dedicar, mas gosto de reler as histórias ilustradas pelos grandes mestres, é sempre útil e agradável olhar para eles e suas obras primas.
JORGINHO: Como você enxerga o mercado de quadrinhos na Itália e no mundo? Qual seu próximo projeto?
SANDRO SCASCITELLI: Desenho quadrinhos há mais de cinquenta anos e agora estou perto de encerrar essa minha aventura, e por isso meu olhar está mais voltado para o passado do que para o futuro. Gostaria de me dedicar, se eu tiver tempo, a alguns dos meus projetos que ficaram na gaveta.
JORGINHO: Nós brasileiros somos apaixonados por Tex e pelo seu trabalho junto ao personagem, e você Sandro, o que conhece de nosso país, de nossa cultura?
SANDRO SCASCITELLI: Infelizmente não muito, se tivesse oportunidade, eu gostaria de saber mais.
JORGINHO: Sandro, dia 30/09 e dia 01/10 estará acontecendo a segunda edição de Uma Tarde Bonelli, que neste ano estará homenageando os 75 anos do Tex e fãs do Brasil inteiro já estão de passagem marcada para a capital gaúcha, poderia mandar uma mensagem para esse povo que estará se deslocando e também para os milhares de fãs que estão orgulhosos de ter você como primeiro desenhista brasileiro de Tex?
SANDRO SCASCITELLI: O que eu posso dizer além de desejar-lhes uma boa leitura é vida longa aos nossos heróis!
Sinto-me honrado com tanta atenção de vocês, um grande abraço a todos vocês que estão lendo e a todos que estarão festejando!
"Eu sempre desenhei, desde o primeiro momento em que eu peguei num lápis eu já percebi que desenhar era algo em que eu era muito bom e cultivei isso por toda a minha vida." - Sandro Scascitelli |
Jorginho |
0 Comentários