ARTE E CULTURA



Trilogia do Trabalho Subalternizado 
de Adriana Granado

Começa hoje no quiosque mais amado do Rio Grande do Sul, o Quiosque da Cultura de Gravataí/RS, a exposição Trilogia do Trabalho Subalternizado da artista Adriana Granado, uma das vencedoras do tradicional Prêmio Dana de Artes Visuais. Adriana Granado é artista de Porto Alegre, trabalha com vídeo performance, é formada em Jornalismo, atualmente é mestranda em Artes Visuais pela UFRGS. Seu trabalho versa sobre as relações do corpo feminino nos ambientes institucionais da arte.

A série Trilogia do Trabalho Subalternizado discute a problemática do trabalho de manutenção bem como seu caráter de trabalho subalternizado, exercido principalmente por mulheres. Os vídeos que compõem o projeto Trilogia do Trabalho Subalternizado trazem à luz a invisibilização daqueles que exercem funções subalternizadas enquanto evidencia que a exposição de obras de arte, por exemplo, não pode acontecer sem um trabalho permanente de manutenção: de limpeza, segurança, atendimento. Tais tipos de tarefas mantém o sistema opressor em pleno funcionamento já que o trabalho de cuidado é indispensável e necessário ao funcionamento do patriarcado e do capitalismo racial e neoliberal.

O Arte e Cultura foi conversar com a Adriana Granado, para conhecer um pouco mias da artista e de seu trabalho.

ADRIANA GRANADO

JORGINHO: Quem é a a Adriana, como você se define?

ADRIANA GRANADOGaúcha, fotógrafa e também dedicada à arte do vídeo, mãe solo da Manu. Intensa, criativa e direta. 

Vídeo de ação “Ascensorista”

JORGINHO: Como você enxerga o cenário político cultural para as mulheres nos dias de hoje? Como tem sido a luta contra preconceito? 

ADRIANA GRANADO: O cenário excludente da história da arte é algo que vem reverberando em mim desde que tive contato com o levantamento chamado A HISTÓRIA DA ARTE de 2017 encabeçado pelos pesquisadores Bruno Moreschi e Ananda Carvalho em que constataram que a história da arte estudada no Brasil é constituída majoritariamente por homens brancos europeus ou estadunidenses. Dos artistas encontrados nos 11 livros mais estudados nos cursos de artes visuais no Brasil apenas 8,8% são mulheres. E ao mesmo tempo vemos nos cursos de artes mais mulheres que homens. Então há essa discrepância ainda hoje, ao passo que os museus são compostos em sua maioria por homens brancos, tanto em seus quadros de artistas como nos cargos de comando. Penso que o preconceito vem diminuindo e há mais espaço para as mulheres mas ainda há muito trabalho a ser feito. 

JORGINHO: Fale sobre o seu projeto A trilogia do Trabalho Subalternizado que está entrando em exposição no Quiosque da Cultura, o que iremos encontrar lá?

ADRIANA GRANADO: A exposição é composta pela exibição de três vídeos - Doméstica, Recepcionista e Ascensorista - e diversos uniformes de trabalhadores ao longo do espaço. Busca expor a invisibilidade dos trabalhadores subalternos mas que são essenciais para o funcionamento de espaços institucionais e eventos. Sem um trabalho permanente de manutenção, limpeza e segurança se torna inviável por exemplo a exposição de obras em museus. Ao transpor in loco esse trabalho eu mesma exercendo funções de recepcionista e ascensorista, trago ao sistema da arte a importância desse tipo de trabalhador. 

JORGINHO: Na sua opinião o que é preciso para romper os grilhões deste patriarcado arcaico, que insiste em aprisionar mente, espírito e alma ditando as suas regras?

ADRIANA GRANADO: Creio que é preciso se afastar, se libertar de quem dita estas regras para que possamos pensar com clareza e sem interferência dessas crenças limitantes. Assim poderemos vivenciar novas experiências e descobrir maneiras de viver em sociedade, no mercado de trabalho, com nossos amigos e amores. Iremos repensar a educação que passamos para nossos filhos orientando para que o masculino e feminino vivam em harmonia unindo forças e fraquezas. afastando a subserviência, arrogância, e outros sentimentos que o patriarcado carrega.

JORGINHO: Deixe sua mensagem para o leitor do Arte e Cultura

ADRIANA GRANADO: Consuma arte de artistas mulheres, desde a literatura até as artes visuais, especialmente as brasileiras. pesquise a história de artistas e desconfie da história oficial que nós é contada há muito tempo.

Trilogia do Trabalho Subalternizado

8º Prêmio Dana de Artes Visuais

Adriana Granado

Abertura oficial: 09 de outubro, 18h30m

Visitação: de 09 a 31 de outubro

Encontro com a Artista: 15 de outubro, 14h

Local: Quiosque da Cultura (Praça Leonel de Moura Brizola - Gravataí/RS) - 51 3600.7345 ou smgcc.quiosque@gravatai.rs.gov.br - segunda a sexta-feira, das 9h às 17h

Adriana Granado

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"Iremos repensar a educação que passamos para nossos filhos orientando para que o masculino e feminino vivam em harmonia unindo forças e fraquezas. afastando a subserviência, arrogância, e outros sentimentos que o patriarcado carrega."
- Adriana Granado


Jorginho

Jorginho é Pedagogo, Filósofo, graduando em Artes, com pós graduação em Artes na Educação Infantil, ilustrador com trabalhos publicados no Brasil e exterior, é agitador cultural, um dos membros fundadores do ColetiveArts, editor do site Coletive em Movimento, produtor do podcast Coletive Som - A voz da arte, já foi curador de exposições físicas e virtuais, organizou eventos geeks/nerds, é apaixonado por quadrinhos, literatura, rock n' rol e cinema. É ativista pela Doação de Órgãos e luta contra a Alienação Parental.

"Quanto mais arte, menos violência. Quanto mais arte, mais consciência, menos ignorância."
- Ricardo Mendes

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