NAVALHAS AO VENTO

 

CIDADE QUEIJO SUÍÇO, MAS COM RUA PRIVADA

Juro que não consigo entender os gravataienses abobalhados, batendo palminhas para uma rua privada em detrimento do descaso do restante da cidade.

Sou uma idosa, no último dia 16 de outubro completei 62 anos. Minha idade já exige certos cuidados, principalmente com quedas e fraturas ósseas. E assim como eu, a cidade abriga muitos outros idosos, muitas pessoas com deficiências visuais ou outra que restrinja a locomoção. Mas isso não é prioridade deste governo que, por sinal, foi reeleito por uma turma de “focas adestradas” que ficam batendo palminha para a rua privada e outras babaquices.

Hoje, após uma consulta no Instituto de Ortopedia de Gravataí, onde engessei o pé direito em função de uma pequena fratura, ao atravessar a Dr. Sirches, esquina com José Loureiro da Silva, bem em frente a Panvel, virei o pé lesionado dentro do buraco que se formou no piso tátil e caí deitada na calçada. Já era noite, a escuridão ofuscou minha visão e não vi o grande desnível que me derrubou. Neste momento estou com o joelho sem movimento e a mão direita arranhada além de ter estragado o óculos que ainda nem paguei.

As calçadas de todo o centro estão destruídas, esburacadas, sendo um perigo para quedas. Quantos idosos já não caíram, já não se machucaram e ficaram quietos por não ter para quem reclamar, afinal agora o prefeito se esconde da população na antiga Ulbra, local com pouca acessibilidade, principalmente para quem não tem carro. Quantos idosos com bengalas ou muletas perdem o equilíbrio nestas calçadas mal feitas onde o dinheiro público escorreu pelos esgotos?

A cidade está um caos e ainda tem gente babaca que o elegeu novamente. Espero, de coração ver cada um se machucando, caindo, esfolando joelhos ou que seus pais se machuquem, seus idosos...

Além da dor física, a dor moral de ficar deitada no chão sem poder levantar, quase chorando de tanta dor, a vergonha de ter que ser levantada pelo rapaz que trabalha na farmácia, a dor no bolso de quem não tem de onde tirar dinheiro para ir ao médico e nem comprar o remédio da receita. A dor do pé quebrado que foi prejudicado pelo tombo... a dor no bolso por precisar de um novo óculos...

Uma cidade queijo suíço, toda quebrada, com calçadas superfaturadas e destruídas... uma cidade sem árvores e sem vida... Uma cidade que não respeita seus idosos... ah... mas é comparada com Gramado porque tem uma rua que não é mais rua... uma rua que foi roubada da população para servir a uma pequena turma de “amiguinhos do rei”...

O resto da cidade que fique sem calçadas, que fique toda quebrada bem como seus idosos... O rei já foi reeleito, agora é pensar em como destruir o resto da cidade. E os idosos... que morram...


Isab-El Cristina Soares


Isab-El Cristina Soares é poeta, membro do Clube Literário de Gravataí, autora de 6 livros.  Graduada em Letras/ Literaturas, pós-graduada em Libras, é Diretora Cultural do ColetiveArts.

Escute o episódio do podcast Coletive Som gravado com Isab-El , clicando Aqui.

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7 Comentários

  1. Uma cidade que não tem vergonha de ser submissa.
    Waldemar Max

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    1. Oi, Max, sou a Isab. Verdade, as pessoas se contentam com migalhas e não exigem o essencial para uma vida digna. Obrigada pelo retorno.

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  2. Há cidade de Ferro está cada dia mais cinza. Acho triste ocupar espaço público com empresa privada. Não ficou legal. E piso tátil está solto em vários pontos no centro já quase caí também.

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    1. Olá, Santos, sou a Isab. Não apenas triste, mas ocupar espaço público com empresa privada, para mim, é roubo. A população tem que ser prioridade e não os amiguinhos do rei. Obrigada pelo retorno.

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  3. Cristina e a sua ira santa. Muito bem!!!

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    1. Oi, poucas pessoas me chamam de Cristina. Tudo bem, Nestor ou Marli? kkk. Minha ira não é santa, é ódio mesmo... e muiiiiita dor... kkkk. Obrigada pelo retorno.

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  4. Sempre disse que é uma rua privada em cima de uma praça pública. Nem pode ser chamada de rua. No máximo um corredor para tem dinheiro para pagar.

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