VERSOS AO VENTO

 Solo Orquestrado

Mais barulho na cama quando se ama:

O silêncio é um porre sem graça,

Nunca percebido dantes do instante

Que se faz e do centro escorre.


Faminta estava por teus uivos

Em batalhas de soldados bravos,

Como quem devora nua carne

E os dedos suculentos lambe.


Metia virtude com a boca

E com a boca virtude metia,

Sem pudor nem galantaria,

Pois me punha tão louca.


Como pode alguém amar

Sem saber se expressar

No banquete da euforia

Que se punha a penetrar?


Destampa tua voz oca criatura!

Faz algazarra, enfurece a coita,

Ressoa num sinal trêmulo que seja

Do transe que tanto deseja.


O vento gemia na floresta,

Orquestrava parceria em festa

Aos ecos solitários de uma voz

Tão potente e feroz.


Era febre pura, cavalgo

A me atear fogo por dentro,

A saber se era mesmo

que te ouvias por certo.


Na ausência de murmuração

Punha no sítio mais emoção,

Dava-me saliva viva no grelo

E na arte de executar um solo.


Andréia Kmita


Andréia Kmita é natural de Campo Mourão - Paraná (25/04/1977), região Sul do Brasil, migrou com a família de ascendência italiana e ucraniana para o Norte do país. Docente na Educação Básica (Ensino Médio) na SEDUC/MT desde 1992. Graduada em "Letras"(1999/FADAF). Mestre em Literatura e Crítica Literária (2018/PUCSP). Pós-graduada em “Psicologia e Coach” (2020/Faculdade Metropolitana de Ribeirão Preto - SP). Em 2021 cursou “Terapia Cognitivo-Comportamental: Princípios Teóricos e Epistemológicos” e “Introdução a Psicanálise Freudiana” no Portal de Psicologia (in)Formação. Fez parte de grupos de pesquisa na PUC-SP sobre poesia e crítica literária em 2015 e 2016. Integrou o grupo de pesquisa da Profa. Dra. Telê Ancona Lopez USP (FFLCH) 2015/2016/2017 sobre o “Trabalho do Crítico”. Atuou como Coordenadora Pedagógica na escola especializada em Educação no Sistema Prisional de Mato Grosso de 2019 a 2020, onde escreveu documentos de suma importância para o Estado de Mato Grosso no segmento educacional PPL (Privados de Liberdade). Em 2021, iniciou o Doutoramento na FLUC (Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra) em Línguas Modernas: Culturas, Literatura e Tradução. É Poetisa, escreve contos e roteiros de curtas, escritora de projetos políticos educacionais e culturais. 

"Quanto mais arte, menos violência. Quanto mais arte, mais consciência, menos ignorância."
- Ricardo Mendes

COLETIVEARTS, 06 ANOS DE VIDA,
CONTANDO HISTÓRIAS, 
CRIANDO MUNDOS!


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1 Comentários

  1. Meu fazer amor iniciou tímido
    A insegurança da primeira vez
    Mas a vontade e o sentido
    Nos levaram a amar e assim se fez.

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