Uma obra vinda DO INFERNO
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Perto do final do Século XIX, corpos de prostitutas começam a aparecer; a maioria de mulheres pobres, sem esperança de um futuro promissor. Muitas nem sabem onde dormir. Sem dinheiro até para comer, essas mulheres eram taxadas como “pecadoras” e loucas, um lado da sociedade que ninguém se importaria se “diminuísse”, mesmo que de forma violenta, mas de maneira meticulosa e artisticamente mortal, se é que possamos descrever a perfeição de cada assassinato.
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O que Alan Moore quis mostrar foi uma origem que nunca foi contada ou mostrada de maneira desleixada em filmes e contos sem amarrações lógicas. É exatamente ao que o grande artista (e inteligentemente audacioso) mexe com preceitos da moral com a Coroa Britânica. Assim como ele representou uma origem básica extraordinárias de Coringa, na obra “A Piada Mortal”, aqui ele sugere, sem medo de mostrar uma lógica pessoal e descompromissada que a Rainha Vitória foi diretamente a responsável pela criação do famoso assassino de prostitutas: Jack, o Estripador.
Moore mostra, em sua narrativa, uma boa explicação de como teria surgido o personagem icônico, juntando fatos históricos com fantasia e muita reflexão. Mas nenhuma incoerente, senão audaciosa e muito perigosa – pelo menos ao meu ver, pois mexer com a Coroa Inglesa resultaria resultados perigosos. Mostra muito mais do que no filme com Johnny Deep.
A arte pode não ser tradicional, mas impacta em alguns momentos, com detalhes que podem embrulhar o estômago. Mas tudo está ali por um sentido. Não é uma obra para fracos. As cenas de tortura parecem transmitir sensações de arrepios, ainda acrescentando cenas de sexo. Preparar o psicológico será a melhor maneira de viajar nesse conto audacioso da mente sombria do escritor inglês.
A leitura é densa, lenta, com linguagem filosófica e traz toda a abominação, sofrimento e horror de cada mulher estando nas mãos de um assassino. Se você não está acostumado com esse tipo de temática, não leia, pois vai tirá-lo da zona de conforto.
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Alan Moore traz uma obra para quem tem estômago forte, sabe apreciar uma história adulta e muito bem fechada nos detalhes. Uma obra pra ler, apreciar, se comover e guardar pra sempre.
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Alan Moore |
TRAILER "DO INFERNO":
1 Comentários
Muito legal sua análise. Aqui foi o Cristóvão
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