UM PAPADO FEITO DE INEDITISMO E RESPEITO
O menino Jorge Mario Bergoglio, nascido em Buenos Aires no dia 17 de dezembro de 1936, não imaginava que sua morte seria sentida por todo o mundo 88 anos após seu nascimento. Assumiu o papado no dia 13 de março de 2013, tornando-se o 266º Papa, o Papa Francisco tornou-se querido por todo o mundo, até mesmo por pessoas de outras religiões.
Deixei de ser católica para me tornar umbandista em 1976, mas sempre acompanhei através da telinha os atos dos papas, afinal o papado é assunto mundial. Durante este tempo tivemos quatro representantes a igreja no Vaticano: Paulo VI (1963-1978), João Paulo I (1978), João Paulo II (1978-2005) e Bento XVI (2005-2013). Mas foi após 2013 que o Papa chamou minha atenção.
Papa Francisco chegou ao Vaticano com seu sorriso cativante e pensamento contemporâneo e fez de seu mandato uma luta constante pelos menos favorecidos. Demostrava o maior carinho pelos fieis latinos, mas amava o ser humano em geral. Cativou os jovens ao dizer que eles deveriam ser “revolucionários, não no sentido político, mas no de se rebelarem contra a cultura do provisório, da acomodação, e a darem um passo para a frente. Que se rebelem contra a corrente. Diz que os jovens são capazes de assumir responsabilidades e amar a verdade, e que se esforcem para ser felizes. (G!)”
Gostava de quebrar protocolos. No início da pandemia concedeu indulgência plenária aos mais de 1,3 bilhão de católicos de todo o mundo. Num período em que outras religiões, inclusive a minha, exigiam a presença de seus fieis, Papa Francisco, em respeito à vida, tomava para si a responsabilidade de rezar por todos. “Entre as diversas imagens e palavras que marcaram seu legado como papa, uma das mais marcantes ocorreu em 27 de março de 2020, no auge da pandemia de Covid-19. Em um momento marcado pelas medidas de isolamento social e o medo generalizado pela pandemia que avançava e deixava milhares de doentes e mortos em todo o mundo, Francisco rezou pela humanidade sozinho na imensa e vazia Praça de São Pedro .” – www.g1.com.br
Para ele as igrejas deveriam permanecer com as portas abertas para acolher a todos que a ela recorressem. Com alegria e simplicidade acolhia a todos da mesma maneira. Transgrediu ao delegar postos às mulheres dentro do Vaticano. Disse que sem as mulheres quem perderia seria o Vaticano.
Mas até no meio papal temos os “conservadores”. Coloco a palavra “conservadores” entre parênteses por julgar que o conservadorismo é o que se mantém sem evolução, parado, estagnado... morto. Em maio de 2019 um grupo de 19 sacerdotes acusam o Papa Francisco de heresia. “Em carta aberta, grupo ultraconservador pede investigação do atual papado por "r contra mandamentos da igreja" em assuntos de cunho moral.” De acordo com www.g1.com.br “Os motivos da "heresia" dizem os signatários, é que o papa teria suavizado posições que, na opinião deles, vão contra os mandamentos da igreja em diferentes assuntos: os acusadores afirmam que Francisco não tem se oposto veementemente o bastante ao aborto, tem dado sinais de abertura do Vaticano a homossexuais e divorciados, e tem se aproximado de protestantes e muçulmanos.”
Papa Francisco amava o ser humano. Simples assim. Não se opôs ao aborto nem ao divórcio. Com relação aos homossexuais disse: “Quem sou eu para julgar? Homossexualismo é uma condição humana.” Defendia e abençoava o casamento homoafetivo. Francisco olhava para a periferia do mundo quebrando tabus e promovendo a misericórdia em defesa daqueles que são massacrados. Sua luta foi pelo clima, meio ambiente, aquecimento global, guerras, priorizou os mais necessitados, pessoas excluídas, respeitando cada um como é
O popular e querido cardeal já sinalizava a que viria ao escolher o nome de Francisco. Expresso meu maior respeito e admiração pela vida e obra deste argentino que conquistou católicos e não católicos.
No dia 21 de abril de 2025, no Vaticano, o Papa Francisco fecha os olhos para sempre em decorrência de um acidente vascular cerebral - AVC . Agora inicia-se novo Conclave e em breve ouviremos novamente: Habemus Papam (temos um papa) enquanto a fumaça branca sobe aos céus. Espero que o próximo papa siga o que o papa Francisco nos ensinou. E que não venha um “conservador” destruir tudo o que ele conquistou nestes 12 anos.

4 Comentários
Ótima retrospectiva. Parabéns e que venha um novo Francisco, estamos precisando.
ResponderExcluirOi, Nestor, sou a Isab. Queira Oxalá que o próximo papa seja metade do q foi o Velho Chico. Esse fazia o q Jesus ensinou.
ExcluirÓtimo texto, como sempre!
ResponderExcluirOi, Tânia, obrigada pelo carinho, minha leitora fiel. Bju
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