UM POUCO DE HISTÓRIA

 Ficção ou Realidade: falsa dicotomia

Olá!

Aqui está a quarta história das Aventuras do Detetive Oswaldo, sem dúvida, uma conquista e, como toda a conquista, resultado de muito esforço, dias e dias de trabalho, cabeça quente buscando soluções para as enrascadas que os personagens se metem (é verdade, os personagens parece que ganham vida própria e assombram a mente do autor, às vezes é divertido, outras vezes é instigante, mas, enquanto o autor não sair por ai falando com o Oswaldo, a Alethéia e a Dona Stella, como se estivessem ao seu lado, acho que, ainda, não há necessidade de medicação). Por isto, reafirmo, está nas suas mãos uma conquista.

Esta percepção de esforço para produzir uma história e colocá-la no papel não é comum a todos. Já vi, diante de um trabalho, seja qual for, algumas pessoas usarem a seguinte expressão: “quanta paciência”. Ora, meus amigos, vamos combinar que paciência é esperar uma hora na parada por um ônibus que, muitas vezes, já vem lotado. Dizer que tijolo por tijolo, para erguer uma parede, palito por palito, para montar a maquete de uma ponte, palavra por palavra, para escrever um texto, é resultado de paciência é ignorar e, até mesmo, menosprezar o esforço e a dedicação de quem realizou aquele trabalho. Além do mais, este assunto me fez perder a paciência, pois, se você, depois de tudo o que foi aqui exposto, continua pensando o contrário, vá carpir um pátio e não enche o saco com esta história de paciência, até porque, do céu só cai chuva e avião de carreira.

Depois deste pequeno parágrafo de desabafo, vamos ao assunto do título, escrito no alto desta página.

Muitos já disseram que a arte imita a vida e, outros, que a vida imita a arte. Penso que, depois de uma certa vivência, surpreendidos por notícias que, até o dia anterior, jamais imaginaríamos que ouviríamos, não é possível negar nenhuma das hipóteses acima. Quem já não ficou tonto diante de uma situação totalmente inesperada, algo surpreendente, que imaginava existir apenas nos livros de ficção ou nas novelas ou nos filmes? Quantos exemplos históricos comprovam que, o que era impossível, uma ficção, para as pessoas de uma época, hoje faz parte do nosso cotidiano e, certamente, o que consideramos impossível hoje, talvez, se torne realidade amanhã. Afinal, abaixo do céu e acima desta terra tudo é possível.

Nesta linha de raciocínio, podemos perceber que escrever sobre realidade e ficção não é escrever sobre temas tão distantes e distintos assim. Pedindo licença, vou usar As Aventuras do Detetive Oswaldo como argumento. Todas as suas aventuras se passam em um determinado tempo e espaço históricos, dentro de um contexto político e social, com o qual os personagens interagem, ora aceitando, ora se rebelando contra o status quo. Mesmo sendo histórias fictícias, não foram inventadas fora da realidade histórica do autor e esta realidade obriga as pessoas a assumirem posições políticas, filosóficas e éticas diante da vida, o que, certamente, de forma consciente ou inconsciente, vão influenciar e se manifestar na produção textual de quem ousa colocar sua imaginação no papel. Aliás, penso que se a imaginação olha para o céu ela tem que ter os pés bem firmes na terra, do contrário vai cair (a gravidade não perdoa). Mesmo a mais louca ficção foi criada por um autor que vivia numa determinada realidade histórica, não é verdade?

Esta aventura, que está em suas mãos, não foge do que foi escrito acima. As ideais para produzi-la não vieram do céu e, suavemente, se alojaram na mente do autor. Este processo de criação é resultado da relação dialética entre o autor e a realidade em que vive, transmitindo, através da sua obra, suas posições políticas, filosóficas e éticas. Quem já leu as três histórias sabe muito bem a que me refiro, está tudo ali, explicitamente colocado, afinal, mesmo que não se de conta, ou não queira, o autor se mostra na sua obra e o leitor se identifica ou não com o que é mostrado, gerando um movimento dialético, em que ora concorda, ora discorda, ora aceita, ora recusa mas, não podemos negar, deste atrito surge algo, um resultado, afinal, nenhum texto passa impunimente pela leitura de alguém que busca conhecer, se divertir (dar risadas, mesmo) e refletir sobre a sua própria vida.

Espero ter confundido mais do que esclarecido.

Tenha uma boa leitura. Abraço.

NESTOR OURIQUE MEDEIROS


"Quanto mais arte, menos violência. Quanto mais arte, mais consciência, menos ignorância."
- Ricardo Mendes

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1 Comentários

  1. É isso Nestor. O processo criativo da escrita tem um tempo totalmente distinto de quem espera numa parada de ônibus. Pois não se trata de uma demanda obrigatória, mas de um respiro criativo.

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