CINE METRÓPOLE

 Manchester a Beira-Mar 


Neste filme independente de 2016, conta-se a história de Lee Chandler (Casey Affleck, e sim, você conhece o nome: ele é o irmão mais novo de Ben Affleck), um zelador solitário e fechado. Lee é complexo, capaz de, numa mesma noite, recusar a cantada de uma mulher em um bar, e por nada, provocar uma briga com 2 desconhecidos.

Claramente, Lee tem um problema mal-resolvido dentro dele e só descobriremos ao longo da história. 

Lee é avisado de que seu irmão mais velho, Joe (Kyle Chandler), sofreu uma parada cardíaca e não resistiu. Com isso, Lee tem que voltar para sua cidade natal, Manchester-by-The-Sea (daí o título do filme) e ajudar nos preparativos para o funeral (é inverno e o solo está congelado, portanto eles deverão esperar algumas semanas para sepultar Joe).

Chegando na cidade, Lee descobre que foi nomeado pelo irmão, tutor de seu sobrinho, Patrick. Isso desespera Lee, pois ele não quer ficar na cidade, pois tem lembranças dolorosas.

Ao longo do filme descobriremos que lembranças dolorosas são essas e entenderemos os motivos de Lee ter se fechado para a vida. Acompanharemos sua luta interna para se reconectar com seu sobrinho, enquanto luta com sua silenciosa dor.

Manchester a Beira-Mar não é um filme pesado, mas dói o tempo todo. Fala sem nenhum enfeite, sobre lidar com o luto e sobre como algumas vezes, não importa o quanto você é forte. Você não supera. E segue sendo forte. Mas não, você não supera. E nunca superará.

A atuação de Casey Affleck é planejadamente  contida. E você sente a todos momento, a dor que ele carrega. E entende. Você passa o tempo inteiro com a mão no ombro dele, porque quer ampará-lo. Mesmo que Lee Chandler seja um personagem que simplesmente NÃO QUER ser consolado. 

Michelle Willians está mais uma vez maravilhosa como a ex-esposa de Lee.

Manchester a Beira-Mar é um filme que pode tranquilamente ser colocado numa lista dos maiores filmes de todos os tempos. Mas que também pode não ser colocado. E estará tudo bem. Porque o que fica, no final, é a dor que se sente o tempo inteiro, ao assistir o filme e a sensação de que ele levou parte de você, com ele. É o tipo de filme que você não vai querer assistir uma segunda vez e ao mesmo tempo vai querer, desta vez acompanhado, para notar se deixou escapar algo. 

As cenas da delegacia e do reencontro de Lee e sua ex-esposa na rua, são duas das cenas mais dolorosas que já assisti em toda minha vida. E a trilha sonora milimétrica ajuda muito no que se sente, ao assistir essas cenas.

Casey Affleck levou o Oscar de Melhor Ator, por sua atuação, e o filme ainda levou o Oscar de Melhor Roteiro Original.

É um filme doloroso. Mas necessário, no que  se quer entender sobre luto e dor.

O filme está disponível na Netflix e na Amazon Prime.


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Davison Silveira


Davison Silveira é escritor e sonhador. Não ganhou dinheiro com nenhuma das duas, mas continua achando que as respostas da vida estão em alguma canção do Belchior, num disco de Dylan, num livro de Kundera, numa revista do Asterix e nos beijos de Denise. Para ele o sentido da vida é Centro-Bairro. E segue sua vida esperando o retorno daquele que veio dos Céus para nós salvar: Goku. Ou que finalmente resolvam fazer a versão 600 ml do refrigerante Teem

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- Ricardo Mendes

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