DANIEL FILÓSOFO

 

Santana made in favela

Honório Santana é daqueles cidadãos da terra. Mas daqueles que só se encontra no submundo e considerado subversivo. Santana como popularmente é conhecido, vive na Serrinha. Comunidade localizada em Madureira, historicamente é ligada a Portela e ao Império Serrano e ao  Jongo da Serrinha.

Nascido e criado no morro, Santana tem a régua e compasso que as ruas lhe deu. Sua mãezinha criou só o único filho. O pai abandonou dona Eulália ao saber da gravidez e nunca mais deu notícias. O rapaz cresceu sabendo do abandono do pai, mas isso não deixou revoltado e sua mãe dialogou muito com o filho e o criou com muito esforço e o rebento teve uma vida de príncipe, dentro das condições  de sua mãe.

Santana sempre foi um cara esforçado e estudioso. Formou-se pela UERJ em Literatura e dá aula num curso pré vestibular na mesma Serrinha, onde nasceu e virou homem formado. As vielas do morro lhe deram malemolência e Santana sabe entrar e sair de qualquer lugar, numa sagacidade boa. Isso lhe fez ser respeitado na comunidade, por ser um rapaz inteligente, humilde e muito simpático. Sempre orienta os jovens e ajuda os mais  velhos.

Santana sempre teve a cabeça fervilhando de ideias, resolveu criar com um amigo dos tempos de universidade, um grupo de teatro e cultura lá na Serrinha. A princípio não tinha um nome definido e foi ficando assim. Acabou que ficou batizado Sem Nome. O intuito era formar atores e músicos e a moçada ter uma formação intelectual e cultural. Conforme o tempo foi passando, criando-se novas turmas e o espaço foi crescendo, a primeira turma já experiente, resolvem criar apresentações cênicas e musicais pelas comunidades e por outros espaços na cidade. Isso foi gerando repercussão para o Sem Nome. Foi gerando credibilidade, sucesso e novos interessados em  participar do projeto. Mas Santana e seu amigo, não deixaram que o grupo perdesse a essência e o verdadeiro intuito inicial que era dar oportunidades da turma menos favorecida, ter  acesso a cultura.

O grupo Sem Nome foi um polo de exportação de atores, músicos, técnicos e escritores. Uma boa matéria prima surgida da Serrinha. Não era só moradores que usufruíam do espaço. Moradores de outras comunidades iam lá aprender e soube aproveitar bem do espaço cultural.

Daniel Filósofo

Daniel Filósofo é cronista, jornalista, profundo conhecedor de rock'n'roll, torcedor do Fluminense e radialista. Também escreve a coluna "A música segundo o Filósofo".

Daniel também é o responsável pelo projeto Rock Roll Old School Webrádio pelo RadiosNet, confira AQUI


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