Inquietude

Mesmo fazendo o que lhe agradava, sentia uma inquietação interna. Algo fazendo barulho, que não podia ser controlado. A vontade era de sair caminhando, sem direção. Se pudesse, arrancava do peito e do estômago a sensação incômoda, mas nada adiantava.

Pensava que precisava lidar com isso. Não tinha solução para acabar de vez com o terremoto interno, só sentar e assistir placidamente tudo ruir aos poucos. Impotente. Incapaz.

Que nome dar a esse companheiro voraz que não pede licença para se instalar, aparece quando melhor lhe convém, atormenta a paz de espírito e nos tira do lugar de conforto? Como lidar com a inquietude dos dias que seguem cheios de neblina?


Texto: Patrícia Maciel, Arte: Jorginho

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