Restos Mortais


o homem de bronze
deitado na calçada
encostado na parede
no meio da sujeira

não desperta interesse
ou mera curiosidade
dos que passam apressados
restos desprezados

braços dobrados
pernas encolhidas
cada parte retorcida
em uma tensão pacifica

a chuva começa a cair
molhando o cadáver
que respira ofegante
em um bailar de pele e osso


                 Texto: Fabio da Silva Barbosa
Arte: Nathália RL

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