Sonoro



   Reverbera nas ondas musicais silêncio e lágrimas, em um sentimento de que a cidade lá fora
se configura apenas como paisagem. Do lado de cá, o homem na solidão se isola, voltado para si, é somente dor e saudade. O rádio, no seu lamento, lembra quem passa.Passa o tempo, a vida, a dor e a alegria. O homem entende apenas a permanência do lugar sombrio, da sonoridade incerta e fria.
Nada mais deseja para si além de outro dia, com outro som, na porta aberta, o arrefecimento da covardia.
  Só, sonoro, o som de caminhar na busca preguiçosa de outro estar.

Texto: Patrícia Maciel
Arte: Jorginho           

Postar um comentário

0 Comentários