Malditos Teclados Bailarinos


No meio da ponte as cólicas começaram. Olhou para a frente do ônibus e viu o quanto faltava.
Foi até o motorista.
-Impossível. O ônibus não pode parar no meio da ponte.
- Mas, meu amigo… Você não está entendendo…
- Eu tô, você que não tá. Não dá e pronto.
Voltou para seu lugar. Pensou em botar a bunda na janela. Torceu o corpo pra lá e para cá.
Não ia ter jeito. Aguentou o máximo. Em determinado momento a missão se tornou impossível.
A merda brotou enchendo rapidamente a cueca, se espalhando pela bunda sentada no banco.
Deixou para descer no ponto final. O motorista olhando com ar de reprovação. Se soubesse
que a história iria terminar assim, se cagaria logo. Mas não tá morto quem peleia. Temos, pelo
menos, de tentar.


                                                                                                     
Texto: Fabio da Silva Barbosa       

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