COLAGENS DA CRIS



Quarentena

    Tem dias que acordo meio John Lennon. Apesar de sempre ter deixado claro que nessa casa
"não gostamos do John".

Acordo, assim, com aquela mistura de esperança e revolta. E o que faço com isso? Ponho-me a
escrever. Leio as notícias, para alimentar a revolta. Aumento a música, que dá vida a
esperança. Sirvo um café, sento ao chão, no patio, com lápis e caderno em mãos e assim passo
a ser um pouco John Lennon.

Nestes dias, sombrios e solitários de quarentena, venho refletindo o que seria das nossas vidas
sem a arte. Para mim, seria nada.

A arte não vem apenas com o propósito de entreter. Ela fala e vive. A arte é política. E o
artista, em si, é um ser político.

Você já parou para pensar onde está seu artista preferido durante esta pandemia? O que está
fazendo sobre isso? São questões que lhe vem a mente quando consome uma música ou
série? E os artistas locais? Algum pensamento sobre eles?

Sei, apenas, que a arte salva vidas. Não apenas a do artista. Mas está salvando vidas agora.
Milhares de vidas. Das mais variadas formas. Desde que com doações feitas por um artista
internacional ou pela leitura de um texto anônimo. Mas está.

A arte salva vidas.
Sem arte,
Não há vida.

Cris Bastianello

Postar um comentário

0 Comentários