MALDITOS TECLADOS BAILARINOS



Pegou o dinheiro e foi direto para a maquininha. O pagamento veio mais gordo devido as horas extras que havia feito. Com certeza o prêmio estava para sair. Botou a nota e fez a aposta. Ainda não foi dessa vez, mas sentia que faltava pouco. Nova nota e nova aposta. Ia dobrar o dinheiro e com o prêmio podia comprar o tênis que o filho tanto queria. Pediu uma cerveja. Olhou as figuras girando. Nova tentativa. Ganhou alguma coisa, mas o prêmio acumulado era o objetivo. Enfia nota, faz aposta e espera prêmio que nunca vem. Volta e meia pinga alguma coisa, mas ainda não é o que está convicto de ganhar. Pede outra cerveja e assim passa a tarde. Quase sem dinheiro, vê que agora não dava para recuar. Tinha de ir até o fim. “Você acha que iam inventar máquina para dar dinheiro pros outros?” Brinca Cana Brava. Mas ele não escuta.Tinha de pensar em outra desculpa. Talvez repetir a do assalto. A cidade anda muito perigosa.

Fabio da Silva Barbosa


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