DANIEL FILÓSOFO


 O Subúrbio

Ah o subúrbio e suas peculiaridades. Cada bairro do subúrbio tem suas nuances e particularidades. Só quem vive por lá sabe o que tem e rola por essas bandas. Você de longe percebe de longe quando a pessoa vem de lá. Pela sua simplicidade e os brilhos nos olhos quando está num lugar fora de seu lugar comum.

Quando o fim de semana chega, é onde todos se encontram em algum lugar do bairro. Na manhã é a tradicional feira matutina, em que no final sempre acabava a turma se encontrando no bar pra beber uma cerveja e comer um frango assado ou outro aperitivo qualquer e quase sempre atrasar para o almoço.

E quando chega o verão? O pai sempre tem que montar a piscina sozinho ou quando os filhos já estão grandes, é aquela briga para montar a piscina e no fim todos riem da situação. Depois do banho na piscina, rola aquele churrasco na laje, pegando um belo bronzeado sem precisar ir à praia.

Mas por falar em praia, é o acontecimento do fim de semana do suburbano. Tem família ou grupos de famílias que junta todo mundo numa Kombi e parte para o litoral ou Zona Sul e vai curtir o que há de melhor no mar. Quando se vai de carro para a praia, à mãe um dia antes já prepara os quitutes que vai levar para o passeio. É praticamente um pique nique. É aí que conhecemos a expressão “farofeiros”. Também tem a turma que pega o busão e parte pra praia. É aquela festa dentro da condução e o motorista tendo que se manter frio para não perder o foco no trânsito. No fim dá tudo certo, e o povo chega no destino .A volta que é terrível. Aquele transito medonho e as crianças dormindo dentro do carro ou no colo de alguém dentro do ônibus.


Na praça do bairro de dia tem aquela cena clássica: A velha guarda jogando dama e dominó durante o dia. Rola até campeonato valendo grana. Mais nunca sai nenhuma briga, é tudo dentro da disciplina e respeito. E sempre sobra tempo para os coroas discutir o que acontece no cotidiano e sempre rola aquele “psiu” quando passa uma moça bonita por perto. Nunca dá em nada, mais vai que cola.

No campo de várzea do bairro, é o espaço da garotada. Lá os meninos pensam ser o novo Pelé. No campinho, a criançada deposita os seus sonhos em que ser um jogador profissional, mesmo não tendo talento para o esporte. Da várzea já saíram muitos craques que abrilhantaram os nossos times. No Domingo sempre o campeonato do bairro. Sempre vem time de outros bairros do subúrbio participar do campeonato. É uma verdadeira festa. Em volta do campo, parece o maracanã em dia de clássico. Aparece todo mundo do bairro prestigiar os moleques jogarem. Ao final da partida, sempre rola uns comes e 
bebes para os meninos. Cada comerciante do bairro contribui com um pouco e todo mundo sai satisfeito e de barriga cheia.

Essas e outras são as peculiaridades e um pouco do dia a dia do povo do Subúrbio, que apesar de morar distante da “menina dos olhos” da Tv e da prefeitura, sabe se divertir e viver numa boa sua vida e é feliz cantando e dançando o ano inteiro, apesar das agruras da vida.


Daniel Filósofo é cronista, jornalista, profundo conhecedor de rock'n'roll, torcedor do Fluminense e radialista na Rádio Rota 220.Também escreve a coluna "A música segundo o Filósofo".

 

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6 Comentários

  1. 👏🏾👏🏾👏🏾 Alegria de viver !

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    1. A minha alegria é ter você como um excelente amigo de todas horas

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  2. Adorei o texto, mais uma crônica sensível.

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  3. Massa meu camarada, tirando a ida para a praia, aqui no RS e bastante parecida.

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  4. Massa irmao.. aqui no RS tirando a praia, a rotina se assemelha, pelo menos no meu bairro de criacao, viajei ate la. Parabens.

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