Rayssa Leal "Fadinha"
Segunda-Feira, 26 de julho ... inverno de 2021, Jogos Olímpicos de Tóquio em andamento ... meu dia começa bem; acordo cedo, levo minha filha ao trabalho. Ao retornar, como sempre escutando a Gaúcha, e a notícia da conquista de medalha pela jovem maranhense Rayssa Leal, medalha de prata na modalidade skate street. Muito bom, o Brasil ganhando medalhas! Mas vai além ... a “Fadinha” como é carinhosamente chamada, tem apenas 13 anos! Fazendo dela o atleta olímpico brasileiro mais jovem em toda a história a ganhar medalha.
Coluna de André Moraes, O Simióide, foi o primeiro material que li a respeito, no blog da ColetiveArts. Texto muito bem escrito, remetendo a reflexões e despertando memórias ... acho que pelo fato de eu estar nostálgico, reflexivo, talvez vivendo um momento de introspecção, fez-me lembrar da juventude, de meu primo Mano. Na infância, adorava brincar na casa deste primo, Porto-Alegrense “da gema”, morador do Sarandi, tinha toda a coleção do Falcon! Falcon olhos de águia, Falcon mergulhador, bote salva-vidas do Falcon, tubarão, gorila, armamento, helicóptero ... eu sempre levava meu Falcon olhos de águia ... era o único que eu tinha, mas com muito orgulho!
Este primo tinha outra paixão, além do Falcon ... o skate! Desde sempre brincava no pátio de casa, se aventurava com acrobacias, vivia “lanhado” ... tentou me ensinar várias vezes, mas eu nunca aprendi! Meu negócio era Falcon ... Falcon, bicicleta e futebol! Mas Mano era um apaixonado pelo skate, tanto que, ali pelos quatorze anos, começou a se aventurar mais, fez amizades com outros skatistas, ia às pistas do Marinha do Brasil, se aventurava pelas quadras de futebol de salão das escolas do Sarandi, pelas calçadas, enfim ... e conheceu os torneios! Assim, de brincadeira de criança, o skate foi tornandose algo cada vez mais sério. Conforme se desenvolvia no meio, lembro ter ouvido um e outro comentário falacioso sobre “o que este menino vai ganhar com o skate”, “como vai viver disso” e por assim vai. Engraçado, hoje, trabalhando em cultura e com cultura, como ouço os artistas comentarem sobre o quanto ouviram este tipo de falácias em suas trajetórias. Mas enfim, meu primo ganhou mundo! Projeção, dinheiro, fama. Sustentou-se muito bem através desta modalidade de esporte, conheceu acho que todos os continentes, morou na Europa, na América do Norte, e se estabilizou na Argentina ... fez faculdade de Medicina em Buenos Aires e vive lá, de sua profissão. Montou família, é feliz, e conquistou muito através do skate!
Voltando a Rayssa Leal ... à ‘Fadinha” ... bom, não sou vidente, mas creio que iremos ouvir muito sobre esta menina. Está recém começando, apenas chegou! Estaremos à frente de um novo ícone como foram Gustavo Kuerten, Ayrton Senna, Aurélio Miguel, Daiane dos Santos? Só o tempo dirá. Rayssa já escreveu seu nome na história, esta conquista nada vai apagar. Vai trazer muitas alegrias ao povo brasileiro, e quem sabe, mostrar ao mundo o valor do Skate brasileiro e ensinar ao nosso povo sobre esta modalidade esportiva, que a muito tempo vem formando atletas e cidadãos! Refazendo a afirmação anterior, o mundo já conhece o valor do Skate brasileiro ... falta aos brasileiros conhecerem bem esta modalidade!
Sandro Ferreira Gomes, Professor de Língua Portuguesa, Conselheiro Municipal de Políticas Culturais em Gravataí/RS, Servidor Público, Porto Alegrense, admirador das belas artes, do texto bem escrito e das variedades de pensamento.
Sandro Gomes |
03 ANOS DE COLETIVEARTS
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3 Comentários
Minha carreira de skate começou em 75 quando o patrão da minha vo trouxe um skate pro filho dos EUA que caiu e então ganhei de presente. Desde então nunca mais parei, entre fugir da policia e campeonatos, vivi e vivo o estilo de vida skate..., atualmente pratico windskate e dirtsurf, duas modalidades.c menisco praticantes....
ResponderExcluirMuito legal saber um pouco mais sobre essa história.
ResponderExcluircomo vários esportes no país, em que pese as atenções são voltadas primariamente para o futebol vôlei, basquete ... há tantas modalidades, e tanto potencial! Skate há tempos vem formando atletas bons, porém ainda sem o reconhecimento necessário!
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