DOSSIÊ KOBIELSKI

 

TRUE DETECTIVE E O NEO NOIR


Com o advento de inúmeras plataformas de streaming, a partir da segunda década desse século, uma infinidade de séries e programas nos são ofertados quase todos os dias e, mesmo que vivesse mil vidas, não teria a pretensão de consumir um terço de tudo isso, até porque já estou vivendo os últimos anos de minha existência. Por sugestão do Pedro Kobielski, assisti “True Detective”(2014), na HBO. O guri sabe das coisas. Degustei a primeira temporada em duas noites. Os detetives "Rust" Cohle e "Marty" Hart simplesmente me contagiaram. Me lembraram em muitas coisas as séries policiais dos anos de 1970, como Columbo, "Starsky & Hutch - Justiça em Dobro", Police Woman, com Andie Dickenson, como a sargento Suzanne "Pepper" Anderson, da unidade criminal da polícia de Los Angeles. Anderson investigava todo o tipo de crimes, desde roubos a casos relacionados com tráfico de drogas, com disfarces de prostituta, enfermeira, professora, bailarina, combatia o crime.




A partir daí, o romance policial se tornou um dos gêneros que mais me fascinaram e me fascinam até hoje. Comecei Conan Doyle e Agatha Christie, passei por Simenon, até chegar nas novelas americanas de Dashiell Hammett e aymond Chandler. Aliás, o nome do seriado vem dos pulps, onde o noir de Hammett e Chandler reinavam e de onde veio a inspiração de Nic Pizzolatto – criador e escritor de todos episódios. A primeira temporada conta a história de como a vida de dois detetives, Rust Cohle (Matthew McConaughey) e Martin Hart (Woody Harrelson), colidem e se entrelaçam durante uma caçada de 17 anos por um serial killer em Louisiana. A investigação de um assassinato bizarro, em 1995, leva a reabertura do caso em 2012. A dupla de protagonistas são ótimos e dom tom da série. O roteiro de Nic Pizzolatto é sensacional. A direção de Cary Joji Fukunaga é eficiente. É uma série diferente, foge do habitual e “Rust” é o principal motivo para isso. Rust, é um detetive filosófico depressivo. Um personagem muito interessante, enigmático e denso. Adorei. Não sei se as outras temporadas poderão superar essa. Muita inspiração.



Paulo Kobielski é professor de História com especialização em Filosofia e Sociologia pela UFRGS. Trabalha com fanzines  e quadrinhos na educação. Paulo é gremista, daqueles que se encanta com cada jogada, que vibra com a vitória, que sofre coma derrota, mas que está sempre firme ao lado do tricolor desde aquele gol de André em 1977.

Paulo conquistou  o Troféu Ângelo Agostini de melhor fanzine no ano de 2020, confira matéria aqui:

Também confiram o episódio do podcast  Coletive Som com Paulo Kobielski:














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