ARTE E CULTURA


                                  
   CAVALGANDO COM TEX -  CHARLES DICKEL



TEX o maior herói dos quadrinhos de faroeste está completou cinquenta anos de publicação ininterrupta no Brasil, O ColetiveArts está preparando uma programação especial no dia 30 de setembro para comemorar não só os cinquenta anos de publicação em terras brazucas, mas o s 73 anos de criação do personagem.

Continuando o aquece da festa, o Arte e Cultura segue com sua série de reportagens e entrevistas ligadas ao personagem criado pela dupla Giovanni Luigi Bonelli e Aurélio Gallepini, conversando com fãs, com colecionadores, com pessoas que amam o universo do personagem. Hoje trazemos Charles Pietro um grande professor de Matemática em Carazinho/RS, que além de ensinar as quatro operações, espalha o amor pelos quadrinhos fazendo Coplayer de TEX e de Woody, junto com a Liga dos Heróis visitando a instituições de caridade  e a hospitais.

Charles é um grande coração, conheçam um pouco mais deste pard:

CHARLES PIETRO



JORGINHO: Como surgiu tua paixão pelos quadrinhos e por TEX?

CHARLES PIETRO:  Desde pequeno meu pai comprava gibis para mim, ele gostava de ler, tenho gibis guardados desde que eu tinha 5 anos de idade, ele teve a felicidade de datar alguns quando eu os ganhava. Morávamos em Coqueiros do Sul, na época apenas um distrito do Município de Carazinho. Não tinha praticamente nenhum comércio lá, quando íamos de ônibus para Carazinho, na estação rodoviária tinha uma banca, a minha felicidade era poder entrar lá e comprar algum gibi, Chico Bento e Urtigão sempre foram meus preferidos, mas sempre com um gibi adquiria um livrinho de caça-palavras ou palavras cruzadas, outra paixão de meu pai, minha mãe gosta dos passatempos que envolvem números.

Aos 11 anos ganhei os primeiros TEX, era um pacote promocional, compre 2 e pague 1, eram os TEX Coleção 32 e 34, não poderia ali saber o tamanho da paixão que estava nascendo. Na semana seguinte, recebi outro pacote de presente, eram os TEX Coleção 41 e 43, nem preciso dizer que tenho esses exemplares até hoje. Como todos os colecionadores e leitores de TEX sabem, as aventuras publicadas em TEX coleção nunca são histórias fechadas, fiquei 16 anos sem saber o que acontecia nessas histórias que ganhei pois não encontrava a sequência. 

Em 2016, quando já morava em Carazinho, um então ex colega de trabalho organizou um encontro de colecionadores de TEX, agora pasmem, trabalhamos 2 ou 3 anos juntos e nenhum dos dois sabia que tínhamos o mesmo gosto pela 9 arte. Desde esse encontro nos tornamos mais que amigos, temos uma amizade digna de TEX e Carson.



JORGINHO:  Como é ser professor de matemática? Como é a relação com os alunos?

CHARLES PIETRO:  Ser professor é muito gratificante, apesar da desvalorização que temos, é uma das profissões mais importantes, poder estar com os alunos e ajuda-los é muito bom. Poder passar para eles algum ensinamento e ver após alguns anos eles se dando bem na vida, e lembrando da gente não tem preço. Não é fácil, mas o que hoje em dia é fácil? O fato de saberem que curto quadrinhos e que me visto de personagens deixa eles muito a vontade,  oferecendo uma maior aproximação, pois é difícil uma aula não cair no assunto gibis, super-heróis, mangás e filmes.



JORGINHO:  Como funciona teus projetos de leituras de quadrinhos em sala de aula?

CHARLES PIETRO: Em 2018 comecei um projeto de leitura com os alunos do ensino  fundamental na escola em que eu trabalhava, vendo a falta de acesso a leitura achei que seria interessante proporcionar esse acesso a eles. Após conversar com a orientação e supervisão escolar, eu montei uma mala com gibis de todos os gêneros e estilos,  mangá, super- heróis, Turma da Mônica, Disney, alternativos e faroeste, ou seja, um mix que nenhum leitor de quadrinhos poderia se desapontar. Combinamos que durante 30 minutos da aula de matemática, uma vez por semana, os alunos fariam a leitura de quadrinhos. Após alguns meses os resultados já começavam a aparecer, uma maior concentração nas atividades, melhora na leitura e na interpretação textual foram alguns dos relatos que recebi dos colegas professores. Não posso deixar de comentar, que por parte de alguns alunos e de professores tive que superar alguma resistência: “Mas olhem o que virou a aula de matemática, leitura de gibi, isso não tem nada a ver, pura matação de tempo” comentário de uma professora.

O projeto teve o apoio de muitos amigos dos grupos das redes sociais, que fizeram a doação de muitos exemplares, tanto é, que criamos a Gibiteca Nélio Dickel, atualmente com cerca de 3000 exemplares para empréstimos e doação. Em 2019 comecei a levar a mala de leitura para a escola de ensino médio onde lecionava também, após as atividades da disciplina de Física os alunos tinham os gibis a disposição. Para muitos realizei o empréstimo dos gibis, e na aula seguinte eles os devolviam, hoje em 2021, ainda tenho ex-alunos que faço o empréstimo dos gibis, sempre que possível eu levo até a casa deles alguns exemplares, uma das alunas já solicitou o empréstimo para os pais lerem também.



JORGINHO: Você também faz atividade de cosplayer, poderia falar um pouco desta atividade?

CHARLES PIETRO: Em 2016 no encontro de colecionadores de TEX que teve aqui em Carazinho fiquei emocionado ao ver uma pessoa vestida de TEX, meu herói preferido estava representado ali na minha frente, então após algumas conversas com o organizador do evento e meu amigo Edemar, resolvi me vestir de TEX também. Que mudança na minha vida essa decisão representou, entrei para um grupo, a Liga dos Heróis, na verdade uma família. Participamos de eventos, atividades beneficentes, visitas nos hospitais, nesses eventos eu aproveito a oportunidade para fazer a doação de gibis nos hospitais. Com autorização levo gibis para as crianças internadas, mas já fui chamado por vários adultos que queriam ganhar um gibi também. 

Em 2018 fomos ao evento em comemoração aos 70 anos da primeira publicação de TEX, o encontro aconteceu em Limeira/SP, e claro fomos vestidos a caráter e fazendo jus a nossa amizade, eu vestido de TEX e o Edemar de Kit Carson. Em 2018 na edição 586 da coleção regular, tive um poema sobre TEX publicado, tive meu nome imortalizado na revista que leio desde os 11 anos, não poderia ficar mais feliz. Em 2018 também meu filho entrou para o grupo de cosplayers, se vestindo de Kit Willer, filho de TEX e afilhado de Carson. 

Em um dos eventos uma criança que estava caminhando com a mãe, ao me ver vestido de TEX gritou, “Mãe, posso tirar foto com o Woody?” Claro que aproveitei a deixa e chamei ele para tirar a foto, e nas semanas seguintes nascia o cosplayer do Woody, caubói do filme Toy Story, o qual uso para contar histórias nas escolas.




JORGINHO: O que TEX representa para você?

CHARLES PIETRO: Um estilo de vida, um exemplo a ser seguido, sua lealdade, seu senso de justiça, seu caráter são exemplos de que se todos fizessem o certo nosso mundo seria melhor. TEX me remete novamente a infância, traz a lembrança do meu pai, um saudosismo que faz bem.


JORGINHO: Deixe uma mensagem para nossos leitores e para os fãs de TEX

CHARLES PIETRO: Quem não leu TEX ainda, está perdendo uma oportunidade incrível de divertimento e aventura, quem já leu, sabe do que estou falando. Vida Longa a TEX
WILLER.


Não percam dia 30 de setembro evento online CAVALGANDO COM TEX:


              Em breve programação completa!

Jorginho









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