ARTE E CULTURA

 

  CAVALGANDO COM TEX -  JOÃO MARIN



TEX, o maior herói dos quadrinhos de faroeste, está completando cinquenta anos de publicação ininterrupta no Brasil, O ColetiveArts está preparando uma programação especial no dia 30 de setembro para comemorar não só os cinquenta anos de publicação em terras brazucas, mas os 73 anos de criação do personagem.

Continuando o aquece da festa, o Arte e Cultura segue com sua série de reportagens e entrevistas ligadas ao personagem criado pela dupla Giovanni Luigi Bonelli e Aurélio Gallepini, conversando com fãs, com colecionadores, com pessoas que amam o universo do personagem. Hoje a conversa vai ser com João Marin, dona da maior coleção de TEX do Brasil, com mais de 5000 itens dedicados ao maior pard de todos os tempos e autor do livro  "TEX...e a história de uma coleção."

JOÃO MARIN

José Carlos Franciso, João Marin e o lendário desenhista Fabio Civitelli 

JORGINHO: Quando foi seu primeiro contato com quadrinhos? Quando surgiu sua paixão por TEX?

JOÃO MARIN: Não lembro com precisão quando foi meu primeiro contato com os quadrinhos pois eu era muito jovem na época, mas acredito que foi lá pelo ano de 1970 ou 1971. Na época, as minhas preferências de leitura (e praticamente de toda gurizada) eram as revistas com histórias curtas e coloridas, como as da Disney (Donald, Zé Carioca, Tio Patinhas, Mickey, etc) e as de super-heróis.

Os tempos eram mais difíceis, gibi era malvisto pelos pais e educadores, mas a gente se divertia com eles (e ainda se diverte). A falta de dinheiro era o maior dificultador. Muitas foram as vezes que você se via obrigado a sacrificar o pouco dinheiro destinado à compra de um lanche na escola para adquirir um gibi, isso sem contar que, quase toda criançada tinha que trabalhar fazendo “bicos” (vendendo sorvete, engraxando sapatos, realizando pinturas, coletando ferro-velho, garrafas, etc.) para levantar um dinheirinho e comprar os gibis (muita gente deve se lembrar disso!). Como éramos todos “duros”, combinávamos entre a gente o que cada um iria adquirir e, depois de lidas, a gente realizava a troca de revistas, que eram feitas geralmente nos sábados a tarde ou nos domingos, na frente do único cinema da cidade, que quase sempre apresentava cartazes de filmes do Tarzan e de faroeste.

A revista TEX era publicada em preto e branco, com histórias longas e dirigida a um público mais adulto e ninguém do grupo comprava. Tinha um descendente de japonês, de nome Celso, alguns anos mais velho que os demais, que era meu vizinho e que comprava. Uma vez ele me emprestou uma caixa cheia de gibis e, no meio, vieram vários exemplares de TEX e comecei a lê-los. Isso foi lá pelo ano de 1973.

Em 1975 eu comecei a colecionar os gibis, iniciando com os personagens da Hanna - Barbera e os super-heróis da Marvel que eram publicados pela Bloch Editores. Apesar de já gostar muito do personagem TEX e das suas histórias, especialmente pela qualidade dos roteiros eu só o comprava para leitura. Um dos motivos de não colecioná-lo era a numeração um pouco avançada e a dificuldade de se conseguir números antigos, pois o contato com outros colecionadores era basicamente local ou por carta e não existia internet e a tecnologia de hoje.

No início de 1977, quando circulou a notícia de que uma nova edição de TEX seria lançada (a 2ª) me animei e comecei finalmente a colecioná-lo.

Pelo fato de a cidade onde eu morava ser do interior (e bem pequena), muitas edições não chegavam, e a gente se via obrigado a pedir diretamente da editora através de carta. Eu cheguei a guardar muitas embalagens das encomendas recebidas e as cartas.

Chegou um ponto que euu gostava tanto de TEX que, sempre que possível, comprava as edições em duplicata quando chegavam nas bancas, ou através de pedido para a editora. Minha coleção foi formada gradualmente ao longo de mais de 40 anos e todas as edições, mesmo as repetidas, compradas na época de lançamento, foram cuidadosamente preservadas e o estado de conservação às vezes impressiona os amigos.


JORGINHOO que TEX representa para você?

JOÃO MARIN: Nos primórdios, TEX representava para mim um exemplo de “mocinho" que lutava contra os bandidos e vencia no final. A eterna luta do "bem contra o mal”.

Com o meu amadurecimento ele passou a representar um exemplo de justiceiro, nem sempre se importando em seguir a lei à risca, mas sim, priorizando e buscando sempre a justiça.


JORGINHO: Quantos itens tem sua coleção? Quais os mais importantes para você?

JOÃO MARIN: Minha coleção conta com mais de 5.000 itens individuais entre revistas nacionais e importadas e outros itens (estatuetas, pôsteres, cartões, etc).

No início de 2018, especificamente por uma questão envolvendo o projeto de lançamento do livro “TEX ...e a história de uma coleção”, que foi publicado por mim e pelo Sérgio para comemorar os 70 anos de TEX, acabei apresentando minha coleção de TEX ao "Rank Brasil" e, em 05/04/2018, a mesma foi homologada como a "maior coleção de itens de TEX do Brasil", com 5.321 itens na época, e que ainda é a maior coleção apresentada ao “Rank”.

Eu diria que os itens mais importantes (ou significativos) para mim foram (são) os que eu comprei diretamente em banca (ou da editora) nos anos 70 e 80, mesmo os repetidos, pois são os que marcaram minha juventude e fizeram parte da minha história e que, por isso, eu os considero os mais especiais, mesmo possuindo outros exemplares bem mais antigos e raros, comprados posteriormente de terceiros, e que possuem valores de mercado muito superiores.

Alguns itens raros da coleção, dentre outros, são: Encadernados italianos da década de 50; Estátuas de TEX da Infinite italiana; Álbuns de figurinhas brasileiro e italiano; revista histórias do faroeste nº 22 (edição que não foi para as bancas), artes originais, etc.


coleção da revista Júnior

TEX na Argentina, Rayo Rojo

TEX 1°edição, n°01 a 37

JORGINHO: Se você fosse o diretor de uma refilmagem de TEX, quais os atores escolheria para representar TEX e Kit Carson?

JOÃO MARINEssa é uma pergunta que eu não saberia responder (risos). Alguns atores que eu considerava impróprio para alguns personagens (da Marvel, por exemplo) se revelaram perfeitamente adequados, provavelmente graças à visão do diretor durante os testes com os diversos atores.

O que posso dizer é que se deve escolher atores que realmente “encarnem” os personagens na sua essência, tanto em visual como em personalidade, o que nem sempre ocorre no mundo do cinema.


JORGINHO: Já sofreu críticas por ser fã dos quadrinhos, se sim como lidou com elas?

JOÃO MARINCreio que muita gente, especialmente os da “velha guarda”, já sofreram, em algum momento, críticas por ser fã ou colecionar quadrinhos.

Eu jamais me deixei levar pelas críticas pois, se assim o fizesse, com certeza estaria abrindo mão de algo que gosto, de algo que me satisfaz, que é ler, colecionar, e interagir com o mundo quadrinhos, e estaria perdendo um pouco da "criança" que existe em todos nós.

                         João Marin com fanzines e quadrinhos em 1987

JORGINHOComo é tua relação com outros colecionadores de TEX?

JOÃO MARIN: Cada pessoa tem uma personalidade própria que acaba se refletindo de várias formas. Eu, por exemplo, procuro ter um bom relacionamento com todos os colecionadores, independente do tamanho de sua coleção ou do seu “status” social e, na medida do possível, procuro ajudar.

Colecionadores simples e humildes sempre me cativaram e, com eles, surgem laços de
amizade que se tornam mais fortes com o tempo.

Quando vou a um evento ou encontro o que mais me satisfaz é reencontrar os amigos e fazer novos (esse é outro prazer que os quadrinhos nos proporcionam, e que talvez seja o mais importante).

João Marin com Renato Frigo e Sérgio  Streiechen em Limeira- 2018

JORGINHO: Deixe uma mensagem para o leitor de Arte e Cultura

JOÃO MARIN: Você que é leitor e/ou colecionador de quadrinhos, e que acompanha o “Arte e Cultura", continue assim! Independente do que algumas pessoas possam dizer, quadrinhos é lazer, é arte, é cultura, e o "Arte e Cultura" veio para somar......e vida longa a TEX WILLER !



TEX...e a história de uma coleção

 




PARA ADQUIRIR O LIVRO: 



Dia 26 de setembro:



Dia 26/09 tem homenagem dupla à uma das maiores personalidades dos quadrinhos mundiais, SERGIO BONELLI. Filho de Gian Luigi Bonelli o criador de TEX, Sergio Bonelli foi um dos grandes responsáveis pelo sucesso editorial de TEX e com o pseudônimo Guido Nolitta criou personagens antológicos como Zagor e Mister No.

Para honrar o grande mestre o ColetiveArts terá duas lives:

Às 20h no Instagram do Coletive o professor Paulo Kobielski recebe Adriano Rainho, autor dos Livros "Meu Irmão mais velho Tex Willer" e Ricardo Elesbão.

Às 21h no canal do YouTube Texas Show,  G.G. Carsan recebe Jesus Nabor, Antônio Garcia Jorginho na live: SERGIO BONELLI, O CONQUISTADOR.


Para assistir a live no instagram às 20H, clique aqui:

Para assistir a live no YouTube às 21H, clique aqui:


E NO DIA 30 DE SETEMBRO:



Dia 30 será um dia muito especial, todo programado para homenagearmos TEX WILLER. A cavalgada vai começar às 07h e não tem hora para acabar. Às 19h André Jesus, junto com GG Carsan, Adriano Rainho, Israel Santiago e outros convidados muito especiais, estarão fazendo uma live especial no YouTube do Coletive. 

Durante a live teremos brindes que serão dados para os primeiros que responderem as perguntas que os apresentadores farão, todas elas relativas à programação do evento. Ou seja, serão feitas perguntas em que as respostas estarão nos podcasts, nas exposições e no vídeo de Israel Santiago, todos disponibilizados aqui no blog do  Coletive, como está previsto na programação.

Fique esperto pard, para concorrer é preciso se inscrever no canal do ColetiveArts e dar o like na live quando ela estiver ocorrendo!

Para se inscrever no Youtube do Coletive, clique aqui:                                                            https://www.youtube.com/c/ColetiveArts/

Venha participar conosco desta grande festa!


Jorginho









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1 Comentários

  1. Tex sempre surpreende.
    Come Tex Nessuno Mai.
    O João foi uma grata surpresa. Só fomos conhece-lo em 2018, mas chegou com tudo.

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