OPINIÃO
As “prisões” nossas de cada dia
Não foram nem 12 horas. Apenas algumas horas e sentimos o peso da prisão.
Parecia que o mundo havia parado.
Você, também, se sentiu “meio” perdido?!
Aquela sensação “do que eu faço agora”??
Como vamos nos comunicar sem WhatsApp!! A maioria das pessoas, na segunda-feira (04/10/2021), devem ter pensado. E nem mesmo Facebook e Instagram estavam disponíveis.
Um surto tecnológico inimaginável. A vida pós redes sociais não é possível, se pensava. Qualquer outra forma de comunicação parecia inviável demais. Até mesmo o velho “SMS” demora muito. Não dispunha de todas as possibilidades ágeis que seu substituto ultra moderno possui (mas, ainda assim, recorremos a ele). Nem Messenger, nem uma DM no Instagram ou “direct message”, que significa “mensagem privada”, se preferirem. Sem fotos, stories, feeds, áudios, vídeos, reels...NADA! Absolutamente Nada!
E a vida?!
A vida continuou.
Como diz minha mãe, em seus bons e velhos ditados: “ninguém morreu por isso” (que eu saiba).
E as longas e intermináveis conversas de uma linha cada, msgs cheias de “carinhas” e “figurinhas” (emojis e stickers) mais do que palavras, áudios na velocidade 2x (que, por sinal, é a prova concreta de nossa aceleração na velocidade máxima, não temos tempo, ele não nos acompanha mais, tudo precisa ser rápido, muito rápido)... Tudo parou e deu lugar a um “respiro”. Sim, um longo e necessário respiro.
Certamente eu não fui a única que sentiu um alívio pelas redes sociais, em especial o WhatsApp, pararem, ainda que, por algumas horas. A leveza de não ter o “compromisso” de responder, olhar, publicar, interagir, mostrar e ser visto... A triste constatação do quando nos colocamos e permanecemos em um lugar de dependência, onde a tecnologia, que deve ser aproveitada a nosso favor e para facilitar nossas vidas, nos têm encurralado, aumentado nossas ansiedades, nos cercado e cerceado a ponto de acreditarmos que tudo se resume a contatos virtuais, que se, por algum momento, ficarmos sem eles não saberemos mais para onde ir, como continuar.
Sabíamos que voltaria. Que seria, apenas, por algumas horas e Mark Zuckerberg resolveria tudo. Até porque o bilionário, dono do Facebook, perdeu com o apagão mundial do seu sistema, só naquela fatídica segunda-feira, a média de 7 bilhões de dólares (R$ 38,1 bilhões). As ações da empresa, também, despencaram 4,89% durante o dia, em Nova York, afetadas pelo aterrorizante blackout.
Parece que não foi só eu e você que ficamos apreensivos e “desnorteados” com o “sumiço” das maiores e mais lucrativas redes sociais do mundo, não é mesmo?! Estamos tão absortos e impregnados com esse “novo viver” tecnológico, onde se você não está dentro está alienado, que nem nos damos conta da manipulação em massa que sofremos. Ou nos damos. Mas antes, é preciso um “apagão” (em nós mesmo) para isso.
Izabel Cristina é Licenciada em Teatro, gestora de cultura e Especialista em Acessibilidade Cultural, atriz, dramaturga, diretora e professora de teatro. Desde 2014 coordena o Departamento de Artes Cênicas da SMCEL- Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e lazer de Gravataí/RS
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4 Comentários
Impecável! Como sempre.
ResponderExcluirIzabel, tu não sabes pois não te disse antes, mas digo agora.
ResponderExcluirSomente fiquei a saber que houvera o apagão face-whats quando vi o telejornal das 20 horas e o danadinho (porque foi rápido) já se aproximava do fim.
Pensara mim que fora problemática nas redes locais, tão instáveis pelos ventos do Capão da Canoa quanto pelas marés mansas do Guaíba, ou sorrateiras como os ventos do Canon Itaimbezinho.
De sorte que assim como o Zuck (para os parças) que já deve ter recuperado seus bilionésimos, recuperei minhas mídias e então, abastecido pela abstinência, soltei os cães a ladrar para todos os lados.
Um bocca al lupo.
G. G. Carsan
Eu não sei explicar ao certo qual foi a sensação desse apagão das redes sociais, a maior parte do tempo foi um alívio por não ter 200 mensagens em grupos por hora, mas gerou incertezas como terei aula hoje? Como vou mandar esse esboço de ideia? Mas ainda bem que o bom e velho email continuava ali, funcionando as mil maravilhas
ResponderExcluirE o melhor de tudo é que no bom e velho email não tem frescuras, só mensagens realmente importantes.
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