DANIEL FILÓSOFO


 Volta ao passado

A vida como o futebol, tem uns lances curiosos e talvez interessantes. Momentos que nos fazem viver e relembrar o passado. Pode ser boas ou más lembranças, isso é só um detalhe, coisas que tenhamos que passar  e não se tem escolha.

Andrade passou por isso. Torcedor fervoroso do Fluminense, daqueles de acompanhar o time em qualquer lugar, está em êxtase com o recente título do tricolor carioca. Esteve no Maracanã na final contra os argentinos do Boca Juniors. Não poderia faltar a essa partida. Logo o jogo mais importante da história do time de coração, era notório que  estaria no ex maior estádio do mundo.

E a final caiu logo num Sábado. Melhor dia para se ir a um estádio de futebol. Levantou cedo. Mal conseguiria dormir de tanta ansiedade por causa do jogo. Fez sua caminhada matinal, fez um belo café da manhã,  quis relaxar bem antes de partir para o jogo

A hora passava devagar, a agonia aumentava. No relógio, era meio dia, o jogo era ás cinco da tarde. Arrumou-se rapidamente e foi rumo ao estádio. Não importava se iria chegar cedo ao local. Queria já entrar no clima do jogo. Já nas imediações, a emoção começou a tomar conta. Estivera ali em 2008, na final contra a LDU. Mas nesse ano, estava acompanhado de seu saudoso pai. Foi o velho que o fez gostar de futebol, que o levava sempre ao velho Maracanã e era um companheiro sempre. Infelizmente seu querido pai, já não estava mais presente. A morte o tirou de circulação. Mas o velho estava ali, em espírito. Assim como o Gravatinha, o Sobrenatural de Almeida e Nelson Rodrigues.

Já abastecido de churrasco e cerveja e já tendo conversado e feito a festa com a torcida do lado de fora, era à hora de subir a rampa e ocupar seu lugar. As mãos já não obedeciam à mente. Estava nervoso. Afinal, era o jogo mais importante da história do clube. E o jogo foi uma epopeia. Digna dos melhores roteiros. Do mar calmo com o Flu abrindo o placar, a cena dramática com o empate do Boca levando a prorrogação Parecendo que iria ser uma tragédia grega, John Kennedy, o garoto com o nome de presidente, faz o gol do título.

Nessa hora, foi uma explosão no lado tricolor do estádio. Andrade segue atônito, ainda não tinha acabado a partida. Novamente a agonia toma conta de Andrade e de todos ali presentes. Até finalmente o juiz pega a bola e encerra a partida. Finalmente a América era tricolor. Nessa hora,  Andrade era só prantos. O passado veio à tona. Lembrara de seu saudoso pai, que amava tanto o clube, que adoraria estar ali, curtindo o título, tendo a mesma emoção e eles abraçados comemorando mais uma  vitória do seu Fluminense.



Daniel Filósofo

Daniel Filósofo é cronista, jornalista, profundo conhecedor de rock'n'roll, torcedor do Fluminense e radialista. Também escreve a coluna "A música segundo o Filósofo".

CINCO ANOS DE COLETIVEARTS,
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1 Comentários

  1. E olha só que texto fantástico, muito obrigado pela homenagem e por ter finalizado com a minha poesia...

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