NAVALHAS AO VENTO

AMAR E NÃO AMAR NINGUÉM

AMAR!

Eu quero amar perdidamente!

Amar só por amar: Aqui, além

Mais este e aquele, o outro e toda a gente

Amar! Amar! E não amar ninguém!


Recordar? Esquecer? Indiferente!

Prender ou desprender? É mal? É bem?

Quem disser que se pode amar alguém

Durante a vida inteira é porque mente!


Há uma primavera em cada vida

É preciso cantá-la assim Florida

Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!


E se um dia hei de ser pó, cinza e nada

Que seja a minha noite uma alvorada,

Que me saiba perder... pra me encontrar!

Eu tenho pleno fascínio pelas poesias da alentejana Florbela Espanca e esta tem a maturidade inocente de uma poeta pé no chão.


Todos sabem que os poetas vivem apaixonados. Pisando nas nuvens ou sentindo as dores das paixões mal resolvidas, os poetas choram letras sobre papeis, transmutando lágrimas em obras de arte. Mas será que todo poetas chora pelo mesmo amor durante toda uma vida? Florbela diz que não e eu concordo com ela.


Esses dias eu fui contabilizar os amores pelos quais eu já chorei letrinhas e perdi as contas. Dentro dos meus seis livros publicados tem poesias que eu não tenho a mínima lembrança de como foram construídas, muito menos para quem. Do alto das minhas seis décadas de vida eu já amei e “poetei” mais do que eu mesma poderia lembrar.


Difícil é ter a coragem de dizer isso diante de uma sociedade hipócrita que adora julgar as atitudes das pessoas. Se quiserem me julgar, vistam meus calçados e percorram a estrada que eu caminhei. Sintam as dores que eu senti para depois levantar o dedo em riste para mim.


Em cada fase da vida vivemos um amor. A duração deste amor depende da duração da fase ou da acomodação sentimental de cada pessoa. Meus relacionamentos duraram o tempo que tinham para durar, nenhum minuto a mais nem a menos. Estou amando e não sei se será o último da minha vida. Ainda posso me apaixonar muitas vezes, servirá para muitas poesias.


Ah, sabe qual a diferença entre o teu julgamento sobre a minha vida e a cerveja? É que a cerveja eu pedi...


Isab-El Cristina Soares
Isab-El Cristina Soares é poeta, membro do Clube Literário de Gravataí, autora de 6 livros.  Graduada em Letras/ Literaturas, pós-graduada em Libras.

Escute o episódio do podcast Coletive Som gravado com Isab-El , clicando Aqui.

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CONTANDO HISTÓRIAS, 
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