NAVALHAS AO VENTO

GRAVATAÍ MULTA POR SOLTURA DE 

FOGOS DE ARTIFÍCIO

A primeira punição por fogos de artifício ruidosos é aplicada na cidade de Gravataí, que seja a primeira de muitas.

Tem gente que tem orgulho de ser sem noção e na cidade onde moro não é diferente. Como se não fosse suficiente a notícia da proibição de soltura de fogos de artifício, de acordo com a Lei Municipal 4631/2023, o morador do bairro Lucchesi, não feliz em cometer o crime, posta fotos do ato em rede social e a brincadeira lhe custou quase R$900,00. A Guarda Municipal recebeu vários chamados naquela noite, mas é muito difícil registrar o fragrante. O engraçado é que este produziu provas contra si próprio, isso me lembra o gado em Brasília produzindo provas contra eles mesmo. Será que este morador é eleitor do fascista?

A poluição sonora causada pelos estampidos dos fogos causam nível significativo de estresse e crises de pânico em autistas, idosos, doentes e bebês e desorienta os animais. Por alguns segundos de prazer em ouvir um barulho infernal o infrator pode causar muitos problema, mas quem é que se preocupa com o outro? Foi necessária a criação de uma lei para que a população tenha um mínimo de respeito para com os vizinhos. Só quem já viu uma criança diagnosticada TEA em crise para entender o sofrimento desta família, mas o pobre (de espírito) sem noção, fica lá com cara de corno assumido, olhando para cima e dando risada. Eu me pergunto qual a graça de ficar perto de um barulho ensurdecedor, olhando para umas luzinhas piscando? Se gosta das luzinhas piscando, compra aquelas de Natal e se enrola nelas. Já existem fogos sem barulho, mas o idiota gosta mesmo é de chamar a atenção.

O que me deixa esperançosa é que a cada ano o número de fogos tem reduzido. Acredito que aos poucos a população vá tomando consciência da existência de outras pessoas a sua volta e pare de olhar para seus umbigos. Além dos fogos ainda temos que aguentar a diversidade de gostos (ou falta deles) musicais. Em cada pátio, ao lado de uma churrasqueira de latão, um aparelho de som envia para os ares os acordes do seu cantor favorito, que nunca é o mesmo do vizinho ao lado e este coloca seu som ainda mais alto e assim vai a quadra toda, numa disputa insana de aparelhos sonoros onde ninguém ouve nada definido, a não ser uma confusão irracional... e nenhum deles tem bom gosto musical, até porque quem tem bom gosto também tem bom senso.

Sei que terá gente que defenderá dizendo que é uma data importante, mas o foguetório é usado quando o time ganha, quando perde, quando chega droga, quando a polícia está perto, enfim, tem vários motivos para o pobre (de espírito) cometer o crime. Quero ver se agora o divertimento continuará sendo tão gratificante.

Nunca fiquei tão feliz com a criação de uma Lei na minha cidade e tenha certeza que eu estarei sempre por perto para filmar cada idiota que ousar soltar fogos de artifício perto de mim e denunciarei cada um, seja quem for. Não porque estou implicando, mas porque sei o quanto um autista sofre com o barulho.

E se gostas de barulho porque não enfia o rojão no cu antes de acender? Eu adoraria ver a cena.

Isab-El Cristina Soares
Isab-El Cristina Soares é poeta, membro do Clube Literário de Gravataí, autora de 6 livros.  Graduada em Letras/ Literaturas, pós-graduada em Libras.

Escute o episódio do podcast Coletive Som gravado com Isab-El , clicando Aqui.

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1 Comentários

  1. Se dependesse de mim, já havia falido todas as casas que vendem esses fogos ... Tenho horror desse barulho infernal.

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