MARTHA WASHINGTON
De traidora à heroína

Martha Washington foi criada em 1990 por Frank Miller e Dave Gibbons. O enredo se passam em um universo diferente dos Estados Unidos da América, quando civis enfrentam uma guerra civil, uma ditadura protagonizada pelo governo atual (uma coincidência acertadíssima com o atual governo estadunidense até esta data). Os personagens vão se desenvolvendo com a trama, como uma força da resistência que ainda acredita numa paz entre as duas pontes inimigas.
Há um filme de ficção baseado nesta obra, com efeitos visuais e ação bem elaborada, protagonizada por Christian Bale, chamado “Equilibrium”, em que um soldado de elite do governo opressor segue à risca as ordens tirânicas de um governante que não se importa com quem esteja a seu favor. Diferente de uma parte primordial do filme, a obra Matha Washington traz uma jovem soldado que obedece ordens sem nenhum questionamento e com o tempo passa a perceber as atitudes desastrosas e totalmente sanguinárias. Assim muda de atitude e passa a ser uma guerreira revolucionária, lutando para libertar a população oprimida da tirania governamental.

Ao meu ver, a obra retrata as consequências de um governo que permite arbitrariedade contra seu próprio povo para não haver discordância. Caça, prende e, na maioria das vezes, mata sem fazer perguntas. Frank Miller retratou Martha Washington, uma personagem negra, corajosa e focada no compromisso de libertar todos e acabar com o governo atual.
Muito das artes e do roteiro mostra a valorização da força de grupos da resistência como algo essencial para mostrar que um governo não está agindo de acordo com a política da nação, claramente valorizando (sem lógica) as intervenções militares como se fosse realmente necessário para trazer a igualdade para o mundo, iniciando pelos Estados Unidos da América. Dá a ideia muito forte sobre guerras políticas de Direita extrema e Esquerda, onde os ricos apoiam a dominação imperialista.
Falando sobre Martha, a protagonista negra é órfã de pai assassinado em protestos contra o governo que prende qualquer um que se deixe mostrar contra o autoritarismo do governo, obtendo sucesso com a maioria da população pobre, os que podem ser facilmente descartados. Assim ela foi crescendo num mundo cheio de corrupção e percebe diariamente todo tipo de injustiça.
Por fim, a obra de Frank Miller é diretamente voltada para mostrar que governos que abusam do poder levam às catástrofes e desastres humanitários, citando exemplos (nas artes de Dave Gibbons) do que ocorrem em muitos países onde há fanáticos religiosos e tiranos que se apoderam de um cargo governamental e não querem ser substituídos. Basicamente tivemos um exemplo recente no Brasil. Felizmente esse tipo de “tirania” com atitudes que levaram quase 1 milhão de pessoas à morte numa pandemia não deu continuidade.
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