NAVALHAS AO VENTO

 

ADEUS, LFV

“O mundo não é ruim, só está mal frequentado.” Essa frase de Luis Fernando Veríssimo nunca foi tão verdadeira como passou a ser após o último dia 30 de agosto.

Mal começava o dia e a notícia já se espalhava nas redes sociais. Pontualmente as 00h40, no Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre, mais um ser de luz vai embora deste mundo.

Lembro que eu ainda estava na escola quando minha mãe leu o livro “O Popular” (1973) e foi assim que eu ouvi pela primeira vez o nome de Luis Fernando Veríssimo e perguntei a ela o que ele era do Érico Veríssimo, pois eu estava lendo “As aventuras de Tibicuera e associei os nomes. Ao longo dos anos li vários livros e várias crônicas mas eram as frases icônicas que eu mais gostava de ler, elas conversavam e conversam comigo até hoje.

“Quando a gente acha que tem todas as respostas, vem a vida e muda todas as perguntas” passou a ser minha frase de cabeceira há muito tempo. Mas muitas outras me faziam e fazem pensar: “Você só sabe até onde ode ir quando já foi.” , “Desenvolvi uma mente defensiva como um condomínio fechado. Uma mente com guarita, que abate qualquer inimigo na porteira.” , “Mas eu desconfio que a única pessoa livre, realmente livre, completamente livre, é a que não tem medo do ridículo.”... entre outas tantas.

Fico perguntando... será que ele viu sua morte? Uma das frases reclamava disso: “Passamos a vida inteira nos preparando para nossa morte e quando ela vem não podemos assistir.”

Veríssimo foi grande nas pequenas coisas e nas pequenas frases. Concordo muito quando ele diz que “Não sei para onde caminha a humanidade. Mas, quando souber, vou para o outro lado.” Mas não podemos lamentar sua morte. Ele cumpriu com maestria o que veio fazer neste mundo, mesmo querendo ir “para o outro lado”.

A literatura perde um grande nome, mas cada vez que ventar lembraremos do seu nome, lembraremos da sua obra, lembraremos das suas frases e de seus livros, lembraremos do seu sorriso tímido, das suas poucas palavras e das suas muitas escritas. Afinal: “Os tristes acham que o vento geme; Os alegres acham que ele canta.” E eu canto por ele ter existido.


Isab-El Cristina
Isab-El Cristina Soares é poeta, membro do Clube Literário de Gravataí, autora de 6 livros.  Graduada em Letras/ Literaturas, pós-graduada em Libras, é Diretora Cultural do ColetiveArts.

Escute o episódio do podcast Coletive Som gravado com Isab-El , clicando Aqui.

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