O menino que quase nunca foi famoso


   Gumball, Steven Universe, Kick Buttowski, Pocoyo, Dexter, Harry Potter, Dennis O Pimentinha, O Pequeno Ninja. Kevin McCallister, Junior Healy, Mikey, Bocão, Data e Gordo. Cebolinha, Cascão, Chico Bento, Manolito, Bolinha, Tom Sawyer e por fim, o tão famoso Charlie Brown. Quem não conhece pelo menos um desses meninos? Personagens da ficção que tiveram o seu espaço e a devida importância no tempo devido. A representação da infância de todas as gerações dos séculos 19, 20 e 21. Pelo menos a representação do menino. Essa entidade que se instala aonde vai. O menino. Aquele ser inconsequente que tem a sacada certa na hora certa. Ou ainda, aquele que anda quieto pelos cantos, sentindo o que ninguém sente. A sua volta, o mundo é pura aventura. Uma poça de lama se tomar uma correnteza fortíssima, referenciando o filme da noite passada. Ele ficou acordado até tarde para ver, escondido, na TV da sala, com o som no volume 2. No máximo no 3. Nah! Ele puxou seu tablet para baixo do cobertor e pôs seus fones de ouvido. Assim, poderia esconder o seu medo na hora em que já deveria estar dormindo. Ele tem aula amanhã cedo. Esse menino que te olha de canto de olho tem muitos segredos. Muita coragem e muita tristeza. Ele tem um nó na garganta e um frio na barriga. Por isso sorri somente com o canto da boca. Pois sabe! Ah, ele sabe! Que a aventura é logo ali. A aventura é qualquer coisa que se ponha a sua frente. Nem que seja, a imortalidade.

   Ou será que um dia a infância irá morrer?

   - Se depender da minha imaginação e da bondade no meu coração, NUNCA! -
disse o menino.


Texto: André Palma Moraes
Arte: Jorginho                      

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