ARTE E CULTURA

 

A ESCRITORA  TÁBATA  BAKER


No dia 09 de agosto de 2021 aconteceu no instagram do ColetiveArts a primeira edição do MILÂO - Mostra de novos talentos, apresentados pelo Coletive e comandada por Pablo Wulff, com um pessoal jovem, cheio de energia e muita arte.

Um dos talentos presentes naquela noite foi a escritora Tábata Baker. Tábata encantou pela sua simpatia e simplicidade, uma intelectual nascida no Rio de Janeiro que sempre gostou de ler, e após ter contato com livros do  Harry Potter e de Agatha Christie, começou a escrever. Trabalha como professora de Inglês e o seu interesse pela Literatura vai além da leitura e da escrita, pois é  Mestre em Literatura, e está fazendo o Doutorado, pesquisando a Literatura em suas particularidades e as relações com outras áreas. Como escritora já lançou duas obras: “Projeto21" e “Próximo, por favor”. O Arte e Cultura foi conversar com Tábata Baker, para conhecer um pouco mais da jovem escritora, e acreditem, ela é genial.


TÁBATA BAKER

JORGINHO: Quem é Tábata Baker? Como você se define?

TÁBATA BAKER: Sou carioca, tenho 36 anos e sou uma pessoa bem-humorada, perfeccionista e dedicada. Adoro animais, tenho três gatas, gosto de verão e de viajar. Escritora nas horas vagas e fã de Cultura Pop, mundo geek, museus, literatura e toda a Arte em geral.


JORGINHOQuando surgiu a literatura em sua vida e a vontade de escrever?

TÁBATA BAKER: Eu sempre gostei de ler. O primeiro contato foi com a Turma da Mônica, e posteriormente com Agatha Christie, uma das minhas autoras favoritas. Quando mais nova, costumava escrever pequenas histórias, mas a vontade de ser escritora foi por volta dos 20 anos, depois de muitos livros de Agatha Christie, da saga Harry Potter e do autor Dan Brown.


JORGINHO Quais as obras que mais te marcaram como leitora, influenciando depois a Tábata escritora?

TÁBATA BAKER: Certamente a história de superação de J.K Rowling foi uma das minhas inspirações. Mas tenho um livro em particular que gosto de reler de tempos em tempos e que não me deixa desistir da carreira de escritora, se chama “Uma só vez na vidada Danielle Steel. É um livro marcante para mim. Na literatura brasileira, sou apaixonada pelo livro “Olhai os lírios do campo”, de Érico Veríssimo e o nosso maior clássico, “Dom Casmurro” de Machado de Assis, a quem admiro imensamente.


JORGINHOComo funciona teu processo criativo?

TÁBATA BAKER: Geralmente tenho a ideia central da história e então passo a montagem de uma espécie de storyboard. É quando começo a definição de quantos capítulos, se haverá divisão em partes, se será apenas um livro ou mais de um. Todo esse planejamento sempre sofre alteração ao longo do processo de escrita, mas em geral começo deste modo, como uma espécie de guia. Uma curiosidade: costumo ouvir música ao escrever, se forem cenas mais calmas, a playlist é mais tranquila. Para cenas de ação, costumo ouvir músicas mais agitadas. As minhas favoritas são do Linkin Park. 


JORGINHO: Você como intelectual, como enxerga o momento político cultural no Brasil?

TÁBATA BAKER: Como escrevo Distopia e estudo temas relacionados à questão política e sistemas de governo, estou sempre em contato com desdobramentos muito negativos. Vivemos um momento muito complicado no Brasil, em que temos uma figura totalmente contrária à sua função, e nesse caso, obviamente estou falando do atual presidente do Brasil. Todos os setores do país sofrem e continuam sofrendo do desgoverno em que nos encontramos, e a cultura também. Nunca estivemos tão próximos do fascismo regido por uma teocracia que nos faz lembrar de narrativas ficcionais como “O Conto da Aia”, de Margaret Atwood.


JORGINHOJá enfrentaste preconceito no mercado editorial por ser uma mulher negra? Pergunto isso por que me assustei com a quantidade de nerds fascistas que saíram do armário e não tem um pingo de vergonha de seus posicionamentos.

TÁBATA BAKER: O preconceito se instala primeiramente em ser mulher e escrever ficção científica. A literatura brasileira possui grandes nomes, como Clarice Lispector, que escreveram romances. Com isso, é difícil ser escritora mulher e escrever algo tido como “fora dos padrões”. Esperam que as mulheres escrevam romances, poesias. Portanto, escrever ficção científica e outros gêneros é o maior desafio. Uma das melhores escritoras da atualidade é Ana Paula Maia, que escreve livros incríveis com temáticas diferenciadas e interessantes. 


JORGINHOVamos começar a falar sobre suas obras, fale para o leitor sobre “Projeto21” 

TÁBATA BAKER:  Originalmente o livro foi lançado com o título de “3” na Bienal de São Paulo, em 2014. Recentemente, rebatizei-o de “Projeto 21”. É um livro de ficção científica que conta a história de 5 agentes da CIA. Eu sempre gostei do tema espionagem e aventura. Sou fã de séries como Alias e Dollhouse. Eu queria escrever minha própria ficção científica, e daí surgiu a ideia desse livro. Na história, Rupert e Edward, que são irmãos gêmeos, fazem parte de um grupo de operações especiais da CIA e estão investigando um caso de sequestro de um cientista. Porém, ao longo da investigação começa vir à tona uma trama envolvendo o pai deles. A investigação acaba separando os irmãos em busca da descoberta sobre o que realmente aconteceu no passado. A trama passa por países como Malásia, Estados Unidos, França e Austrália.


JORGINHO: E agora sobre “Próximo, por favor”.

TÁBATA BAKER: “Próximo, por favor” é um romance inusitado que acompanha as aventuras de Milena em busca de um novo amor na era dos aplicativos. A história se passa no Rio de Janeiro e apresenta muito do cenário carioca envolvendo as aventuras da protagonista.


JORGINHO:  Quais os planos da Tábata para o futuro?

TÁBATA BAKER: Pretendo finalizar dois livros que estão em andamento, num futuro próximo. Um deles, possivelmente, no  ano que vem. Também pretendo participar de mais uma Bienal do Livro, em São Paulo ou no Rio, lançando o “Próximo, por favor” em versão impressa.


JORGINHO: Quais os teus conselhos para quem quer começar a escrever?

TÁBATA BAKER: Um planejamento da história. Pense no que você quer contar e como você vai contar. E lembre-se que a escrita é um processo diário e de construção. Escrever e reescrever estão conectados.


JORGINHO: O Que a Tábata está lendo, escutando e assistindo? Deixe aqui suas dicas culturais.


TÁBATA BAKER: Minha playlist é variada, vai do Jazz ao Funk, depende do dia. Entre os artistas que gosto estão Lady Gaga, Mariah Carey, Michelle Branch, KT Tunstall, Michael Jackson e por aí vai. No momento tenho lido teoria literária por conta do Doutorado. Minha dica mais recente é a Distopia brasileira contemporânea “Corpos Secos”, escrita por 4 autores (Luisa Geisler, Marcelo Ferroni, Natalia Polesso e Samir Machado). Gosto muito de ler e ver filmes de espionagem no estilo de Dan Brown. Ficção científica também é uma das minhas paixões na literatura e no cinema.


JORGINHO: Deixe tua mensagem para o leitor do Arte e Cultura

TÁBATA BAKER: Que todos continuemos a manter a esperança, em tempos tão distópicos, através das Artes em todas as suas representações. E, claro, #VacinaSim #VivaoSUS.


Contatos:

Instagram: https://www.instagram.com/tabatabaker/

"Que todos continuemos a manter a esperança, em tempos tão distópicos, através das Artes em todas as suas representações."
-Tábata Baker


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