Tome sua vida para si!
Ninguém é vítima, não importa a queixa que temos dos outros. Sim, o mundo é cruel diversas vezes. Sim, tá quase tudo errado, trocado, entortado e bugado. Sim, temos acessos de raiva e nos sentimos completamente injustiçados e pisoteados diversas vezes. A pior parte disso tudo é quando temos de engolir o grito, secar as lágrimas, passar água nas feridas e continuar desviando dessa loucura toda para cair novamente em outro buraco logo ali à frente. Dá uma sensação de prisão, como se fôssemos ratinhos de laboratório nas mãos de cientistas sádicos.
Porém não somos nada disso. Somos guerreiros e nossa maior “arma” é a consciência e a inteligência (principalmente a emocional). Quando crescemos nosso olhar diante de tudo, como girafas esticando o pescoço, percebemos que está todo mundo engatinhando para aprender a caminhar no mesmo pântano. Ninguém é dono da verdade e a maioria não tem um pingo de discernimento sobre o impacto que causa na vida dos outros. Se eu ou você temos alguma compreensão dos nossos atos, que bom! Somos mais responsáveis ainda por manter o equilíbrio das coisas - e que ruim também, porque é mais responsabilidade.
Responsabilidade com toda certa é o que nos faz tomar nossas vidas. Qual o nosso papel no meio de todo o caos que nos queixamos?
Um dos maiores exemplos da minha vida, recentemente, está no meu trabalho. Lá eu me sinto o tempo todo como um ratinho de laboratório nas mãos dos tais cientistas sádicos. Todos os anos tem uma nova dificuldade que me surpreende e eu logo digo “não vou aguentar!”, mas aguento. Atualmente me colocaram para trabalhar lado a lado com uma colega muito diferente de mim, um tanto desorganizada e com dificuldades de foco e escuta. Me desesperei! Contudo, depois do desespero inicial, e muita orientação de pessoas sábias, percebi que eu deveria entender que por ser mais organizada, mais objetiva e mais perceptiva eu deveria encontrar o melhor modo de trabalhar com a colega em questão, respeitando a personalidade dela, mas organizando o caos instaurado no nosso ambiente.
Invés de fazer um beiço enorme, ficar esperneando e até brigar com a pessoa por ela não “me agradar” eu tomei a responsabilidade de acertar os nossos passos e entender, internamente comigo mesma, que devo respeitar essa diferença, invés de achar que eu sou a vítima e a dona da razão de tudo. Quando nos colocamos na posição de vítima, colocamos toda a responsabilidade nas mãos da vida, do destino, das cartas da cigana e por aí vai. Entende? Não podemos resolver, apenas aceitar o que vier.
É justo conosco mesmos aceitar o que vem? Estamos nos respeitando? Claro que não devemos exagerar e querer assumir pelo mundo a fora o que falta nos nossos chefes, nos nossos pais, no nosso presidente e etc. Calma aí, que não estou dizendo isso. Mas falo de utilizarmos nossas melhores qualidades para ajudar quem tem outras e aprender com essas outras qualidades a humildade e o respeito pelo próximo. Estaremos sendo responsáveis por nós e alimentando a verdadeira paz de que o nosso mundo precisa.
Miriam Coelho |
5 Comentários
Santo medicamento esse Contraponto.
ResponderExcluirEstudamos e crescemos para carregar o Mundo.
Sem Contraponto seria a barbárie instalada.
Vou tomar uma dose cavalar desse Contaponto.
E depos te conto.
Aiiiii, fico feliz! Gratidão! Todos os meus textos e artes são escritos através do meu desejo de me melhorar e entender mais a sociedade.
ExcluirMuito bom e preciso, Miriam. Admiro quem tem inteligência e sensibilidade sempre juntas, como você.
ResponderExcluirGratidão! Fico muito feliz que tenhas gostado do texto. Escrevo sempre com meu coração.
ExcluirAdorei a reflexão, a ilustração está linda
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