DOSSIÊ KOBIELSKI


 
CAZADOR E CABALLEROS: DUAS
 HISTORIETAS IMPERDÍVEIS


CAZADOR: O ANTI-HERÓI MAIS ESCROTO 
DA AMÉRICA LATINA


No mínimo hilário. Diversão certa. Um personagem sem precedentes na história das histórias em quadrinhos – pelo menos para esse leitor. “Cazador Sagas: Volume Um” apresenta o anti-herói argentino criado por Jorge Lucas num fanzine chamado “Arkhan”, em 1990. Mais que underground, Cazador é a personificação do ogro, com muito humor, insolência e sadismo. Nada de politicamente correto. Sem cartilhas e sem lacração. Irreverente, grotesco e insensível, Cazador foi a revista em quadrinhos mais vendida na década de 1990 na Argentina, superando inclusive, as vendas das Marvel e DC no país fronteiriço. Com roteiro e arte de Jorge Lucas e Claudio Ramirez, esse Volume Um traz quatro histórias curtas do Cazador – que “li numa sentada só”, como diz o gaúcho-, um homem amaldiçoado com a imortalidade que vêm através das épocas trazendo muita morte e muitas piadas. Cazador passa por algumas eras da história, após sofrer um acidente envolvendo uma máquina do tempo. Essa máquina... Tudo isso regado com muito sangue, e palavrões a mil “Vai tomar bem no olho do teu c...”, humor negro de primeira. 


E pasmem amigos, nosso “lindo e belo personagem” gosta de futebol. E torce para o grande (...). Não vou contar. Vão ler o gibi seus vagabundos. Kkk. Edição da Tai Editora, de Taquara/RS, capitaneada por Taina Lauck e Rodrigo Viegas, com tradução de Ota Assunção – sim, o nosso grande Ota -, e Rodrigo Viegas, que promete outras novidades, como Cazador Sagas 2. Baita empreitada rapaziada dos pampas.





CABALLERO ROJO: COMBATENDO O CRIME 
NAS RUAS DE BUENOS AIRES


Depois de me deliciar com o anti-herói Cazador, eis que outra pérola das historietas argentinas chegou em minhas mãos: “Caballeros”. Premiado quadrinho argentino, criado por Toni Torres, Mariano Navarro, Hernán Cabrera – outro lançamento da gaúcha Tai Editora, baseado no célebre personagem do clássico programa de luta livre da TV argentina, “Titanes En Nel Ring”, similar ao Telecatch - programa exibido nas noites de domingo aqui no Brasil nos anos 1960/1970, e que “aquele guri 11, 12 anos“não perdia uma luta do Fantomas, Ted Boy Marino e o Cavaleiro Vermelho – “Cabllero Rojo”. Áureos tempos da TV em preto e branco. “Caballeros” (substituiu o nome “Caballero Rojo “por questões autorais), é um gibi super cativante, que nos traz como personagem principal o intrépido “Cavallero Rojo”, lançado em julho de 1997, no nº 24 da revista Comiqueando, e logo ganhou uma série própria que durou 14 números na primeira fase e 6 números na segunda, já nos anos 2000. Recebeu troféu de melhor roteiro e arte na “Premios de la Crítica”, premiação organizada pela revista especializada Dolmen.




A HQ nos apresenta uma linhagem de vigilantes conhecidos como “Caballeros” que são comandados por uma sociedade secreta chamada Ordem, dinastia essa originária dos tempos das Cruzadas. O livro da Tai Editora, “Caballeros - Tomo Um”, traz roteiro e arte que reproduzem o clima e a intensidade dos quadrinhos de super-heróis clássicos, mas com uma pegada atual – ambientado em Buenos Aires - e homenagens inconfundíveis aos grandes mestres dos comics como John Byrne e Frank Miller. Emocionante. Pelo menos para mim.



Os responsáveis por dar vida às aventuras ao herói argentino são Toni Torres, Mariano Navarro, Hernán Cabrera e Francisco Solano López (El Eternauta), com direito a breves aparições em “easter-eggs” de personagens de Solano López, inclusive uma aventura com o célebre Evaristo (Comix Zone). Imperdível.


Para adquirir Cazador, Caballeros e outras obras, clique em:  TAI EDITORA

Paulo Kobielski

Paulo Kobielski é professor de História com especialização em Filosofia e Sociologia pela UFRGS. Trabalha com fanzines  e quadrinhos na educação. Além disso Paulo nos dias de folga vai até o ringue treinar suas acrobacias, devidamente trajado com sua fantasia de Fantomas. Paulo é um Gigante do Ringue.

Paulo conquistou  o Troféu Ângelo Agostini de melhor fanzine no ano de 2020, confira matéria aqui:

Também confiram o episódio do podcast  Coletive Som com Paulo Kobielski:


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5 Comentários

  1. Descobri Cazador e Caballero Rojo num artigo da revista Super Club, que durou pouco. Mas lembro de um magrão folhear um exemplar do Cazador (com arte que lembrava muito Simon Bisley fazendo o Lobo da DC) no Mercado Público de Porto Alegre, durante uma Feira do Gibi

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    1. São personagens interessantes Anderson. Adoro. Recomendo a leitura.

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  2. Grande dica, Paulo. Obrigado. Sou um grande apreciador de HQs e me fizeste lembrar uma ida à Buenos Aires na década de 90 (nos tempos enganadores de paridade dólar e real, rsrsrs) e como sabia dos ótimos desenhistas e roteiristas argentinos, acabei comprando vários números da revista "Fierro" que trazia um compilação da produção deles. Abraço

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    1. Os quadrinhos argentinos (historietas) são de qualidade ímpar. Vale a pena a leitura. Valeu amigo.

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    2. Os quadrinhos argentinos (historieotas) são de qualidade ímpar. Vale a pena a leitura. Valeu amigo.

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