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Bom dia

Acordei com a cama se mexendo e sentindo algo estranho entre minhas pernas.

Novamente dormi bêbada. Olhei discretamente a mão que apertava meu peito. Não dava para tirar grandes conclusões apenas pelas mãos. Ainda mais no escuro. De qualquer forma, não parecia mão conhecida. Foi aí que o idiota come- çou a beijar meu pescoço. Estava com uma puta dor de cabeça e achei melhor fechar os olhos para o infeliz não saber que estava acordada. Senti algo estranho nas minhas costas. Parecia um grande par de peitos. Olhei melhor para a mão e, mesmo naquela escuridão, pude perceber que estava com as unhas pintadas. Comecei a virar lentamente e me deparei com uma linda mulher. Fui virando até ficar de frente para ela. Senti seu pau saindo de minha boceta. Era um pau enorme. Olhei bem para aquele rosto (assim que desviei o olhar do cacete) e ela me beijou com calor. Depois de nos apertar e esfregar durante um tempo, olhei no fundo de seus olhos e perguntei:

- Mas... Quem é você?

Ela me largou e se levantou de um salto. Pude ver seu corpo por inteiro. Era o corpo feminino mais belo que já vi e nele se balançava um pau maravilhoso.

- Como assim?... Você não lembra? Não sabe quem sou?

Levantei a parte superior do meu corpo e tentei segurar o membro que parecia me olhar. Ela se afastou, se cobrindo com uma toalha que estava jogada por ali. Parecia uma donzela envergonhada. Fui me arrastando até a borda da cama e sentei.

- Calma... Me desculpa... Mas o que aconteceu ontem? Álcool? Drogas?

- Não acredito nisso. Cachorra!!! Vadia!!! – Gritava, enquanto se arrumava.

- Por favor... Me entenda...

Ela acabou de se arrumar, já saindo pela porta. Os seios siliconados ainda estavam a mostra quando saiu rosnando. Caí de costas na cama e fiquei olhando para o teto.

- Quem será aquela criatura? ...

Apalpei uma carteira que estava abandonada no canto da cama. Era uma carteira feminina. Dentro havia alguns papéis com números telefônicos anotados, algumas notas e um documento de identidade. Na foto, um homem de bigodes estava a me olhar. No meio daquela expressão máscula, pude reconhecer aquele rosto feminino que acabara de ir embora. Carlos Cleber Carmindo era o nome dela. Pela data de nascimento tinha 43, como eu.

Abri os braços deixando a carteira e o documento se desprenderem de minhas mãos. Sempre gostei das minhas mãos. Acho que são perfeitas. Voltei a fitar o teto. Não fazia a menor ideia de onde era aquele teto.


Texto: Fabio da Silva Barbosa

   

Fabio da Silva Barbosa     Reginaldo Barbosa   

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2 Comentários

  1. Ficou incrível a ilustração, o texto está muito bom, instigante.

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    1. Esse é um conto muito antigo. Faz tempo escrevi. Quando comecei a ler fiquei até em dúvida de qual era, pois havia feito alguns com personagens acordando de ressaca, mas fui reconhecendo qual era logo no decorrer da primeira linha e conforme fui avançando fui lembrando, lembrando, lembrando...

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