DIRETO AO PONTO GG


 Tex, Tex, Tex


Cavalgando com Tex

Dia Nacional do Tex

Mês do Tex


Caríssimos pards, senhores colecionadores e leitores em geral, estamos num momento de celebração e festejamento por mais um ano de publicações do nosso personagem preferido de histórias em quadrinhos, o nosso querido, especial, irmão, herói Tex, Tex Willer. Então, viva Tex Willer ! ! !

Estamos festejando mais um ano e todo o movimento, todo o prazer, todo o envolvimento e todas as honrarias de cada colecionador se baseiam numa longa trajetória de aventuras e publicações. 

Depois de cinco décadas nas bancas brasileiras, de vários formatos, de vários títulos, de muitas espessuras, de tantas periodicidades, variados preços, milhares de pontos de vendas, depois de tudo isso e mais outras tantas variações, chegamos ao ponto 'x' de uma encruzilhada.

Há dez anos já falávamos que os colecionadores de quadrinhos estavam em extinção e dávamos exatamente o prazo de 10 anos para o fim drástico e ruptivo. Aconteceria um Boooommmmm e depois o silêncio reinaria. Essa afirmação era baseada na queda do número de leitores a cada ano. Leitores antigos morriam ou largavam o hobby e novos leitores não eram incorporados na mesma velocidade. E se dizia que a internet seria a culpada de tudo.

E não deu outra. À queda nas vendas de antes, somou-se nova queda pela migração das pessoas para outros tipos de lazer. Gostamos de experimentar coisas novas. Muitos não retornam após descobrir algo novo. O resultado começou a aparecer de dois lados: por um lado, as distribuidoras se fundiram e depois anunciaram falência, mais tarde as bancas, que já vendiam de tudo para sobreviver, começaram a quebrar, e quando se fazia tempo fechado para o setor, chegou a maior maldição de todas: a Pandemia. Por outro lado, a editora viu que era tempo de ousar e lançar tudo o que podia, tudo mesmo, para levar ao leitor e, também, para faturar mais, e chegamos ao incrível saldo de 15 publicações texianas, agora apostando tudo nas vendas/compras online.

Acontece, porém, que a venda nas bancas, aos jurássicos texianos, era um vício de 50 anos, ininterrupto, do qual, portanto, era bem mais difícil se livrar. A quebradeira das bancas obrigou à compra online. Muitos não querem colocar o seu cartão e CPF e senha no computador ou celular para fazer negócio. Outros deixam para depois, esperando promoções. Ou seja, a compra online pode esperar. 

Contemporaneamente, a TV supre toda e qualquer lacuna de tempo que um humano possa ter com filmes, séries, esportes, noticiários, etc. Cada um precisaria de cinco vidas para dar conta da programação televisiva. Sem contar milhares de outras opções.

Diante desse quadro grotesco, dantesco, mefistofélico, cujo principal problema resume-se à fuga dos leitores, à baixa ou à queda nas vendas, a Editora precisou se posicionar, estudar atitudes a tomar, realizar tentativas de reverter o quadro, talvez tardiamente, talvez não. 

Diabos! A editora precisa atender, abraçar, curtir a sua clientela. Tem que babar o seu cliente. Mas a editora tem um produto que pode se tornar perecível ou inviável, se não proceder melhorias nele, capazes de atrair novos clientes. O que fazer? Deixa morrer e fecha as portas ou leva para uma upgrade (termo usadíssimo na atualidade) na tentativa de uma nova sobrevida?

Quando um paciente está moribundo, pode viver ainda muitos anos. Mas um produto comercial, quando entra no vermelho, não tem choro nem vela. É morte súbita.

O que a Mythos Editora está fazendo é uma tentativa de manter o Tex vivo e com chances de melhorar a sua performance de vendas, atraindo um público existente, embora pequeno, que poderá iniciar coleção se tiver a oportunidade de uma numeração inicial e um produto de qualidade.  E Tex Mensal é um produto de qualidade, num formato ideal e um papel melhor, principalmente para um iniciante.

Tex Mensal é o carro-chefe da Bonelli e para um leitor iniciante será um deleite acompanhar as belissimas  capas do Claudio Villa, os roteiros do Boselli e os desenhos dos irmãos Cestaros, Civitelli, Vannini, Del Vecchio, Piccinelli, Della Monica, entre tantos.

O momento é crítico, mas é de apoiar e não se prender a questões mínimas, que na verdade, não influenciam de modo contundente no prazer de receber e ler as aventuras do Tex.

A Mythos está para tomar a maior decisão da sua história e está sendo muito combatida por uma série de consumidores, que é claro, estão no seu direito de reclamar, de não gostar. Mas, vejam só os senhores como a situação é complicada. Para o Cliente, é muito mais fácil dele chegar diante do produto e, mesmo querendo, não o comprar. Para a Editora, é muito mais difícil chegar ao ponto de oferecer um produto, mesmo que produzido sob pré-venda, porque para chegar  nesse ponto, precisa fazer muitos investimentos em direitos, pessoal, materiais, impostos, etc. E a Editora só terá cacife para trabalhar bem se a clientela for firme e fiel. E é disso que precisa nesse instante.

Se vai dar certo, se o método surgirá efeito, vai depender muito de vários fatores, que passa pela recuperação da economia e oferta de facilidades e segurança para as compras. Muitos leitores antigos ainda não compraram online e falta-lhes apenas apoio e direcionamento. E quem tem que fazer isso é a editora. Criar passo-a-passo e oferecer aos clientes.

Até onde sei, a Mythos Editora vai escolher o modelo Misto de numeração, realizando de uma forma que não choque e que atenda às duas frentes que se formaram pela aceitação e rejeição. 

Torço bastante para que o Tex continue vivo e forte. Os tempos mudaram, mas convivemos com a laranja, o alicate, a pá, o palito, o cordel, o livro, a roda… e a população segue aumentando, consumindo. Quando  passar essa fase ruim da economia, mais pessoas vão em busca de leitura e lazer.

Essa a leitura que faço do momento. Afirmo que ao Editor interessa muuuuito que o Tex continue (né mesmo?) e ele não atiraria na sua principal peça. O que está fazendo é tentando salvá-la. 

Poderá dar errada a tentativa, e no quadro atual, será uma luta ardente e terrível, porém, todo detentor da propriedade de um bem, de uma franquia, tem por obrigação tentar resguardá-la e mantê-la firme e forte. É assim que vejo a atuação da Mythos Editora nesse momento, e desde o Tex 600.

Bem, mês do Tex, tempo de aventuras, tempo de alegria, de celebração por tanto passado glorioso… e estamos discutindo a editoria e o futuro texiano, que poderá nem existir. Ok. Mas quem vai dizer se sim ou se não são os senhores. É o mercado. Não sou eu, não é o Dorival, não é o futuro Presidente. Vocês, texianos de carteirinha dirão se o Tex continua.

Conto que terá continuidade e espero que nas comemorações de 2023 tenhamos um assunto melhor para discorrer e se alegrar.

Hasta la vista e viva Tex.


G. G. Carsan 

G. G. Carsan é cidadão do mundo, gosta de caminhadas na natureza, tocar violão nas horas de folga, passar horas na internet papeando com os amigos, escrever editoriais e matérias nos seus grupos e páginas, preparar novos livros e poesias, manter os storys atualizados, viajante internauta pelas imagens e mapas... é um escritor brasileiro cujo principal lema de vida é valorizar a justiça, a honra e o caráter; escreve histórias reais e ficções e tem dez produções lançadas entre livros físicos e e-books (o último: Pandemia Brasil – Uma Bala na Agulha). É um colecionador, divulgador e historiador do personagem de quadrinhos TEX, com uma dúzia de exposições em eventos pelo Brasil, quatro livros publicados, páginas e grupos na internet desde 2002, cinco temporadas no canal do youtube "Tex Show", uma dúzia lives na página Texianos Live Show e foi o primeiro cosplay do personagem no Brasil.


Para conhecer um pouco mais sobre GG Carsan, escute o episódio de nosso podcast, o Coletive Som, gravado com esse grande pard. Clique Aqui.




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