COMO UMA ONDA...
Quando o professor de história Ron Jones, em 1967, resolveu criar e propor um experimento social aos seus alunos de ensino médio de uma escola em Palo Alto na Califórnia, não imaginava que poderia sair do controle.
Quando o professor Rainer Wenger, em uma obra fictícia, no ano de 2008 em uma escola alemã, propõe o mesmo experimento, ele também não imaginava que poderia sair do controle.
O que ambos os fatos tem em comum? A ONDA.
Em 2008 o diretor Dennis Gansel dirigiu o filme intitulado A Onda, a partir da adaptação do livro homônimo do norte-americano Todd Strasser, obra inspirada na história real do professor Ron Jones.
Tanto tempo depois, 41 anos após o caso de Palo Alto, Gansel mostrou nas telas do cinema como é possível o autoritarismo chegar ao poder sem muitos esforços. Um pouco mais de 30 anos antes do professor Ron Jones, o mundo pode presenciar na prática um regime totalitário, Fascista, Nazista. E na mesma época que os alunos do ensino médio da Califórnia acreditavam na Terceira Onda (miticamente acredita-se que a terceira onda de uma maré é a mais forte), o Brasil escrevia uma das páginas mais sangrentas da sua História: a Ditadura Militar.
Parece interessante (e apavorante!) pensarmos em como a História se organiza ao longo dos tempos e como os caminhos vão sendo desenhados em seu percurso. Ainda que a tecnologia e o mundo evoluam, algumas coisas teimam em se repetir. Quando imaginaríamos que em 2022, outro século, veríamos a propagação dos princípios de uma Onda acontecendo diante dos nossos olhos e em nosso país.
Persuadir, criando uma identidade, uma identificação, um objetivo e um inimigo a ser combatido, são características usadas por grandes ditadores da História quando da implementação dos seus regimes autocráticos. Do outro lado se instaura a anulação da individualidade, com pessoas que perdem a capacidade de tomar decisões próprias, reproduzindo inverdades aleatoriamente, podendo chegar a realizar os mais impensáveis atos e atrocidades em nome de uma “ordem maior”, inclusive, matar.
“Quando você chega na tirania, o próximo passo é a morte”, afirmava Platão.
Nacionalismo e ideologia exacerbados são os primeiros passos para a instauração de um regime totalitário, que pode nascer devagar, aparentemente, inofensivo, e quando você se dá conta já está tomado por ele. As pessoas têm a necessidade de se sentirem pertencentes, úteis, com propósitos na vida e este pode ser um campo fértil - aliado ao desagrado por questões de ordem social, política e nacionalista - para o Fascismo proliferar, inundando e devastando como uma Onda. Levando uma sociedade ao colapso.
As pessoas podem, sim, ser “educadas” e doutrinadas para o totalitarismo, mesmo aquelas que acham que não. Cuidado, o controle pode sair, totalmente, do controle!
Izabel Cristina |
Izabel Cristina é Licenciada em Teatro, gestora de cultura e Especialista em Acessibilidade Cultural, atriz, dramaturga, diretora e professora de teatro. Desde 2014 coordena o Departamento de Artes Cênicas da SMCEL- Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e lazer de Gravataí/RS
e-mail: teatro.bell@gmail.com
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