ARTE E CULTURA


"1798 - REVOLTA DOS BÚZIOS": EPISÓDIO POUCO CONHECIDO DA HISTÓRIA DO BRASIL CHEGA ÀS TELAS DOS CINEMAS 

Um episódio pouco lembrado da história do Brasil, 1798 - REVOLTA DOS BÚZIOS, do cineasta baiano Antonio Olavo leva às telas a influência iluminista da Revolução Francesa (1789) no planejamento do levante que pretendia derrubar o governo colonial, proclamar a independência e implantar uma República democrática, livre da escravidão, onde haveria, conforme acenavam, "igualdade entre os homens pretos, pardos e brancos". 


Produzido pela Portfolium Laboratório de Imagens, o filme chega aos cinemas brasileiros em 30 de maio, com distribuição da Abará Filmes. Cineasta e pesquisador, que atua com temas ligados à valorização da memória negra, Antonio Olavo sempre trabalhou com a pesquisa histórica no cinema documental, e destaca que "a história do Brasil não é apenas a história das elites brancas."


Para 1798 - REVOLTA DOS BÚZIOS, o cineasta partiu dos “Autos da Devassa”, um documento com mais de 2.000 páginas manuscritas no calor da hora com o desdobramento minucioso da grande investigação sobre os acontecimentos. Eles cobrem um período de agosto/1798 a novembro/1799, e são transcrições de dezenas de sessões da Devassa, incluindo a íntegra dos longos depoimentos de mais de 70 pessoas envolvidas na conspiração. A Revolta dos Búzios, também designada por Revolução dos Alfaiates, Conjuração Baiana, Sedição de 1798, Movimento Democrático Baiano e Inconfidência Baiana, é, para o diretor, uma história apaixonante. 


"O maior desafio foi construir um filme que fosse digno da grandiosidade do tema. A história ocorreu há 226 anos e terminou de forma trágica com 4 jovens negros enforcados e esquartejados em praça pública diante de milhares de pessoas, punidos por sonharem com bandeiras universais como a independência, a República e a liberdade diante a escravidão. 

- Creio que conseguimos fazer um filme positivador, contribuindo para o fortalecimento da história e memória do povo negro no Brasil."



O cineasta trabalhou no longa por 13 anos, “o tempo necessário para ter um pertencimento do assunto e poder registrar em um filme documentário com a segurança e serenidade que o assunto pedia. "


Para resgatar esse episódio da história de forma mais dinâmica, o documentário se vale de várias linguagens. "A fotografia não existia ainda (surge em 1839) e não houve nenhum desenho, nenhuma pintura. Então utilizamos criações de arte com cenas cotidianas produzidas por artistas estrangeiros que visitaram a cidade na época, criamos também ilustrações alusivas aos personagens e suas ações na conspiração, com base nas descrições pormenorizada registradas nos Autos da Devassa."



1798 - REVOLTA DOS BÚZIOS faz parte do projeto do diretor, uma trilogia das grandes lutas negras dos séculos XVIII e XIX na Bahia. 


"A partir de 2006 iniciei uma pesquisa sobre as grandes insurreições negras da Bahia, em especial as que ocorreram entre o final do século XVIII e o início do século XIX, período áureo da insurgência negra, em que a então província baiana ganhou a marca indelével de 'Bahia Rebelde', por ter protagonizado histórias mobilizadoras de sentimentos negros que marcaram época."



Estre as muitas lutas, destacam-se a Revolta dos Búzios em 1798, que foi uma conspiração reprimida antes de sua deflagração, a Revolta dos Malês no ano de 1835 e é considerada a maior rebelião negra da história do Brasil, na qual centenas de homens e mulheres ocuparam as ruas de Salvador na madrugada de 25 de janeiro de 1835, sendo violentamente reprimidos e finalmente a  Sabinada, que  liderada por um homem negro, Francisco Sabino, chegou a tomar o poder em novembro de 1837 e ocupou a cidade durante vários meses, tendo também sofrido violenta repressão.


"Essas histórias precisam estar também na filmografia nacional, o cinema brasileiro não pode continuar ignorando esses movimentos. De minha parte, venho desenvolvendo um minucioso e paciente trabalho de pesquisa, buscando condições para levar essas lutas ao cinema, construindo uma trilogia cinematográfica."



Sobre  o diretor Antonio Olavo:


Cineasta e pesquisador, trabalha com temas ligados à valorização da memória negra. É autor do livro "Memórias Fotográficas de Canudos'" (1989) e gestor da Portfolium Laboratório de Imagens, produtora pela qual dirigiu 19 filmes documentários, entre os quais sete longas-metragens: "Paixão e Guerra no Sertão de Canudos" (1993); "Quilombos da Bahia' (2004); 'Abdias Nascimento Memória Negra" (2008); "A Cor do Trabalho" (2014); "1798 - Revolta dos Búzios"; "Quilombo Candeal - Roda de Versos na Boca da Noite" (2021) e "Ave Canudos! Os que sobreviveram te saúdam" (2021). Dirigiu também uma série para TV denominada "Travessias Negras" (2017) e atualmente está finalizando o filme "A Protetora - Memória Negra da Bahia".


Sobre a Portfolium Laboratório de Imagens:



A Portfolium Laboratório de Imagens é uma produtora e editora com forte atuação no mercado profissional audiovisual e editorial da Bahia, já tendo produzido 43 filmes documentários (7 longas e 36 curtas-metragens), editado 13 livros, 15 revistas e 9 calendários de parede ao longo de 32 anos de existência. Antonio Olavo, gestor da empresa, tem 68 anos de idade e uma larga experiência com 49 anos de atuação profissional no cinema. É roteirista e diretor dos filmes longas-metragens: "Paixão e Guerra no Sertão de Canudos" (1993); "Quilombos da Bahia” (2004); "Abdias Nascimento Memória Negra" (2008); "A Cor do Trabalho" (2014); "1798 Revolta dos Búzios" (2018); "Quilombo Candeal - Roda de Versos na Boca da Noite" (2021) e "Ave Canudos! Os que sobreviveram te saúdam" (2021). Produziu também a série documental para TV denominada “Travessias Negras” (2017). 


Patrocínio e apoios



Este projeto foi contemplado nos Editais da Paulo Gustavo Bahia e tem apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia, através da Secretaria de Cultura via Lei Paulo Gustavo, direcionada pelo Ministério da Cultura e Governo Federal. 

Paulo Gustavo Bahia (PGBA) foi criada para a efetivação das ações emergenciais de apoio ao setor cultural, visando cumprir a Lei Complementar no 195, de 8 de julho de 2022. 


1798 - REVOLTA DOS BÚZIOS




A Revolta dos Búzios, ocorrida na Bahia em 1798, é um dos mais importantes acontecimentos da história do Brasil. Inspirado pelos ideais iluministas da Revolução Francesa centenas de homens negros planejaram um Levante com o objetivo de derrubar o governo colonial, proclamar a independência e implantar uma República democrática, livre da escravidão. 


O movimento foi denunciado antes da sua deflagração e o governo instalou uma Devassa que durante 15 meses convulsionou a cena política regional, atingindo os conspiradores com prisões, degredo perpétuo, condenações de açoites públicos e até a pena de morte, sentença máxima que se abateu sobre quatro homens negros: Luiz Gonzaga, Lucas Dantas, João de Deus e Manuel Faustino, enforcados e esquartejados em 8 de novembro de 1799 na Praça da Piedade, em Salvador. 


Esse episódio cruzou a linha do tempo e recebeu diversas denominações, entre elas Revolta dos Búzios, Revolução dos Alfaiates e Conjuração Baiana.


DIREÇÃO – ROTEIRO: Antonio Olavo  

PRODUÇÃO: Raimundo Bujão, Josias Santos, Daiane Rosário, Leda Sacramento, Antonio Olavo.

DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA: Antônio Luiz Mendes

DIREÇÃO DE ARTE: Raimundo Laranjeira 

ILUSTRAÇÕES: Cau Gomez

SOM DIRETO: Pedro Garcia

TRILHA SONORA: Maurício Lourenço

NARRAÇÃO: Rui Manthur

MONTAGEM: Raimundo Laranjeira, Thiago Lisboa, Antonio Olavo

EDIÇÃO: Thiago Lisboa

PÓS-PRODUÇÃO DE ÁUDIO: Estúdio Base / Eduardo Joffily Ayrosa 

CONTROLLER: Inspirar Comunicação e Cultura / Nena Oliveira

ASSISTENTE DE DIREÇÃO: Daiane Rosário

ASSISTENTE DE FOTOGRAFIA: Danilo Umbelino

ELETRICISTA: Celso Conceição


TRAILER:


"...a história do Brasil não é apenas a história das elites brancas."
- Antonio Olavo

Jorginho

Jorginho é Pedagogo, Filósofo, graduando em Artes, com pós graduação em Artes na Educação Infantil, ilustrador com trabalhos publicados no Brasil e exterior, é agitador cultural, um dos membros fundadores do ColetiveArts, editor do site Coletive em Movimento, produtor do podcast Coletive Som - A voz da arte, já foi curador de exposições físicas e virtuais, organizou eventos geeks/nerds, é apaixonado por quadrinhos, literatura, rock n' rol e cinema. É ativista pela Doação de Órgãos e luta contra a Alienação Parental.

Escola Najma Safi de Canoas/RS



A Escola Najma Safi de Canoas/RS também foi atingida pela enchente !
"Com sorte, quando a água baixar, salvaremos os espelhos ... se não quebraram .
Salvamos a roupa do corpo , carteiras de identidade, remédios de uso contínuo, o Príncipe, herança da minha mãe, um mega cão meio caramelo meio marrom, que viveu muitas aventuras no seus dois resgates e o Rato 2 (um gato) que conseguimos colocar em uma caixinha. "
"Somos artistas da dança e música árabe, vivemos disso e contamos com toda e qualquer ajuda para recomeçarmos nossa vida profissional e pessoal !"
"Nossa Escola era nosso ganha pão !"
"Hoje estamos abrigados em casas de amigos !"
"Se você puder nos ajudar e ainda concorrer a 3 trajes EXCLUSIVOS e BELÍSSIMOS do @atelierrejanemesquitae10 "
Com apenas R$ 10,00 você concorre à esses 3 trajes de dança abaixo :
.👇



Insta da Najma: AQUI
Face da Najma: AQUI

"Quanto mais arte, menos violência. Quanto mais arte, mais consciência, menos ignorância."
- Ricardo Mendes

 COLETIVEARTS,  06 anos 
CONTANDO HISTÓRIAS, CRIANDO MUNDOS!
O Coletive está de Luto!

Postar um comentário

0 Comentários