NAVALHAS AO VENTO

 ENTRE A FACADA E O TIRO, A MENTIRA É A MESMA

Lembro com muita tristeza o teatro que o Brasil viveu em 6 de setembro de 2018, quando o então candidato à presidência da república , em um comício que promovia sua candidatura, resolveu a disputa eleitoral utilizando-se de uma piada chamada “fakeada”. A palhaçada foi tanta que muitos brasileiros, com “peninha”, elegeram o pior presidente que o país já teve. Adélio Bispo, suposto autor do crime, assumiu sozinho e foi diagnosticado como doente mental.

No último dia 14 de julho vemos novamente uma farsa, agora nos EUA. Um jovem de mais ou menos 20 anos disparou vários tiros em direção ao palco em que o ex-presidente e atual candidato dos EUA Donald Trump, amigo e cúmplice da família Bolsonaro, durante comício que promovia sua campanha eleitoral. Desta vez duas vítimas ficaram gravemente feridas e um óbito foi registrado, de acordo com o serviço secreto.

Oras, é notória a semelhança da farsa. Enquanto a facada em Bolsonaro não teve nem sangue, o tiro em Trump “riscou” sua orelha. De acordo com o site www.exame.com , o atirador realizou 8 disparos, ou seja, errou 7 vezes aquele cabeção e acertou, de raspão, a sua orelha.

No site www.noticias.uol.com.br podemos conhecer melhor as características de um rifle AR-15 e, com algum pensamento crítico, perceber toda a armação: “A carga de energia cinética abre a cavidade dentro da carne e destrói nervos, vasos de sangue e órgãos vitais…” ‘um único projétil atinge o alvo com uma onda de choque forte o suficiente para explodir um crânio. As balas podem eviscerar várias pessoas em segundos…” “Alta velocidade causa dano maior. Qualquer arma pode matar quando atinge um órgão vital. Mas a alta velocidade  das balas da AR-15 causam mais dano ao corpo e diminuem a chance de sobrevivência. O cirurgião de trauma ouvido pelo The Washington Post, Babak Sarani, contou que à medida que a velocidade do projétil diminui, a energia é tão grande que precisa ser transferida para o corpo e o destrói…” E todo este poder de destruição só atinge a pontilha da orelha...

Mas pelo menos o teatro americano é mais realista, desta vez apareceu sangue e mataram o ator coadjuvante, o tolo que acreditava ser ator principal. Quando alguém é alvejado, instintivamente se abaixa no intuito de preservação da vida, na cena o ator principal, Trump, se eleva acima dos seguranças, com o punho cerrado, como se mostrasse coragem e determinação, pronto para a foto que seria viralizada em segundos aos quatrocantos do mundo. A cena foi muito melhor elaborada do que o teatro tupiniquim.

Aqui o ator saiu carregado nos ombros dos seguranças, como se estivesse desfalecido, lenços brancos por toda a parte sem uma gota de sangue, lá o ator se coloca na mira de possíveis outros disparos, com sangue jorrando pelo rosto. Mas o teatro é o mesmo. A farsa é a mesma. O golpe é o mesmo. E também terá gado que acreditará.

Queira Oxalá que o golpe do atentado não vença mais uma vez, pois já está virando moda...

Isab-El Cristina Soares


Isab-El Cristina Soares é poeta, membro do Clube Literário de Gravataí, autora de 6 livros.  Graduada em Letras/ Literaturas, pós-graduada em Libras, é Diretora Cultural do ColetiveArts.

Escute o episódio do podcast Coletive Som gravado com Isab-El , clicando Aqui.

"Quanto mais arte, menos violência. Quanto mais arte, mais consciência, menos ignorância."
- Ricardo Mendes

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4 Comentários

  1. Gostei do texto por tratar-se de um assunto polêmico: o uso das farsas políticas como armas eleitorais. Neste caso "armas" no sentido literal.

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    1. Realmente. As fake news tomaram conta de uma forma irracional. Obrigada pelo retorno.

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