Madame Sylvia
A cigana leu o meu destino. Não é aquele samba da União da Ilha. Mais um dos bons sambas que a agremiação fez em sua história. Vou a outro extremo da cidade. Exatamente em Campo grande, zona oeste do Rio.
O bairro é o pulmão da região. Com o seu vasto comércio e sua rodoviária, tem uma enorme circulação de transeuntes ao longo do dia. Nesse vai e vem, encontram-se figuras notáveis.
Uma delas é Sylvia. Filha de ciganos vive com o marido e filhos num bairro periférico de Campo Grande. Não se tem muito luxo, vive-se fazendo as contas para ver se vai fechar as contas, mas ainda sim Sylvia não reclama da vida que leva com a família. Sempre estão comemorando com muita dança, cantando e muito sorriso.
Sylvia para complementar a renda, resolveu seguir a tradição de sua família. Virou a Madame Sylvia. Próximo à rodoviária de Campo Grande resolveu bater ponto ali, todo santo dia. A principio estava só e lutando contra olhares desconfiados, deboches e certo preconceito. Ainda a guarda pedia para sair dali.
Madame Sylvia continuou sendo a resistência. Seguiu fazendo seu trabalho por ali e pelas redondezas. Acabou ganhando o respeito de todos e até da guarda. Até quem impedia seu trabalho, pedia consulta. Enfim trabalhando tranquilamente, Sylvia começou a ter a companhia de outros ciganos, que se sentiram mais seguros em poder fazer o que tem que ser feito. Madame Sylvia abriu caminhos e ajudou a sua comunidade.
Daniel Filósofo |
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