VERSOS AO VENTO

 Quando ele é a vírgula

Noutro dia, como sempre,

inda que ficasse inteiro

tuas partes se partiam

aos bocados destarte,

formando um todo cheio

enquanto salões se esvaiam.


Em seus ismos profundos

não se encontraria extinção,

sendo ele intensa propagação

a não se acabar nos sonhos;

entretanto, de todos a todos

seus dadas eram bem loucos

enfatizavam os absurdos

daqueles tantos poucos.


Era preciso sentir falta

para se ter razão, era a falta

preciso negar para se ter

chão, era preciso se resolver

para se conhecer na contramão

e não, nunca, perder a emoção.


Era vez doutros passos mais largos

e amplos que doutros tempos,

viagem sem trajetória,

surreal matéria imprópria;

era vida em movimento,

era antirracionalismo,

era ilógica criação,

era afirmação!


Ironicamente criador e criatura

inúmeras vezes intempestivos,

vírgulas à frente tracejadas em nós

da literatura, que nos permite respirar,

seguir entre os apaixonados e amar.


Toda água que dele se esvai é afogamento,

toda chama que ele acende é minha alma,

todo ponto que o encerra é um desespero,

toda vírgula que o propaga é esmero,

toda negação de tua língua é minha morte.


Andréia Kmita


Andréia Kmita é natural de Campo Mourão - Paraná (25/04/1977), região Sul do Brasil, migrou com a família de ascendência italiana e ucraniana para o Norte do país. Docente na Educação Básica (Ensino Médio) na SEDUC/MT desde 1992. Graduada em "Letras"(1999/FADAF). Mestre em Literatura e Crítica Literária (2018/PUCSP). Pós-graduada em “Psicologia e Coach” (2020/Faculdade Metropolitana de Ribeirão Preto - SP). Em 2021 cursou “Terapia Cognitivo-Comportamental: Princípios Teóricos e Epistemológicos” e “Introdução a Psicanálise Freudiana” no Portal de Psicologia (in)Formação. Fez parte de grupos de pesquisa na PUC-SP sobre poesia e crítica literária em 2015 e 2016. Integrou o grupo de pesquisa da Profa. Dra. Telê Ancona Lopez USP (FFLCH) 2015/2016/2017 sobre o “Trabalho do Crítico”. Atuou como Coordenadora Pedagógica na escola especializada em Educação no Sistema Prisional de Mato Grosso de 2019 a 2020, onde escreveu documentos de suma importância para o Estado de Mato Grosso no segmento educacional PPL (Privados de Liberdade). Em 2021, iniciou o Doutoramento na FLUC (Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra) em Línguas Modernas: Culturas, Literatura e Tradução. É Poetisa, escreve contos e roteiros de curtas, escritora de projetos políticos educacionais e culturais. 

"Quanto mais arte, menos violência. Quanto mais arte, mais consciência, menos ignorância."
- Ricardo Mendes

COLETIVEARTS, 06 ANOS DE VIDA,
CONTANDO HISTÓRIAS, 
CRIANDO MUNDOS!


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3 Comentários

  1. Perdido na dor da ausência, envolto na neblina da saudade, não encontro a ciência capaz de me devolver a sanidade.

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  2. Na dor da tua ausência,
    perdido no nevoeiro da saudade,
    não encontro ciência
    capaz de devolver-me a sanidade.

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  3. Também gostei muito das ilustrações..

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