#temliteraturanarede


 Acordes

Violão, meu violão,
em tuas cordas me derramo,
em tuas curvas me debruço
sem te ver a obviedade da metáfora feminina,
lugar comum que anda com tantos,
mas comigo não, Violão.

Teus volteios são pra mim
como as estradas por que passo;
cada curva de caminho
é um acorde que me desperta humano.
As tuas cordas tão retas-paralelas,
se encontram sob a pressão de meus dedos,
mas sei que sou eu que me encontro nelas.

O teu punho e o teu braço
trazem a força dos sons diversos
e no reverso de tantas casas,
quanta beleza ainda jaz adormecida,
quanta verdade ressoa de tua boca,
esse buraco negro que atrai tudo,
mas que derrama e espalha a luz.

Já andaram me perguntando
do que é que você é feito,
se de pinho, de mogno, se de jacarandá
se de algumas madeiras nobres,
mas eu respondo que nobre mesmo
é você ser feito de música.

E digo sem nenhum exagero
que aquele símbolo do Moebius
com que trançam o infinito
é o teu corpo, violão,
encaixado e tocado nos braços de Deus.


Arte: D'Anjo

"Quanto mais arte, menos violência. Quanto mais arte, mais consciência, menos ignorância."
- Ricardo Mendes

COLETIVEARTS, 06 ANOS DE VIDA,
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