UM POUCO DE HISTÓRIA

Na ideologia aprendemos que a ideia da classe dominante de uma sociedade é a ideia dominante daquela sociedade e isto só é possível entender quando percebemos o processo histórico em que vive a sociedade. Na época dos reis, tanto na Europa quanto no Brasil, a nobreza, os de sangue azul, possuíam privilégios de nascença, apenas porque tiveram a sorte de nascerem no seio de uma família nobre, com título nobiliárquico que lhes dava alguns direitos a mais que o restante da população não possuía, tais como o acesso a cargos públicos, doação de terras pelo rei e principalmente o direito a ser membro da linha sucessória. A legitimação do monarca como poder absolutista dos reis era realizada pela Igreja Católica Apostólica Romana, para a qual o rei era rei por “direito divino”, ou seja, a religião dizia a todos que o rei havia se tornado rei por vontade de Deus e com as bençãos do Papa. Esta era a ideologia dominante da época na qual a nobreza formava uma classe superior, eram seres humanos superiores que não precisavam sujar a mãos com o trabalho braçal, reservado à plebe ignara que sob as suas unhas trazia o seu pedaço de terra. Hoje, o sistema jurídico já não aceita mais a superioridade de uma pessoa sobre as outras apenas por uma questão do nome da família. Mas, em que momento a ideologia da nobreza foi vencida no processo histórico? Quando o rico burguês percebeu que mesmo o mais empobrecido dos nobres possuía mais direitos do que ele naquela sociedade monárquica. Este foi o momento das revoluções burguesas, nos séculos XVIII e XIX.

Assim como a ideologia monárquica, através da Igreja Católica Apostólica Romana, procurava justificar a ordem social e política como sendo a vontade de Deus. Hoje, na nossa sociedade burguesa neoliberal, os Aparelhos Ideológicos do Estado, como escreveu Louis Althusser, nos dizem que tudo é do jeito que é porque é o melhor jeito. Dito em outras palavras: os meios de comunicação de massas, a escola tradicional, a religião nos apresentam os ideais burgueses como sendo os ideais de toda a sociedade, ignorando as desigualdades sociais e fazendo os pobres pensarem que a pobreza é culpa deles porque não se esforçaram o suficiente para enriquecerem como o burguês. A mesma ideologia burguesa que nos apresenta esta sociedade como algo natural e inevitável é a mesma ideologia que nos diz que a empresas privadas são melhores que as públicas, só não revela que nas empresas privadas só tem acesso aos serviços quem pode pagar. Não há nada mais contraditório do que um pobre na fila do SUS reclamado que se fosse tudo privatizado seria muito melhor, só não lhe ocorre que ele estaria fora deste atendimento. Hoje, cada vez mais, os serviços públicos têm que ser criticados para melhorarem e não simplesmente serem substituídos por uma empresa privada.


NESTOR OURIQUE MEDEIROS


"Quanto mais arte, menos violência. Quanto mais arte, mais consciência, menos ignorância."
- Ricardo Mendes

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