Das coisas boas da vida
Sábado, 09/10/2021, fui conhecer a Feira de Rua que ocorre na Rua Pedro Vargas, em Gravataí/RS, no entorno da Escola Clotilde Rosa, convidado pelos queridos amigos do Clube Literário, Srs. Borges Netto e Círio de Melo.
Fui apresentado à idealizadora do projeto, Letícia Martins. Ela e seu pai são donos de uma floricultura muito bonita que funciona na frente de sua casa e, a cerca de um ano, tiveram a ideia de mobilizar a vizinhança, começando a Feira de Rua, atraindo pequenos empreendedores ao evento, realizado sempre no segundo sábado de cada mês, das 9hs às 17hs. Letícia contou-me do funcionamento da feira e do engajamento dos envolvidos, que contém um troca-troca literário, sendo de sua responsabilidade a triagem dos livros recebidos, sobre os custos para divulgação que ocorrem por carro de som e são impulsionados pelas redes sociais dela, de amigos/as e demais envolvidos, podendo ser acompanhada via Instagram: feira_derua. Movimento aumentando devido aos protocolos sanitários atuais, cheguei ao local às 15hs45min, ficando até o final, 17hs, com movimento. Não fosse pelo horário final estabelecido, havia movimento de pessoas pela rua para seguir a Feira por horário indeterminado!
Letícia Martins |
E as crônicas de Borges Netto. Bom, Borges Netto e Círio de Melo são pessoas agradáveis! Conversar com eles só faz somar, a cultura envolvida nos diálogos estabelecidos com pessoas de tamanha cultura é um deleite. Círio de Melo teceu comentários importantes sobre a poesia e a declamação, sendo ele um ótimo escritor, excelente poeta e declamador. Comentários sobre os perigos envolvendo a declamação de obras de terceiros e a importância de respeitar as leis sobre o tema, ao final conta histórias sobre esta rua, Pedro Vargas, e seus moradores, já que ele mora nela há quase 50 anos. Conversa muito agradável! Borges Netto foi quem me recepcionou e fez as apresentações necessárias, falando com muito carinho sobre a iniciativa destes moradores e a beleza envolvida naquela pequena rua, quase uma travessa. Falou-me de suas viagens, suas pesquisas, seus livros, projetos futuros, e do Mestre em Literatura Eduardo Jablonski, sobre o quanto este tem ajudado com sua qualidade e profissionalismo. Presenteou-me com o livro Das Coisas de Pouca Importância, e falou em especial de uma crônica deste, intitulada Dos restos mortais do Imperador D. Pedro I, página 122. A história por trás deste texto é maravilhosa! A crônica em si é curta, uma página; a pesquisa envolvida para dar vida a esta crônica é digna de um filme! Surgiu de uma visita anos atrás ao Rio de Janeiro e à cidade imperial de Petrópolis. Ao alugar uma carruagem para passar pelos pontos históricos, o Sr. Borges estabelece um diálogo com o condutor e guia chamado Armando, e pergunta sobre os restos mortais de Dom Pedro I, ao que Armando disse não saber, que provavelmente estaria na Europa após Dom Pedro I ir para lá, então transformado em Dom Pedro IV. Borges Netto não se deu por vencido e partiu para as pesquisas históricas, descobrindo nos livros de Octávio Tarquínio de Souza a informação correta, de que o corpo de Dom Pedro I fora repatriado no ano de 1970, e que a cripta de Dom Pedro I está no ponto exato onde deu o Grito do Ipiranga. A beleza desta crônica está na autenticidade, no trabalho de pesquisa, em um lapso temporal de cinco anos, período compreendido entre o primeiro contato com Armando, levantando a questão dos restos mortais do Imperador até o retorno de Borges Netto e o segundo contato com o guia. Trazer esta exatidão a um texto de uma página é um compromisso consigo e com seus leitores, tal atitude traz um respeito do escritor com seu público e a todos que porventura se depararem com tal obra. Este é Borges Netto, dono de um estilo que engloba muita qualidade, autenticidade e respeito com o leitor, proporcionando através da literatura um contato tão próximo com a história e os fatos históricos, em compromisso sempre com a verdade.
Que sábado enriquecedor! Como não aprender, evoluir com tanta energia boa, conversando com pessoas dessa qualidade, testemunhando uma iniciativa entre amigos e vizinhos que só vêm a somar, a agregar. Boa sorte, Letícia Martins, parabéns pela iniciativa. Parabenizo também aos amigos do Clube Literário, além de Borges Netto e Círio de Mello, Ângela Xavier e Cláudio Wurlitzer estiveram por lá hoje. Sigam pelo Instagram @feira_derua, acompanhem as atualizações se puderem, vamos prestigiar a estas tão boas ações!
Sandro Ferreira Gomes, Professor de Língua Portuguesa, Conselheiro Municipal de Políticas Culturais em Gravataí/RS, Servidor Público, Porto Alegrense, admirador das belas artes, do texto bem escrito e das variedades de pensamento.
03 ANOS DE COLETIVEARTS
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9 Comentários
Estive na feira e também fiquei impressionada com a iniciativa. Um espaço acolhedor e necessário.
ResponderExcluirParabéns pelo texto!
Sempre impecável!
Abraço,Sandro!
Obrigado, Ângela! Fiquei impressionado. Ótima iniciativa!
ResponderExcluirQue linda essa feira, o nome dessa rua me lembrou o nome de outra rua no morungava, mas são bem diferentes. Por mais feiras de rua como essa.
ResponderExcluirFaz tempo que não vou a uma feira de rua. Nem no Brique da Redenção eu fui e faz quase um ano
ResponderExcluirSigam pelo Instagram, feira_derua , hoje houve atualização. Vale a pena conhecer, há oportunidades também para quem deseja expor seu trabalho e produtos. Esta iniciativa merece reverberar, crescer ... por mais Feiras assim, que seja a semente de mais iniciativas iguais. Sonho com um futuro possível ... imaginem uma Notting Hill por aqui? kkkkkkk
ResponderExcluirLinda a feira, adoro ir expor, tempo passa rápido de tão bom que é! 😆
ResponderExcluirFiquei quase uma hora e meia e pareceu quinze minutos, pois estava realmente muito bom!
ExcluirPessoas conhecidas, amigas, descritas em uma bela crônica, sobre um lugar que desconheço. Ainda!
ResponderExcluirtodo mês tem! só segui-los no Insta ... a feirinha é encantadora!
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