DANIEL FILÓSOFO

O artista de Rua

O artista é um sonhador por natureza. Quando se é um artista independente, é de corpo e alma. Mantém os pés no chão, mas a cabeça está no mundo da lua. Não que seja ingênuo, de forma alguma, talvez tenha bastante malicia, por viver na rua e lidar com todo tipo de gente e  situações diversas.

Insistente, persiste em sua arte. Independente dos percalços se mantém fiel ao que acredita mesmo desacreditado, sem dinheiro e por vezes sem esperança. Mais levanta da cama, joga água na cara e é um novo dia. Suor e inspiração a esse povo é uma crença fidedigna e isso é levado a  sério com força e fé.

Denny é um jovem rapaz, cara bem disposto e com um sorriso no rosto. Mora só com a filha em um modesto apartamento, mas bem organizado e aconchegante. Ator apaixonado pela arte cênica, sua paixão pelo teatro e arte em si, o motiva em tudo na vida. Além é claro de sua pequena, que é seu grande amor e companheira de todas as horas. Integrante de um grupo de teatro do bairro do subúrbio em que mora, ensaiam na lona cultural do bairro onde reside. Grupo coeso e certo em sua proposta de trabalho sabem onde querem chegar e a certeza de atingir o público com boa arte. Eles tem a certeza, que vão chegar a lugares inimagináveis e a  sensação de dever cumprido.

No mesmo prédio de Denny, tem dois rapazes na flor da idade, cheios de vigor e na plenitude de suas mocidades. Carlinhos e Luiz são dois rapazes igualmente esforçados e motivo de orgulho do que os cercam.Bons alunos mente boa e cientes que tem um futuro brilhante pela frente. Nutrem a mesma paixão pela música. Carlinhos toca violão e Luiz, flauta. São bem disciplinados com a música, treinam com afinco seus instrumentos e surge muita inspiração daí. Os dois arrumam tempo e saem tocando dentro do trem e metrô, apresentam seu talento e ainda ganham um trocado dos passageiros. Com a grana matam a fome e  ainda sobra um troco para namorar no fim de semana.

No mesmo prédio, tem um palhaço aposentado. Seu Zé quis aposentar e descansar, o corpo já pedia por isso. Mas no tempo que tinha sua companhia de circo, viajava por aí. Cai na estrada e armava a lona e o circo estava formado. Ia onde o público estava. Não ficou rico,ao contrário,vive de uma razoável aposentadoria, que dá para viver  modestamente, mas não tem do que reclamar da vida. Na memória, tem  inúmeras riquezas a contar e passar a juventude.

Daniel Filósofo

Daniel Filósofo é cronista, jornalista, profundo conhecedor de rock'n'roll, torcedor do Fluminense e radialista. Também escreve a coluna "A música segundo o Filósofo".

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