Senhora Margot
Aldair dos Santos ou senhora Margot aos íntimos e quem a o conhece nos arredores da Rua da Lapa, esquina com a Joaquim Silva, pelas bandas da Lapa e começo da Glória.
Cria das redondezas, Aldair quando era uma bela menina. Travessa, sempre fazia sua estripulias pelas ruas e sempre era corrigida pelos seus pais sempre com uns tapas. Isso não a fazia parar. Coisas da idade e conforme se avança na idade, muda-se a mentalidade.
Anos se passaram, a vida de Aldair deu uma reviravolta. Perdeu seus pais, vive só num sobrado na mesma rua em que morava com seus velhos, não tinha condições de ter ido para uma melhor moradia. Já não atendia pelo seu nome de batismo. Usava seu nome de guerra: Senhora Margot.
Margot é a mais bela da casa Madame Moon. A cafetina que está há anos aqui no Brasil, vindo de Paris, comanda seu cabaré a ferro e fogo e ao mesmo tempo trata as meninas como fossem suas filhas. Madame Moon tinha a ternura de uma mãe e a malicia de quem já andou por todos os caminhos que alguém já trilhou. Ninguém enganava a francesa.
Madame Moon não foi agraciada com a maternidade, por isso o afeto por suas meninas. Com a chegada de Magot, Moon se encantou com a ninfeta. Era uma bela jovem e encantadora. Ela pressentiu que a garota iria fazer sucesso no cabaré. E dito e feito.
E seu olho clinico não lhe deixou falhar. Margot foi um sucesso. Os clientes sempre a queriam e as outras garotas faziam o que podiam para chamar a atenção da clientela. A situação estava causando uma ciumeira entre as donzelas. Margot soube contornar isso fazendo uma boa política. Depois de alguns meses, tinha todas ao seu lado e tornou-se a rainha do cabaré.
A ninfeta sabia deixar os homens aos seus pés. Cortejada por todos os tipos, até um famoso deputado federal queria a levar para viver em Brasília, mas ela recusou de cara. Ali era o seu porto seguro. Isso não foi a primeira vez. Um americano a queria levar para se apresentar sua companhia de dança na Broadway.
Margot tinha seus momentos em que o sentimento o pegava de jeito. Nos dias em que estava se sentindo com a mente longe, ia até próximo ao aeroporto e ficava observando a chegada e partidas das aeronaves no Santos Dummont. Era seu momento de refugio. Margot achava que o amor estava chegando de avião e lhe levaria a qualquer lugar em que poderia ser só a senhora Aldair.
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| Daniel Filósofo |
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| Sempre algo interessante para contar! |
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