O UNIVERSO CONTA

Naigaron

Capitulo I

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Capitulo II

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Capítulo II -  Um plano, um amor, uma esperança

parte 3

Alue olhou para os lados, confirmando que ninguém estava por perto e começou a responder.

- Em Naigaron existem muitos grupos de Nômades, cada qual representa um elemento. Os Nômades das Águas são os mais próximos de nós, pois descendem das terras das águas.

- Por que não vivem mais conosco? Por que as pessoas daqui os temem tanto? Eu vi o medo estampado no rosto de todos, no dia da reunião.

- Há muitos anos atrás do seu nascimento, cada condado era muito diferente do que é agora. Dentro de cada um, viviam pessoas que realizavam magia utilizando o elemento do seu nascimento. Aqui, os chamavam de Magos das Águas, porque pareciam verdadeiros mágicos. Eram capazes de curar doenças através da água e da infusão de ervas. Já os que nos protegiam das ameaças externas eram chamados de guerreiros protetores e criavam imensas paredes de água, impenetráveis para os inimigos. Eram muito fortes!

- Nossa! - disse Laura, rindo - Parece uma fantasia de faz de conta!

- No seu planeta não existe isso?

- Magia? Poderes fantásticos? Pessoas comum dominando elementos da natureza? Não!

- Aqui existe! Ou existiu… Quando o Conselho Geral se formou, esses mágicos passaram a ser ameaça para o poder que tanto cobiçavam, então o próprio Conselho disseminou a discórdia dentro dos Condados. Com o tempo, uma grande Guerra iniciou a perseguição de todos os que dominavam algum elemento do planeta. Famílias inteiras foram divididas, pais de um lado e filhos de outro. Foram tempos difíceis. Os Mágicos foram expulsos das terras de origem e, desde então, vivem caminhando por Naigaron sem rumo, sem jamais poder voltar para suas terras.

- Mas se eles ainda podem fazer magia, como que não entraram aqui dentro? Ou como não lutam novamente e destroem o Conselho?

- Porque cada mago precisa ser alimentado pelo seu elemento de nascimento. Quando os Magos das Águas foram expulsos desse território, suas magias se esgotaram e não puderam usá-la. - Alue se levantou e apontou para o redor - Olhe para toda essa água incrivelmente brotando de todos os cantos, preenchendo o ar e alimentando a terra, Laura. Tudo isso é mais que vida para um mago da água. Sem isso tudo, um mago da água não é nada mais.

- Estar longe daqui deve ter gerado muito sofrimento para os Nômades - disse a jovem, aceitando que a mágica existe. Bastava olhar ao seu redor. O cenário não era algo comum na Terra - E nenhum mago tentou se passar por alguém comum para entrar aqui? Se eu fosse uma Nômade, eu entraria aqui dentro fingindo ser parte do Condado, absorveria a energia de que preciso e venceria lutaria contra todos, para retomar o que é meu por direito!

- Não tem como apenas uma pessoa lutar contra tantos, tão pouco todos os nômades se camuflarem. Ainda hoje nascem magos aqui dentro das famílias sem magia, assim como nascem pessoas sem magia dentro dos grupos Nômades. Logo são reconhecidos.

- Ah! Como é possível saber que uma criança nasceu mágica?

- As crianças mágicas nascem com seus olhos irradiando a cor do seu elemento nos olhos. Seus pais as abandonam na entrada das terras, para que os Nômades as adotem. Porém os Nômades não fazem o mesmo com seus filhos não mágicos. Os criam para que aprendam a respeitar ambas as origens, afinal, éramos um único povo.

- Acho certo!

- Também acho! - disse Alue - Me diga, Laura, você moraria entre os Nômades, ou iria querer fugir deles assim como quer fugir do povo daqui? 

- Depois de tudo que você me contou, eu acho que iria viver melhor se fosse uma Nômade da Água, pois eles podem ir para outros lugares e não estão sob o domínio do Conselho.

- Eles não são totalmente livres. Eles jamais poderão voltar para casa, considerando como as coisas são atualmente.

- Ainda vivem melhor que eu, que nem sei onde é meu lar. Falando nisso, onde está a sua família?

- Estão longe de mim, por enquanto. Mas assim que nos juntarmos, não irei me separar deles. Também sinto falta de um lar.

- Família… dizem que aqui está minha família, mas eu não me sinto parte dela- disse, com os olhos cheios de lágrimas.

Alue abraçou Laura muito forte e disse:

- Um dia você vai entender por que se sente assim… tudo vai fazer sentido.

- Como assim?

- Não posso te contar agora, mas quando você estiver fora daqui, meu amigo te contará tudo.

A garota ficou confusa, mas ambas lembraram que estava na hora de voltar, ou achariam estranho o sumiço das duas jovens. Caminharam de volta para a Casa Principal. Laura pretendia se trancar na biblioteca, para relaxar e ler algo, porém seus planos foram interrompidos. Assim que chegaram na casa, Eduardo esperava pela garota na porta principal. Estava escorado numa das  extremidades, os cabelos cobriam seus olhos, dando um aspecto de mistério que deixava ela ainda mais apaixonada. A garota aproveitou que os olhos do rapaz estavam voltados para os pés e o observou mais fixamente, matando a saudade dos seus traços, do seu jeito único que encantou ela por tantos anos. O rapaz a encarou, por fim. Laura desviou os olhos para os lados.


- Estamos sendo esperados na sala de reuniões - disse Eduardo.

- Por quê? - indagou a garota, sentindo o sangue fugir do rosto rapidamente. Será que o Conselheiro com quem discutira outro dia iria castigá-la?

- Vamos… - disse ele, estendendo uma das mãos com as palmas para cima, apontando até o corredor.

Laura seguiu o caminho na frente do rapaz para ter a chance de mostrar-se. Sentia uma energia forte cuidando de cada gesto pelas suas costas, Eduardo certamente a observava. O que estaria pensando? Indagou-se ela, rindo-se. Naquele dia estava contente por estarem juntos.

Os dois entraram na sala de reuniões do Dirigente, era bem iluminada como um consultório médio. No centro havia uma mesa oval branca com várias cadeiras confortáveis ao redor. Sentados em algumas delas estavam o Dirigente do Condado das Águas, o membro do Conselho Geral que Laura discutira, um rapaz alto, magro, de cabelos muito escuros e pele mais clara.  Ao lado dele, também havia uma garota parecida, ambos usavam túnicas de tons esverdeados.

- Laura e Eduardo, chamei vocês aqui para apresentar seus noivos - disse Roul, apontando para os dois jovens estranhos - Liuk é o mais velho e será o Dirigente do Condado dos Ventos, Lira é a mais nova e será esposa de Eduardo, que herdará a dirigência do Condado das Águas. Os dois chegaram hoje à Casa Principal e viverão aqui até o casamento, para que se conheçam.

Continua no próximo sábado…


Miriam Coelho


"Quanto mais arte, menos violência. Quanto mais arte, mais consciência, menos ignorância."
- Ricardo Mendes

COLETIVEARTS, 06 ANOS DE VIDA,
CONTANDO HISTÓRIAS, 
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