O UNIVERSO CONTA

 

Naigaron

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Capitulo II

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Capítulo II -  Um plano, um amor, uma esperança

Parte -5

Depois do jantar, todos foram para o salão menor de convivência, onde poderiam relaxar bebendo sucos das mais variadas frutas a base de água. Laura amava todos, já que lembraram vagamente de melancia, a sua fruta favorita na Terra. Enquanto os Dirigentes e os três Conselheiros permaneceram rindo e comentando sobre novidades banais de famílias do Condado, Eduardo permanecera sentado, lendo um livro que encontrara na estante do salão. Parecia absorto em sua leitura para todos, mas Laura não tirava os cantos de seus olhos dele, preocupada que Lira se aproximasse para uma conversa.  Porém a jovem, cansada de escutar a conversa dos outros, se aproximou do seu irmão e da jovem, que riam e falavam do que poderiam fazer nos dias em que passariam no Condado das águas.

- Sei tão pouco sobre esse lugar como você! - exclamou a jovem, se esforçando para ser alegre e demonstrar ao mundo que estava a vontade com seu par.

- Então será uma experiência única, pois descobriremos juntos. - Disse ele, com seus olhos brilhando. Estava contente pela simpatia e atenção que a jovem dispensava a ele.


- Talvez eu devesse me unir a vocês - comentou Lira, ao tentar se incluir no assunto com sua voz delicada e afetuosa - sempre senti curiosidade em conhecer os demais Condados de Naigaron.

- Será maravilhoso, irmã! Vamos nós quatro - disse, aumentando sua voz para que Eduardo os escutasse. Mas o rapaz não demonstrou nada. Liuk fez uma expressão de estranhamento e caminhou até Eduardo, perguntando sobre o que lia.

Lira a Laura permaneceram imóveis, frente uma a outra, mas com igual constrangimento, pois não haviam dirigido palavra alguma até aquele momento.

- Ele é sempre assim? - Indagou a filha do Condado dos Ventos, finalmente criando coragem para falar com sua futura cunhada, que parecia muito séria e fechada, quando seus olhos cruzavam. Mas alguém precisava quebrar aquela barreira primeiro, então que fosse a mais disposta.

- Calado e intransponível? - disse a garota, mantendo seus olhos nos dois rapazes conversando - Sempre.

- Vocês dois tem algumas semelhanças de personalidade - disse ela, rindo candidamente - Mas não se parecem em nada fisicamente.

- Talvez porque viemos do mesmo lugar.

- Já se conheciam antes?

- Sim.

E o assunto acabou. Permaneceram ainda em silêncio, plantadas no mesmo canto. Não tinham a menor vontade de se juntarem aos rapazes. Laura tinha ciúmes da possibilidade de Lira e Eduardo criarem o mesmo vínculo que forçava com Liuk. Contudo, ao finalmente enfrentar a rival com seu olhar fixo a ela, teve compaixão. Percebeu que ela não parecia à vontade naquele grupo e estava apenas tentando se sentir menos pior.

- Suas roupas são lindas… - disse a garota, numa surpresa tentativa de fazer algum laço.

- Fico feliz que goste! Minha mãe quem escolheu todas.

- Não é permitido escolher suas roupas no Condado dos Ventos?

- Não exatamente… - disse Lira, baixando os olhos timidamente - mas é de suma importância que façamos tudo que nossos pais nos mandam. Não deve ser diferente aqui também.

- Nesse ponto, talvez o Condado das Águas seja melhor, pois Hannat nunca me mandou vestir isso ou aquilo. Me deram diversas roupas e eu e Alue escolhemos as melhores.

- Você não tem a mesma graça ou o corpo de Lira - disse Hannat, surgindo entre as duas sem que percebessem. - Laura já foi criada em outro mundo, nos deu um imenso trabalho quando chegou. Ainda dá… - incluiu, suspirando. Depois pegou o braço da nova moradora da casa - Venha minha querida, sente- se comigo, vou contar um pouco sobre as Diretrizes do nosso Condado. Você será a futura Diretriz do Condado das Águas, temos muito o que combinar. Amanhã mesmo quero ir passear pela casa com você!

Ambas se afastaram e Laura manteve-se firme no seu canto, como se houvesse um círculo mágico protetor de todo aquele ambiente hostil. Liuk percebeu o olhar triste de sua futura esposa e deixou as tentativas de conhecer melhor Eduardo para voltar a conversar com a garota.

- Amanhã começaremos pelo jardim, que acha? - indagou ele, tentando animá-la.

- Está combinado! - exclamou ela, alto o suficiente para que pudessem ouvi-la, mas sem exagerar no tom.

Eduardo guardou o livro, despediu-se de todos a certa distância e saiu da sala.

A jovem sentiu que ele levava sua alma e força de vontade consigo. Não tinha mais a quem impressionar com suas poses e expressões. Manteve uma conversa superficial com Liuk e logo se despediu do grupo também.

Quando Liuk chegou no quarto, a jovem já estava na cama, aparentemente dormindo, porém ela não estava. Apenas fingia para que não trocassem mais nenhuma palavra naquela noite. Estava exausta de fingir. O rapaz trocou as roupas oficiais por outras mais simples, deitou-se na cama e finalmente dormiu, trazendo paz para Laura dormir também.

Na manhã seguinte, ela acordou primeiro. Levantou-se da cama evitando acordar Liuk e saiu do quarto com passos leves e as roupas que dormira. Parou no corredor muito indecisa. Encostou-se na parede, respirou profundamente algumas vezes e pensou na falta que fazia um quarto apenas seu. Para ela, Liuk era um bom amigo, sua personalidade era alegre, ingênua e agradável, estava surpresa do quanto gostara de conversar com ele, porém seus planos de fugir e de não se casar ainda estavam fortes em seu coração. Não sentira nada além de amizade. Como poderia, estando Eduardo tão perto? Talvez se ele estivesse longe… balançou a cabeça em negação, nem mesmo a maior distância do mundo afastaria aquele sentimento em seu coração. Talvez uma pílula do esquecimento! Oh, uma pilula apagando todas as memórias que tinha de  Eduardo poderia servir. Será que existia tal remédio? De repente fora despertada dos seus devaneios.

- Espero que não tenha dormido aqui - disse o Conselheiro num tom sarcástico. Estava muito próximo da jovem. Ela levantou seus olhos e pode ver com mais nitidez a cicatriz que ele carregava ao lado da boca. Era como se um raio tivesse o atingido no rosto e queimado com uma das faíscas.

- Estou apenas respirando um ar! - Disse, levantando-se do chão e o  encarando de queixo erguido.

- Certamente o corredor é uma escolha melhor que a janela…

- A casa é minha, então eu respiro o ar de onde eu quiser, não acha?

- Agora reconhece que é parte desse lar? Até ontem estava querendo fugir… Muda rápido. - disse ele, aproximando-se ainda mais da garota. O medo percorreu o corpo da jovem, ela sentia como se ele fosse fazer algo que a machucasse, porém manteve a pose de desafio e não arredou o pé.

- Isso não é da sua conta, mero conselheiro… - disse, como se fosse uma leoa rugindo - sou uma futura Dirigente de um Condado, muito acima de um “sem nome”. Pedirei sua ideia quando tiver dificuldades com meu futuro povo.

Ele a pegou pelo pulso com força, tanta que ela podia sentir seu próprio sangue aquecendo na pele que ele tocava. Seu coração acelerou de medo e tinha certeza que ele realmente usaria a força para machucá-la quando uma voz interrompeu tudo.

- A senhoria ainda precisa se vestir! - exclamou Alue, interrompendo o que poderia ser o fim da amiga. Caminhou mantendo uma aparente calma até se colocar ao lado da jovem. Ele soltou o pulso dela - O senhor precisa de alguma ajuda? - indagou, olhando seriamente para o Conselheiro, sem se desfazer da calma.

- Não. - disse, seus lábios esboçaram um sorriso - Eu estava apenas conversando com minha nova amiga. Ela tem algumas ideias que precisam melhorar o mais rápido possível, antes que seja tarde…

- A senhorita é nova em idade e no planeta. Ainda precisa aprender muito sobre nossa cultura, mas sempre podemos ajudá-la. Eu e as demais criadas da casa estamos cuidando disso, por favor, nos oriente, caso precise de algo a mais, que passaremos a ela dentro dos nossos deveres.

- Eu estava ensinando a senhorita Laura sobre o que fazemos em nossas prisões com os rebeldes que insistem em continuar teimando. Espero que ela tenha entendido tudo. Mas se eu perceber que ela ainda não entendeu, irei procurá-la. - disse, com ar de deboche. Encarou Alue antes de se retirar. 

- Quer perder o pouco que conquistou até agora? - repreendeu a amiga, ao perceber que estavam a sós.

- Ele me provocou!

- Aquele é o mais novo dos Conselheiros, entrou para o grupo há dois anos, certamente ainda não adquiriu experiência e paciência. Inclusive, os gênios de vocês são bem parecidos. - Acrescentou a cerva - Agora entre no quarto. 

Ambas entraram no quarto e o colega novo de dormitório já estava acordado, sentado em sua cama.

- O que houve ?


Continua no próximo sábado…


Miriam Coelho


"Quanto mais arte, menos violência. Quanto mais arte, mais consciência, menos ignorância."
- Ricardo Mendes

COLETIVEARTS, 06 ANOS DE VIDA,
CONTANDO HISTÓRIAS, 
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