
Naigaron
Capitulo I
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Capitulo II
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Capitulo III
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Capítulo III - Primeiras verdades, primeiros passos
Parte 2
Era madrugada, quando Laura virou para o lado do noivo na cama e percebeu que ele dormia profundamente. A ansiedade tomava conta dos seus pensamentos. Olhava para a porta se perguntando se dariam algum sinal de luz ou se perdera o sinal e já era tarde de mais. Levantou-se da cama e foi até a porta. Não sabia se deveria abri-la, então espiou pela fresta. Identificou um vulto de capa - era verde? - que permanecia imóvel, em frente a ela. De repente ouviu alguns toques vindos do outro canto do quarto, de dentro do tronco da imensa árvore. Abrir a porta foi sua melhor decisão. Caminhou sorrateiramente até a parede e sentiu um vento vindo por entre uma fresta que não percebera até se aproximar. Um espaço se abriu como se fosse uma porta de correr e Laura entrou
Havia uma espécie de Anteparo dentro da árvore. Liz puxou um tampão do chão, bem camuflado e revelou-se uma escadaria de madeira que descia em espiral. O jovem fez um sinal rápido para ela descer na frente e a jovem se adiantou.
- Dificilmente alguém poderá ver essa passagem, é muito bem camuflada pelo lado de fora - disse ele, como se adivinhasse o questionamento de Laura. - você só a encontrou, porque eu entreabri a porta no quarto.
A garota ficou encantada com a perspicácia dos Nômades, Alue era realmente um deles. A jovem queria muito que a amiga estivesse lá, o medo e a insegurança estavam muito fortes em seu coração, porém nenhum deles era capaz de controlar o desejo de liberdade. Cada degrau soava como um alívio, a realização do seu maior desejo nos últimos dias.
Os dois finalmente chegaram no fim da escada. Haviam apenas uma porta, porém eles seguiram por outra passagem revelada assim como era a do quarto. Ao entrarem nesse novo espaço chegaram em uma sala muito iluminada e limpa, em tons azuis. Lá estava Riuky, os esperando em um acento de almofada no chão. O espaço era bem aconchegante, havia uma mesa baixa, próxima aos assentos de almofadas e uma cesta com frutas sobre a mesa. Umas estantes com livros ficava mais ao fundo, com um sofá ao lado. Uma cama de chão ficava na lateral e uma porta para outro espaço se situava no lado oposto.
- Não precisa mais se preocupar, Laura. Será muito difícil eles encontrá-la aqui. - disse o líder do clã.
Laura caminhou em direção, sentou-se em uma das almofadas na mesa e Liz permaneceu na porta.
- Por que me ajudaram? - indagou a garota.
- Porque Alue nos pediu - respondeu Liz, mas pareceu arrepender-se da intromissão na conversa. Laura voltou-se então para o rapaz.
- Alue é mesmo uma de vocês?
- Ela é minha sobrinha - respondeu Riuky. A garota ficou chocada com a resposta. Mas conseguiu entender a influência da sua amiga no grupo, era a sobrinha do líder. O que ela pedia, certamente seu parente iria atender. - Ela foi enviada há alguns anos para o Condado como nossa espiã. Se fez passar por escrava dos Nômades Bestais e foi aceita na Casa Principal como protegida. Desde então, sempre nos passa informações.
Laura ficou se perguntando se aquela ajuda não tinha outros motivos por trás. Afinal, aquele grupo era inimigo do Condado das Águas. Ela era de lá. Por um breve momento, temeu que tivesse caído numa cilada. Olhou ao redor, não haviam janelas, apenas uma porta de saída, a outra certamente era para as necessidades de limpeza. Ela poderia ter sido sequestrada.
- Não somos seus inimigos, Laura - disse Riuky, aproximando-se afetuosamente da jovem, ela sentia verdade em seu olhar - nós somos sobreviventes de uma guerra injusta. Há mais de 18 anos, nosso clã e os moradores do Condado éramos um só. Nunca brigamos antes. Todos confiávamos uns nos outros. Mas quando os Conselheiros surgiram, decidiram enfraquecer os únicos que poderiam lutar contra o domínio
deles.
- Mas por que vocês lutariam? Se conseguiram convencer os não mágicos, porque não convenceram vocês?
Os dois homens olharam-se indagando algo. Pareciam hesitantes. Laura percebeu os olhares.
- Quero saber de tudo! - exclamou ela, batendo com a mão na mesa - Não aceito que escolham por mim. Tenho direito de saber da verdade e decidir o meu destino!

- Você é quem eu imaginava - disse Riuky, sorrindo. Seus olhos brilhavam olhando para a garota.
- Vocês tentaram mesmo me matar, quando eu era bebê?
- Não! Nunca faríamos isso! - exclamou Riuky. Aproximou-se mais da jovem e a olhou firme nos olhos - Laura, nada do que lhe disseram é a verdade!
- Então por que me disseram isso? Por que me enviaram para a Terra junto com E-Eduardo?
Riuky encarou Liz, ambos estavam preocupados.
- Acho que nem tudo é importante saber… - disse Liz.
- Não. - interrompeu Riuky, respirando profundamente numa pausa - se ela vai sair daqui, ela precisa saber da verdade para se defender.
- Me defender do que? Quando eu estava no Condado das Águas escutei os Conselheiros falando que pessoas poderiam me matar. Me contem tudo.
- Sim. Qualquer um, de fora do nosso clã e do Condado das Águas irá querer matá-la. - disse Riuky.
- Por quê? O que eu fiz?
- A melhor pergunta é “quem você é”. Primeiro preciso contar a você que não existem apenas 8 Condados. Há um Nono Condado, também conhecido como Condado Oculto.
- Condado Oculto? - indagou ela. Nunca ouvira falar dele nos livros que lera ou da boca de qualquer pessoa do planeta, nem mesmo por Alue.
- O Condado Oculto se esconde em algum canto que não sabemos onde fica. Eles são liderados por uma família que possui um poder muito grande e perigoso, capaz de destruir todo o planeta. Porém eles não saem do seu esconderijo porque precisam de algo que só você possui.
- Eu?
- Sim. No dia do seu nascimento, o Grande Oráculo previu que você tinha um destino decisivo para Naigaron. O dia em que você encontrar com o Líder do Condado Oculto, será o dia da sua morte. Quando isso acontecer, ele ganhará uma força que levará o fim da Naigaron que conhecemos. Quando essa previsão se alastrou pelos habitantes, todos vieram atrás de você para matá-la.
Laura estremeceu com essa afirmação.
- Inclusive vocês?
- Não… - disse Riuky, olhando para as suas mãos abertas em seu colo. Parecia lembrar-se de algo - nós tentamos protegê-la. Mas os Conselheiros a tiraram dos braços dos seus pais e a enviaram junto com o filho dos Dirigentes para o planeta Terra.
- Meus pais? Então não sou filha do Roul e da Hannat! - Exclamou Laura, muito feliz. Seu coração se alegrou da forma mais intensa que podia! Tinha total permissão para amar Eduardo e detestar os Dirigentes do Condado das Águas. Deu saltos de alegria em seu acento. Era a melhor notícia que ouvira, depois da sua possibilidade de fugir. Porém, aos poucos foi se
acalmando e se perguntando sobre seus pais. - Se não sou filha deles, quem são meus pais?
- Eram meus amigos… Morreram na guerra. Por isso estou ajudando você.
- Está na hora de voltarmos! - interrompeu Liz, antes da jovem perguntar mais alguma coisa - Logo amanhecerá e os Conselheiros irão perceber sua fuga. Você deverá permanecer aqui por alguns dias, até que seja seguro sair. Enquanto isso, voltamos para responder suas próximas perguntas.
Riuky olhou para a garota com muito afeto. Parecia querer abraçá-la e confortá- la, mas não o fez. A jovem, porém, percebeu seu carinho. Entendeu que por ser filha de amigos, ele se sentia muito próximo dela.
Antes deles sairem, Laura se levantou do acento e correu até Riuky perguntando:
- Você me viu quando ainda era um bebê?
- Sim… - respondeu, com os olhos úmidos.
Ela o abraçou.
- Não sei quem foram meus pais, mas se foram amigos de alguém tão bom, me sinto feliz! - disse ela. Desvencilhar-se do abraço e foi para a cama saltando de felicidade.
Haviam muitas lacunas ainda para preencher, por hora aquelas informações satisfaziam Laura imensamente. Os dois homens fecharam a porta deixando-a deitar com os olhos brilhando de felicidade, pensando em Eduardo. Todo aquele amor pesado e doloroso repentinamente tornara-se leve e certo. Prometeu a si mesma que quando encontrasse um jeito de resolver sua liberdade, o encontraria novamente para oferecer seu amor. Quem sabe o que faltou da parte dela, naquela noite na biblioteca, fora uma firmeza de seus sentimentos por ele? Talvez tudo que ele precisasse era que ela afirmasse seu amor verdadeiro. Sentiu-se culpada por sua falha, mas ainda havia tempo de corrigir!
Continua no próximo sábado…
"Quanto mais arte, menos violência. Quanto mais arte, mais consciência, menos ignorância."
- Ricardo Mendes
COLETIVEARTS, 06 ANOS DE VIDA,
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