Naigaron
Capitulo I
Parte 1 clique AQUI
Parte 2 clique AQUI
Parte 3 clique AQUI
Parte 4 clique AQUI
Parte 5 clique AQUI
Capitulo II
Parte 1 clique AQUI
Parte 2 clique AQUI
Parte 3 clique AQUI
Parte 4 clique AQUI
Parte 5 clique AQUI
Parte 6 clique AQUI
Parte 7 clique AQUI
Capitulo III
Parte 1 clique AQUI
Parte 2 clique AQUI
Parte 3 clique AQUI
Capítulo III - Primeiras verdades, primeiros passos
Parte 4
Laura tinha muito com o que se preocupar, naqueles dias em que estava escondida em seu quarto submerso nas raízes das árvores. Olhou o mapa mais vezes, se perguntando onde ficava o Condado Oculto. Sabia que tinha de evitá-lo o máximo que pudesse. Ouvira dos Conselheiros naquela noite em que se escondera na biblioteca que eles precisariam atravessar muitos Condados para chegar até o das Águas. Considerando essa pista, talvez eles estivessem próximos ao Condado das Feras ou ao Condado Espectral. Mas ela tinha de alcançar o Condado da Terra, que também era uma possibilidade. Perguntou a Liz sobre isso, mas ele assegurou que o Povo Nômade da Terra, que ficava entre o Condado das Feras e da Terra jamais avistou qualquer movimento relacionado ao povo Oculto. Talvez ela devesse evitar o lado dos Condados Espectral e do Gelo, ainda mais que Liuk poderia estar por perto. Acima de tudo, ela precisava evitar a região do Conselho Geral.
- Nosso Planeta é apenas essa faixa de Terra?
- Não se engane pelo mapa, menina. Você não atravessa as terras de Naigaron em um dia. Leva em torno de dois meses caminhando.
Haviam dois caminhos para seguir, um era mais curto, porém era a região mais óbvia que o Conselho pensaria em buscá-la. Os caminhos eram distantes do Condado das Águas e do Gelo, além de ter apenas um povo Nômade perigoso em meio ao caminho.
O segundo levava mais tempo, talvez o dobro, quatro meses, haviam mais Nômades perigosos pelo caminho, porém a maior preocupação não era eles, eram os Conselheiros e o Condado das Águas.
Laura aceitou decorar o segundo caminho para segui-lo em segurança. Liz passou diversas orientações de como fugir, se camuflar ou os melhores caminhos do mapa. Também instruiu sobre como dialogar com os Nômades que encontrar e o que evitar falar.
- Quando você sair daqui, não poderá mais se chamar Laura. - disse Riuky.
- Eu não conheço bem algumas expressões locais, tão pouco entendo dos nomes. Que nome eu poderia dar?
- A partir de agora vamos chamá-la de Loah.
- Loah… - pronunciou a garota, curiosa com o som. Tinha uma forte entonação no “ah” que a agradava. Lembrava de lua e era parecido com seu nome da Terra - gostei! De onde tirou?
- Era o nome da minha filha… - respondeu ele, baixando a cabeça.
- Sua filha? Eu pensava que tivessem tido um filho…
- Eu e Lianna tivemos uma filha um pouco antes do desaparecimento dela.
- Pensei que fosse um menino! Onde está sua filha?
- Ela morreu logo depois de nascer.
- E mais alguém sabe desse nome? Não é perigoso eu usá-lo? Podem achar que sou a sua filha.
- Não, ninguém nunca soube desse nome, apenas eu e minha família.
Laura deixou a insegurança do novo nome de lado dando lugar a alegria de pensar que estava mais próxima de Alue, era como se estivesse sendo colocada na posição de sua prima. Suspirou, estava com saudades da amiga. Conversavam sempre com medo de alguém descobri-las, porém tinham muito afinidade. Lembrou-se da primeira vez que se conheceram. Ela fora trazida à força para o quarto, estava amarrada nas mãos e totalmente suja pela resistência. O Conselheiro que a prendia, a atirou no chão gritando que aquela era a sua nova vida, era melhor se acostumar, quando perceberam a presença da serva no quarto, rosnaram para que ela lembrasse de chavear o quarto antes de sair. Alue e Laura encararam-se por um longo tempo, cada uma com receio da outra.
Com o tempo, tornaram-se cúmplices e agora ela sentia que eram quase uma família. Quando finalmente os Conselheiros e os Dirigentes das Águas cansassem de procurá- la, poderia voltar a viver com o povo Nômade das Águas, enviar cartas secretas para a amiga e receber notícias de Eduardo. Talvez ela pudesse ajudá-la a contar que não eram irmãos. O que o impediria de se amarem? A jovem tinha toda certeza de que reencontraria seu grande amor e poderiam viver juntos para sempre.
- Preciso ensiná-la a se defender. - disse Riuky, interrompendo-a dos seus devaneios.
- Como?
- Amanhã vou trazer alguns instrumentos de luta, vamos treinar nos dias em que estiver aqui.
- Meu tio tem razão - frisou Liz - fora dos Condados, o povo tem magia. Alguns conseguem se infiltrar nos Condados, absorver a magia e trazer elementos que nutrem os Nômades. Nós não conseguimos fazer isso ainda, porém é importante que você aprenda a se proteger.
- Existe algum povo que tem magia sem precisar se nutrir do seu elemento? - indagou Laura, curiosa.
- Somente os descendentes do grande Oráculo. - respondeu Liz.
- Dizem que o Líder do Condado Oculto também tem esse poder. - Acrescentou Riuky.
- Ah, bom saber que o homem que quer me matar e destruir o planeta é muito poderoso, enquanto eu vim da Terra e não sei nem dar um soco sem machucar minha mão.
- Por isso que vamos aprender algumas defesas a partir de amanhã. Todos os Nômades das Águas aprendem desde a infância, não conseguiremos torná-la uma grande guerreira, mas poderá se defender em casos de emergência, antes de correr e se esconder.
- Precisa se lembrar: correr e se esconder é sua melhor arma. - frisou Liz.
Continua no próximo sábado…
Miriam Coelho |
0 Comentários