O DIÁRIO DE UMA AMANTE

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HOJE:

PÁGINA ESPECIAL

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Olá pessoal, hoje venho a vocês de uma forma diferente. Eu Diovana Rodrigues como a maioria sabe, escrevo há muitos anos. Sendo mais exata escrevo há 28 anos.

Não costumo dizer que sou escritora, prefiro dizer que sou poetisa. A poesia faz parte de mim.

Minha mãe dizia que só me conhecia, quem lia minhas poesias. Meu pai era um analfabeto com o coração literário, e adorava me ouvir declamar. E me pediu para declamar no funeral dele a música, Tropeiro Velho. Música que eu já havia declamado para ele outras vezes.

Fiz minha primeira poesia com 13 anos de idade. Triste e solitária, inconformada com uma paixão adolescente.  Desde então a poesia é minha psicóloga. 

Se estou bem escrevo,  se estou triste, feliz ,amando ou sofrendo, eu escrevo. Os versos são parte do meu eu.

Amo escrever o Diário de uma Amante.  

Muitas vezes sou confundida com a personagem, pois misturo  ficção e realidade. 

Mas hoje vou fazer algo diferente. 

Hoje eu quero apresentar para vocês  duas poesias.

A poesia que deu origem a estes textos eróticos.

E uma segunda.

Certo dia depois do trabalho cheguei em casa, e me deparei com meu ex marido alcoólatra muito bêbado.Me xingou,gritou e me chamou de várias coisas.

Mas eu estava chegando cansada do salão de beleza onde trabalhava das 15:00 h às 22:00, naquela época eu tinha dois empregos.Das 06:00h da manhã até as 14:30h eu fazia segurança em um mercado. 

Meu ex marido estava desempregado,  bom estava sempre!! Era minha responsabilidade manter a casa e nossos três filhos. Às vezes  gente leva anos pra se livrar de algumas situações. 

Pode parecer fácil para quem olha de longe, mas não é! 

Nada que o outro vive podemos julgar fácil, pois só saberemos se nos colocarmos no lugar daquela pessoa, calçar os sapatos dela e sentir os calos que lhe ferem...

Bom, mas voltando ao assunto principal.Naquela noite ele bêbado me olhou, e disse: 

- Chegou puta, tá cheia de leite dos  machos que tu dá na rua? Cadê teus amantes, vadia. Tu é amante desses caras do mercado,tu está dando até para os cachorros na rua.

Eu estava cansada, com dores pois tinha feito muitas unhas naquela tarde. 

De manhã tinha ocorrido furtos no mercado, e passei três anos na delegacia, tratando das ocorrências. Eu estava mal.

Mas antes mesmo ir ao quarto da minha filha ver ela e os gêmeos que tinham apenas 1 aninho, ele se levantou do sofá e foi indo em direção ao quarto, gritando: 

- Puta, vadia e tantas outras coisas.  Ele caiu e dormiu onde caiu.

Deixei ele ali, fui até meus filhos, minha filha dormia abraçada nos irmãos. 

Fui tomar meu banho, em prantos, me sentindo morta por dentro.  

Sai do banho. Olhei para ele caído todo urinado no chão. E me deu nojo, raiva e muitos outros sentimentos. Ali não existia mais nada de amor, a cachaça levou meu casamento. 

Senti um arrepio,  abri a janela da sala e era noite de lua cheia, e o tempo se preparava pra chuva. Senti um perfume doce que não era meu na sala, era um cheiro de rosas vermelhas muito bom.

Eu não fumo, mas senti vontade de fumar, peguei um cigarro, e uma cerveja, depois peguei papel e caneta. Fiquei ouvindo em minha mente, ele gritando, perguntando sobre meus amantes. 

Eu não tinha amantes, posso dizer que na época eu era apenas uma menina boba, tentando manter um casamento falido. 

Mas para ele eu era puta, vadia,  cheia de amantes.  As palavras deles faziam eco na sala,estava frio. Eu estava triste, e a palavra amante não saia da minha cabeça. 

Senti que não estava sozinha e naquela noite foi a primeira vez que senti a presença de Maria Padilha fora do terreiro, ela estava ali, eu podia sentir a presença o seu perfume. Então escrevi a poesia Amante. 

Isso  faz exatamente 14 anos. 

Eu publiquei direto no Facebook, e por causa dela a escritora Neusa Pinto,amiga da Isab-El Cristina me convidou para participar de uma coletânea literária com o grupo Beco dos Poetas de São Paulo. A poesia Amante foi publicada em três coletâneas diferentes entre São Paulo e Rio Grande do Sul.

É uma das minhas poesias mais conhecidas. 

Alguns anos depois escrevi o Retorno da Amante. Já era uma mulher livre. Uma mãe solo lutando pelos filhos. 

Sofri bastante no meu casamento, mas graças a ele tenho meus filhos.

E essa poesia que deu origem a este Diário. 

Então digo a vocês,  não sou Amante,  sou a Amante.

Palavras tem poder.

A menina mulher se transformou apenas em Amante, não no sentido sexual, mas na liberdade. Sem amarras, sem medo de encarar o mundo.

Aprendi a cair e levantar. 

Ficar no chão nunca foi opção. 

Cresci!! 

Meu eu menina foi assassinado pelo alcoolismo, pela dor, pelas mentiras e injustiças. Morri com traumas e medos, morri errando.

Mas renasci,  renasci mulher, forte determinada e fiz dos meus versos a minha lei.

Renasci livre.

Renasci Amante.




DIOVANA RODRIGUES


Me chamo Diovana, tenho 40 anos, me apaixonei pela poesia com 13 anos de idade, e desde então escrevo. A poesia se tornou uma psicóloga para mim, um diário de desabafo. Não consigo escrever sem meu coração mandar. Não sei simplesmente sentar e pensar no que vou escrever. Simplesmente escrevo, brinco, eu escrevo sem pensar. Sou mãe, tenho três filhos, Mithelli que está com 22 anos e os gêmeos de 13 anos. Parece meio óbvio dizer que são tudo que tenho, mas é isso. São meu tudo. Trabalho com segurança privada, minha especialização dentro da área veio depois de anos. É algo que gosto de fazer, assim como cozinhar. Sou uma mulher de gosto simples, porém, de opiniões fortes. Sigo minha vida de forma leve, aprendendo, caindo e levantando ancorada em minha fé. Sou umbandista com muito amor e só tenho a agradecer às minhas frenteiras. Elas me ensinaram que cair é inevitável mas ficar no chão é opcional. Essa sou eu, essa é Diovana Rodrigues.

"Quanto mais arte, menos violência. Quanto mais arte, mais consciência, menos ignorância."
- Ricardo Mendes

COLETIVE ARTS, 07 ANOS DE VIDA,
SENDO A MAÇÃ DE ALGUNS,
O COLETIVE NÃO SE INTIMIDA,
O COLETIVE CRIA!


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2 Comentários

  1. Ótimo texto. Verdadeira história de superação, superação de um casamento de dor e humilhação. E as declamações encantadoras. Parabéns, tudo de bom. Ass. Nestor

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    1. Obrigada Nestor.
      Além dos meus filhos, a Amante também é um presente que esse casamento me deu.
      Doeu, dói!
      Mas passou, tudo passa!

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