O UNIVERSO CONTA

Naigaron

Capitulo I

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Parte 2 clique AQUI

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Parte 5 clique AQUI

Capitulo II

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Capitulo III

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Capítulo IV

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Capítulo IV -  Primeiras verdades, primeiros passos

Parte 2

A noite foi muito assustadora para a garota. A todo o instante, tinha medo que alguém do Conselho a estivesse seguindo. Procurou caminhar o mais sorrateira possível, com o seu velho truque de escutar os próprios passos com os ouvidos focados no longe. Porém, em duas horas, já estava exausta. Nunca foi pessoa da noite, sempre gostou de dormir bastante e dormir bem. Agachou-se em uma árvore, mais para dentro da floresta, mas não tão longe da trilha. Pensou que descansaria apenas os olhos, contudo adormeceu. Deu-se conta disso quando a luz do dia brilhava com bastante intensidade. O barulho das árvores e dos animais ao longe fez seu coração vibrar de alegria.

Laura ergue-se num pulo, com o peito arfando de êxtase. Era a primeira manhã de liberdade em Naigaron. Setia-se como num bosque muito conhecido da Terra, o cheiro era semelhante e as árvores farfalhavam da mesma forma. Não havia vegetação fechada, nem vislumbre de animais, o que a agradava muito, pois não os conhecia e tinha medo de encontrar algum perigoso. Lembrou-se de um livro que lera na Casa do Condado das Águas, a maioria dos animais de Naigaron saía ao entardecer e adormecia no anoitecer. Essa maioria morava próximo ao Condado das Feras, onde ainda estava muito longe. Caminhando o dia todo, em dois dias, se aproximaria do Condado do Gelo.

A garota puxou uma massa do seu bolso, que parecia com um pão achatado muito feito. Deu apenas duas mordidas, pois ele alimentava muito rápido e o guardou novamente. Estava satisfeita e pronta para continuar seu caminho. Encontrou novamente a estrada, porém ficou na dúvida de segui-la, pois alguém poderia passar e encontrá-la. Decidiu que a melhor forma de viajar era caminhar na lateral, sempre de olho na trilha, mas longe dos olhares de quem passasse por ela. Não encontrou ninguém por muitas horas. Aprendeu a contar o tempo olhando para a posição da sua sombra em relação a luz do dia.

Durante toda a sua jornada pensava apenas em uma pessoa, Eduardo. Há muitos dias que não o via. Será que estava se casando logo? Será que a estava procurando? Certamente a notícia da sua fuga já era do conhecimento de todos os Condados. Lembrou-se da primeira vez que o vira. Ele entrou na mesma turma de estudos que ela quando ainda estavam no Ensino Fundamental. Era um rapaz calado, sereno, que sentava-se no fundo da sala onde dificilmente era percebido, porém ela o notara. Tinha um ar de mistério que a fascinou no mesmo instante.

Um dia, para separar as crianças que conversavam muito dos seus respectivos amigos, a professora da turma colocou os dois sentados lado a lado nas primeiras mesas da frente. Laura sentiu uma energia que nunca sentira antes na vida. Foi a primeira a terminar de copiar o conteúdo do quadro e participou da aula em silêncio. A professora pensou que essa mudança acontecera pela ideia de juntar uma aluna bagunceira com um aluno mais centrado, porém a verdade é que a menina quis acompanhar o garoto que tanto admirava.

Eduardo tinha uma letra muito “certinha”, bem organizada na folha. Copiava com agilidade leve, como se não precisasse de nenhum esforço e ela podia ver, na folha anterior, os muitos elogios postados em suas resoluções de atividades. Não queria ficar para trás! Se esforçou ao máximo.

Despertou-se de suas lembranças ao perceber a dificuldade de enxergar o caminho a frente. Ligou sua lâmpada novamente e continuou caminhando, até que a exaustão tomasse conta do seu corpo novamente.

Sentou-se no chão, ao lado da árvore mais confortável e adormeceu. Acordou ainda à noite com barulhos a sua volta. Imediatamente apagou sua lâmpada. Encolheu-se assustada se perguntando se alguém a avistou. De repente algo pesado e rápido se moveu muito próximo da jovem. Instintivamente ela se levantou, e começou a correr. Não conseguia enxergar quase nada, tropeçou em algumas coisas até que ascendeu a luz novamente de sua lâmpada. Deu uma volta ao redor de si mesma, muito assustada, procurando algo que estivesse por perto. 


O medo e o seu coração disparado quase ensurdeciam seus ouvidos. De repente algo a arranhou com força no braço, fazendo a gritar de dor e largar a lâmpada no chão. Outra vez foi arranhada nas costas e nas pernas, mas não podia enxergar o que era. Algo bateu em seu rosto, com a mesma força de um soco. Em seguida, sentiu a mesma força em seus joelhos, fazendo com que caísse no chão. Enquanto rastejava, tentando ganhar forças para se reerguer, avistou de longe pernas humanas, muito sujas, andando de uma forma sinistra. Foi nesse instante que algo forte bateu em sua cabeça e ela apagou.

Continua no próximo sábado…


Miriam Coelho

"Quanto mais arte, menos violência. Quanto mais arte, mais consciência, menos ignorância."
- Ricardo Mendes

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